Capítulo 9

554 42 3
                                    

─ Bom dia, amiga. Dormiu bem? ─ Maria Joaquina perguntou para Valéria, que havia passado a noite em seu apartamento com Sara.

─ Adoraria te dizer que sim, mas tive pesadelos a noite toda. Não parava de sonhar com a escola, com o Davi... ─ suspirou a jornalista, sentando no sofá.

─ Também sonhei muito com a escola. ─ concordou a estilista, abraçando os joelhos ─ O que você sentiu ao dançar com o Davi ontem?

─ Que todas aquelas malditas borboletas continuam no meu estômago. ─ resmungou Valéria, coçando os olhos ─ Por um momento, era como se estivéssemos de volta na formatura, ou na escola, e aquela tal noiva não existisse.

─ Ela já deve estar com uns 18 anos, não é?

─ Algo assim. Creio que logo ela e o Davi se casam. ─ lembrou a morena, com a voz embargada ─ E eu aqui, ainda esperando que as coisas mudem.

─ Val, você sabe que ninguém torce e deseja mais a sua volta com o Davi, do que eu e o Cirilo. Mas dói muito na gente ver você, e a Sarinha, sofrendo. Nossa pequena merece uma família, merece ser feliz. E você também, Val. Chega de sofrer, amiga.

─ Ah, Majo... ─ as duas se abraçaram, enquanto a jovem mãe soluçava ─ Eu queria tanto que nós três pudéssemos ser a família que sempre sonhamos.

─ Bom dia amor da minha vida, bom dia comadre favorita. ─ Cirilo desceu as escadas com Sara aninhada em seu colo ─ Essa coelhinha estava no corredor, chamando a mamãe.

─ Oi, minha boneca. Vem aqui com a mamãe. ─ Valéria a pegou, a ajeitando sobre suas pernas.

Oce tava choando mamãe? ─ perguntou a pequena, vendo os olhos da mãe molhados.

─ Eu tive um sonho chatinho, filha, só isso. ─ explicou, acariciando as molinhas dos cabelos dela.

─ Mamãe, posso binca com o tio Davi? Ele foi legal com eu ontem. ─ Valéria sentiu a garganta se fechar ao ouvir aquilo.

─ Eu vou ligar para o tio Davi, e vejo se ele tem algum compromisso. Pode ser?

─ Pode sim, mamãe. A Majoca e o Cililinho podem î tamém? ─ a pequena encarou os padrinhos, que sorriam como bobos.

─ Tudo o que a nossa bonequinha pedir. ─ prometeu Majo, se levantando ─ Que tal nós irmos naquela padaria mega-chic tomar café? Eles têm croissants de chocolate.

─ Maria Joaquina será sempre Maria Joaquina. ─ Valéria riu, se levantando com a filha no colo ─ Mas vamos. Um pouco de chocolate cairia bem no dia de hoje.

~*~

─ Carmen? O Leo está no quarto de brinquedos, pediu para eu te chamar para nós irmos passear. ─ Daniel desceu as escadas, encontrando a esposa sentada na sala ─ Amor?

Ela se virou para ele, que viu os olhos puxados cheios de água. Na mesinha à frente dela, um copo de uísque pela metade. Daniel suspirou, mexendo nos cabelos desconfortavelmente.

─ Não é nada, eu juro. ─ ele tentou se explicar, mas ela se levantou irritada ─ Carmen.

─ Não, Daniel, nem começa. Eu te pedi ontem para não beber a droga da cerveja, que era só um gatilho. Você não consegue se controlar quando começa. Duas cervejas ontem, e hoje já acordou e foi atrás de algo mais forte ─ ela entrou na cozinha, virando o copo na pia. No nervoso, ele caiu lá dentro e se quebrou em vários pedaços, um deles cortando a mão da mulher ─ Droga.

─ Machucou? ─ ele segurou a mão delicada, vendo o corte que havia se formado na palma ─ Cadê a maleta de primeiros socorros?

─ No armário. ─ ela indicou o local, e Daniel pegou o estojo de lá. Ligou a água e lavou a mão dela, logo enrolando com um guardanapo para que o sangue estancasse ─ Vou ter que desinfetar, ok?

20 Anos Depois - A salvação da Escola MundialOnde histórias criam vida. Descubra agora