Às seis horas da manhã seguinte, meus olhos se abriram pela décima primeira vez desde que os fechei na noite anterior. Minha mente enchia os sonhos de preocupação. Estava preocupada com Noah, com Josh, com meus pais. Minha cama era muito macia, quente demais. A casa de modo geral estava muito quente. Será que meus pais tinham ligado o aquecimento em uma temperatura mais alta que a habitual?
Saí da cama e minha cabeça latejou quando fiquei em pé. Eu precisava de um analgésico. Fiquei surpresa quando encontrei minha mãe sentada na sala de estar, com o laptop aberto sobre o braço da poltrona e um bloco de papel no colo.
— O que está fazendo? Dormiu aqui? — perguntei.
— Não. Não consegui dormir. Estou pesquisando o protocolo de procedimentos noturnos para edifícios públicos.
— Mãe.
— Você não devia ter ficado trancada lá dentro. Todos os cômodos devem ser examinados antes de a última pessoa sair.
— Mãe, dá para parar com isso? — Ela suspirou.
— Não consigo parar de pensar que tudo o que aconteceu ontem foi um sonho. Que vou acordar e você vai estar...
— Não foi um sonho, mãe. Estou aqui e estou bem. — A culpa por não ter acionado o alarme de incêndio mais cedo retornou. Minha mãe contou que foi assim que acabamos sendo encontrados. O alarme de incêndio. Josh deve ter apertado o botão.
Beijei o topo da cabeça de minha mãe e fui para a cozinha.
— O Lamar já voltou para a faculdade?
— Sim, ele mandou uma mensagem mais ou menos a uma da manhã avisando que tinha chegado bem.
Mais uma coisa para me fazer sentir culpada: meu irmão dirigiu durante seis horas para ajudar nas buscas.
— O que está fazendo acordada? — minha mãe perguntou.
— Também não consegui dormir. E já está na hora de levantar para ir para a escola.
— Você não vai. — Não era uma pergunta.
— Eu vou, sim. Estou me sentindo bem e preciso me distrair, parar de pensar nas coisas todas. Além do mais, não quero me atrasar. — Eu estava quase pegando o frasco de analgésico enquanto falava, mas parei. Se minha mãe me visse tomando um comprimido, não me deixaria sair. Então peguei o remédio para a ansiedade e um copo, bem na hora que ela entrou na cozinha.
Eu podia praticamente ver a luta que minha mãe travava por dentro antes de finalmente dizer:
— Tudo bem, mas volte para casa se ficar enjoada ou ansiosa.
Minha cabeça latejava no ritmo das batidas do meu coração quando enchi o copo com água gelada.
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Ao Seu Lado {Adaptação Beauany}
RomanceO que fazer quando você se apaixona pela pessoa que menos esperaria? Depois de se ver trancada acidentalmente na biblioteca pelo fim de semana inteiro, Any Gabrielly não acha que as coisas podem piorar. Mas ela percebe que não está sozinha. Josh Bea...