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Jidá, Arábia Saudita

A penúltima corrida do ano estava cada vez mais próxima e com ela os ânimos estavam cada vez mais aflorados, principalmente por ser em uma pista nova, em que nenhum dos pilotos tinha pilotado e por ser um circuito estreito, com muitas curvas, 27 no total, e praticamente nenhuma área de escape e, para piorar a situação, se Lewis ganhasse a corrida no domingo ele e Max empatariam no número de pontos no campeonato, algo que não acontecia desde a década de 1970.

Com cada piloto que conversava, Ana Carolina ficava cada vez mais nervosa. As chances de acontecer um acidente grave eram altas, e apesar de sempre tentar manter-se positiva, algumas vezes a garota se pegava pensando no pior, e não só sobre o que aconteceria aos pilotos da Fórmula 1, mas também aos garotos da Fórmula 2, que em sua maioria eram apenas isso, garotos.

- Eu realmente queria entender o que se passa na cabeça da FIA para eles liberarem um circuito assim para os pilotos correrem. – disse Ana Carolina, inconformada, para Ayrton quando entraram no circuito pela primeira vez na quinta-feira.

- É como o Lewis já disse, bonequinha, cash is king.

- Eu juro, pai, que se acontecer algum acidente sério eu vou canalizar meu Christian Horner interior e vou bater lá na porta do Masi e falar umas boas verdade pra ele.

- Pra quem você vai falar algumas verdades, Senninha? – perguntou Daniel quando chegou perto da dupla brasileira.

- Pro Masi, se acontecer alguma coisa séria com qualquer um de vocês. – respondeu a garota. – Onde já se viu deixar vocês correrem num lugar assim.

- Fica tranquila, Ana, não vai acontecer nada. Eu tenho certeza.

- Eu não tenho tanta certeza assim, Danny. Não se esqueça que o companheiro de equipe do meu namorado tá no grid.

- Eu não te criei assim, Ana Carolina. – repreendeu Ayrton.

- Ah, pai, não me vem com essa que eu sei muito bem o que você pensa sobre ele. E outra, se você pode falar do sogro do Max eu posso falar do companheiro de equipe do meu namorado.

- Quando a máfia russa aparecer lá em casa pra te pegar não vem me falar que eu não te avisei.

O piloto australiano estava se divertindo mais do que deveria com a cena que estava se passando em sua frente e a única coisa que conseguia fazer era rir. Daniel riu tanto que quando Lando e Mick chegaram perto do trio o piloto mais velho tinha até lágrimas nos olhos. Ana Carolina por sua vez não tinha nenhum traço de riso em seu rosto, muito pelo contrário, tinha as sobrancelhas franzidas e a expressão mais séria que tanto Mick quanto Lando já tinham visto em seu rosto.

- O que aconteceu com eles? – perguntou Lando à Ayrton enquanto apontava para a melhor amiga e para o companheiro de equipe.

- A Ana está preocupada com vocês correndo nessa pista e o Daniel está rindo porque eu falei que a máfia russa ainda vai aparecer lá em casa para pegar a Ana. – respondeu o mais velho.

- Máfia russa? – perguntaram Mick e Lando ao mesmo tempo.

- Eu tenho certeza que se ela não parar de falar de certo piloto russo que está em vigésimo primeiro lugar num campeonato de vinte pilotos a máfia russa vai dar um jeito de sumir com ela.

Mick sabia que a namorada estava preocupada com a segurança dos pilotos. Ela já tinha visto acidentes graves dentro das pistas, acidentes fatais, então ele não podia a culpar por estar nervosa pela segurança de todos que correriam durante o final de semana. A única coisa que ele podia fazer era tentar tranquilizar a jornalista da melhor maneira que conseguisse sem fazer nenhuma promessa que poderia ser quebrada a qualquer momento, porque para Mick, quebrar uma promessa era quase um crime.

Always and Forever | Mick SchumacherOnde histórias criam vida. Descubra agora