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Silverstone, Inglaterra

Após uma semana extremamente agitada em Monte Carlo Ana estava animada por estar de volta a um autódromo, principalmente com a presença quase total do público durante todo o final de semana. A jornalista estava animada também pelo lançamento do modelo do novo carro da Fórmula 1 para a temporada de 2022 e pelo teste do novo formato para as corridas.

Quando chegou ao hotel na quarta-feira a primeira coisa que fez depois de largar sua mala no meio do quarto foi tomar um longo e relaxante banho, porque apesar de ter sido uma viagem curta, tinha sido super estressante e cansativa, com o aeroporto lotado. Depois de sair do banho, ainda enrolada na toalha e morrendo de preguiça, Ana se jogou na cama com o celular nas mãos para programar as entrevistas do final de semana, se programar para tentar assistir a Fórmula 2 sem ser pela TV e para responder as mensagens que tinha recebido durante o dia.

Já tinha terminado tudo o que tinha que organizar, colocado seu pijama e estava quase dormindo quando ouviu algumas batidas na porta de seu quarto, o que a fez se assustar, já que quem costumava ir até seu quarto era Mick e ele estava em outro hotel para o final de semana, e também não estava esperando ninguém. A primeira ideia que passou pela cabeça de Ana foi ignorar quem quer que fosse até que a pessoa desistisse e fosse embora, mas pensou melhor e chegou à conclusão de que talvez fosse algo importante e que seria melhor ver quem era. Puxou, sem pressa nenhuma, as cobertas que estavam a esquentando na cama e saiu da cama na maior lentidão possível, com a esperança de que desistissem de falar com ela e pudesse dormir, apesar de estar com fome por não ter jantado.

Como quem quer que estivesse batendo na porta não desistiu Ana se viu na obrigação de ir abrir, e se surpreendeu ao ver seu pai com uma bandeja cheia de comida parado, apenas esperando a filha abrir a porta para ele.

- Finalmente, minha filha. Achei que tinha sido abduzida.

- Meu Deus, pai, que exagero. Mas eu realmente pensei em não abrir a porta, já tava deitada. – disse Ana.

- Eu encontrei com o Lando e ele falou que você não ia descer pra comer porque tava cansada, então eu trouxe comida pra gente.

- Ainda bem, porque eu tô morrendo de fome.

Ayrton conhecia a filha bem o suficiente para saber que quando ela estava ansiosa ou cansada ela não comia muito, o que já tinha causado algumas discussões entre os dois quando Ana era mais nova, mas hoje ela lidava melhor com isso e sempre tinha alguma coisa para comer em sua bolsa, nem que fosse um chocolate, e mesmo isso não sendo o ideal tranquilizava Ayrton, pois significava que depois de anos a garota tinha deixado um pouco da teimosia de lado.

Sentaram-se na cama, um de frente para o outro, como costumavam fazer há alguns anos, e começaram a comer, a princípio em silêncio, apenas aproveitando a companhia um do outro, o que tinha se tornado um pouco raro nos últimos tempos, mas depois de alguns minutos começaram a conversar sobre os planos e as expectativas para o final de semana.

- Eu me organizei toda pra tentar assistir a Fórmula 2 essa semana. – disse Ana quando Ayrton perguntou o que faria quando não estivesse trabalhando. – Eu tinha prometido pro Felipe que ia ver ele correr pelo menos uma vez sem ser pela TV. E tem o Robert e o Marcus também.

- Se eu conseguir eu vou com você, mas tá tudo corrido essa semana sem o Zak. – disse Ayrton. – Ainda mais porque é a corrida em casa pra McLaren e pro Lando, e toda essa história de classificação sprint, então se eu não conseguir ir fala pro Felipe que eu falei boa sorte.

- Bem que vocês podiam fazer com ele a mesma coisa que fizeram com o Lando, né? – provocou a garota. – Ele é um baita de um piloto e tá indo super bem. Ia ser legal um brasileiro mais perto da Fórmula 1.

Always and Forever | Mick SchumacherOnde histórias criam vida. Descubra agora