Chapter Twenty Nine

22 3 0
                                    

Cheguei ao colégio meio cedo no dia seguinte e fiquei esperando Bailey no estacionamento. Ele sempre parava o carro no mesmo lugar, na fileira do fundo, de frente para a saída. Vi quando ele estacionou na vaga. Ele pegou a mochila no banco do passageiro e saiu do carro. Eu saí do meu. Tinha que consertar as coisas com ele. Bailey era amigo de Jeff havia muito tempo, e nos últimos meses havia se tornado meu amigo também. E não me agradava saber que ele estava bravo comigo.


— Oi — falei, levantando o punho para ele bater.


Bailey olhou para minha mão fechada e não fez nada, e eu a baixei. Mas respondeu um "oi" enquanto continuava andando.


Eu o acompanhei.


— Bailey, eu não pedi para ver o Noah. Desculpa. A mãe dele me disse que você era a primeira opção de visita, mas ela ficou com medo das suas brincadeiras. — Não tinha nada de errado em uma mentirinha inocente diante de sentimentos feridos, certo?


— Legal — ele respondeu, mas não era essa a reação que eu esperava.


— Está chateado porque não pôde ver o Noah ou porque eu pude?


— Os dois.


— Por quê?


— Porque não acho que você seja a garota certa para ele. O Noah discorda, por isso pediu para eu tentar me aproximar de você. E eu tentei, estou tentando, estou me esforçando ainda mais desde que ele foi para o hospital, porque espero que ele possa sentir isso de algum jeito ou pelo menos que o universo perceba. Mas ainda acho que você não é o melhor para ele. Está mexendo com a cabeça do cara há meses.


— Mexendo com a cabeça dele?


— É, você não se importa. Está sempre sumindo. Fugindo. Fazendo o Noah correr atrás de você. Fiz uma festa para você e você sumiu. Parece que se acha boa demais para nós.


Meu queixo caiu com o choque e não consegui pensar em nada para dizer de imediato. Era assim que meus amigos viam minha ansiedade? Acreditavam que eu me achava boa demais para eles?


— Não é nada disso. Tenho algumas dificuldades, mas nunca achei isso. Nunca.


Eu precisava engolir o orgulho e me explicar melhor, falar sobre o transtorno de ansiedade, mas ele continuava andando como se não quisesse me ouvir.


— Ele está sempre te procurando, correndo atrás e fugindo com você. Como fez no dia da fogueira.


— Eu nem estava na fogueira. Eu não fui. Vocês me deixaram na biblioteca.


— Mas se você não tivesse esse hábito de sumir...


— Ele ainda teria ido sem mim. Como vocês todos foram.


— Mas depois que te encontraram na biblioteca e eu descobri que você nem tinha ido até a fogueira, percebi que ele estava correndo atrás de você. E, se não estivesse, não teria tanta pressa e teria sido mais cuidadoso.

Ao Seu Lado {Adaptação Beauany}Onde histórias criam vida. Descubra agora