Descobertas

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Logo pela manha Hugo bateu na porta, Ana se levantou e foi abrir, foi ate a sala e Hugo falou "Ele acordou, esta um pouco confuso, mas não parece apresentar perigo, não se preocupe que estou aqui."

Ana respirou fundo, pediu para Hugo cuidar do café de manha de Kagaho e entrou em seu quarto, lá estava ele sentando em sua cama olhando pra porta que se abria. Apesar da aparência maltratada, ainda era ele, logo que a viu, ele se levantou surpreso e ela deu um pulo pra trás, ele levantou as mãos em sinal de rendição " calma, eu não vou machuca – la"

A: " Eu não estou com medo" – falou mais pra si do que pra ele, ela tremia e ele percebeu. Ele perguntou " posso saber aonde estou?", o tom de sua voz mudara, não tinha aquela arrogância, parecia algo mais próximo de humilde.

Ana explicou como o encontrou, cuidou de seu machucado e o trouxe pra casa. Ele parecia envergonhado e agradeceu. Ela percebeu que ele não era mais o mesmo que mudara.

"Obrigado por ter salvado a minha vida se não fosse por você e seus cuidados eu essa hora já estaria morto e como nós sabemos o reino dos mortos não me quer lá, na verdade não há um lugar pra eu ir. Mas uma vez obrigado por tudo que fez, mas já abusei da sua hospitalidade, vou embora."

Ana percebeu a tristeza em sua voz e sentiu compaixão.

Ana: " Você vai pra onde, Aiacos?"

A: " Não sei, mas não há o que temer, eu não sou mais Aiacos há muito tempo."

Logo Ana e Aiacos escutaram o grito de Hugo, correram e ela viu que Kagaho estava tendo uma violenta crise, se contorcia, sua temperatura estava alta e parecia sufocar. Aaicos parou na porta não acreditava que estava diante de Kagaho. Olhou para o desespero de Ana e percebeu que como já suspeitara da ultima vez que os viu, ela o amava.

Ana sabia que precisava baixar a temperada dele, Hugo colocava um pano com água fria na testa dele, mas não adiantava. Aaicos viu que apesar de Kagaho ser mais baixo que ele e magro, era mais alto que Hugo e ele não conseguiria carregar Kagaho sozinho, pediu licença pra Hugo e chegou perto de Kagaho, logo Ana ficou na frente de Kagaho querendo protege –lo .

Aiacos: " Eu não vou machuca –lo, eu vi que tem um rio aqui, podemos coloca –lo lá e isso ajudara a baixar a temperatura"

Ana sabia que era o melhor a ser feito, mas estava com medo, afinal podia confiar em Aiacos?

Ana segurando as lagrimas "por favor, não o machuque, ele é tudo que tenho", deixou Aiacos passar e pegar Kagaho no colo, ela e Hugo os acompanhava de perto, Aiacos entrou no rio segurando Kagaho e Ana tbm entrou. Ficaram uns minutos assim e logo a febre cedeu. Aiacos levou Kagaho para cama e Hugo foi trocar a roupa dele.

Ana percebeu que os pontos que fizera romperam e Aiacos não demonstrou em nenhum momento a dor que sentia, pelo contrario, parecia querer acalma – la enquanto segurava Kagaho no rio. Ana o levou para o seu quarto e começou a costurar novamente a pele dele.

A: " Desculpa, eu não percebi que haviam rompido. Que tola, você não podia fazer esforço."

Ai: " Esta tudo bem, você leva jeito pra isso" – sorriu tentando esconder a dor.

A: " toma, beba e assim que eu terminar, troque de roupa, vou pegar umas roupas secas pra você"

Ela estava sentada na cama fazendo o curativo, o olhou nos olhos e "Aiacos, obrigada".

Ele segurou em sua mão e sentou na cama, assim que ela finalizou o curativo "acho que quem esta em debito aqui sou eu. Kagaho é um homem de sorte."

Ana puxou a mao um pouco sem jeito e foi se trocar. Viu que Kagaho dormia. Logo Joana chegou e Aiacos apareceu na cozinha para se despedir e agradecer mais uma vez o que Ana fez por ele.

A: " Você salvou a vida de Kagaho e não há o que agradecer, mas não posso deixar você sair assim, vejo que o curativo já esta manchado de sangue, você não tem como andar de charrete ou andar debaixo desse sol, precisa de repouso"

Ai: " não posso abusar, você já fez demais."

Ana andou ate ele e olhou nos olhos " todos nós precisamos de uma segunda chance, talvez você deva se dá uma" – sorriu

A : "pfvr, fique"

Ana pediu para Hugo ficar mais alguns dias, apesar de acreditar na mudança de Aaicos, não sabia exatamente o que ele sentia por Kagaho, não pareciam ser amigos da ultima vez que se viram, mas tantas coisas aconteceram, ela mudou, provavelmente ele também, ele salvou a vida de Kagaho, mas queria ter certeza que Kagaho estava seguro.

Aiacos: " Ficarei, mas por favor a partir de hoje me chame de Sukyo"

Os dias se passaram e Ana foi percebendo que Sukyo era diferente de Aiacos, que tinha encontrado um amigo, Hugo voltou para sua casa e passava o dia.

Logo Ana percebeu o interesse mesmo que discreto e tímido da sua amiga por Sukyo. Não podia negar que ele era extremamente bonito, educado, culto, um cavalheiro.

Assim que Kagaho melhorou Ana decidiu contar sobre Aiacos e que ele moraria com eles, falou com calma e explicou que Aiacos salvou a vida dele, que parecia mudado e ela sentia que era verdade.

Kagaho não acreditou e ficou preocupado com a segurança de Ana, sabia que Hugo não seria capaz de controlar Aiacos que era bem superior fisicamente a ele.

Sukyo começou a cortar lenha, fazer reparos na casa, cuidar do quintal, ajudava no que precisavam.

Ana levava um suco para ele que estava cortando lenha " nunca imaginei que fosse tão prendado" – falou brincando e sorriram.

Ali começava uma amizade, gostava de conversar com ele e ele gostava da inteligência dela, ficavam horas conversando. Logo Hugo passava o dia, mas não precisava ficar ate Ana chegar, Sukyo o ajudava com Kagaho e levava Joana para casa, quando ela não ia com Hugo. Ana percebeu que Joana gostava de ficar ate um pouco mais tarde para Sukyo a acompanhar. Às vezes Joana trazia seus dois irmãos, Sukyo e Hugo brincavam com eles, Ana os adorava, o único que não gostava muito era Kagaho.

Menino: " por que a tia Ana vive com esse homem morto?"

Joana: " não fale assim dele, respeite o senhor Kagaho e saia do quarto dele.

Sukyo além dos trabalhos e, casa e da ajuda que dava com Kagaho, fazia uns trabalhos pelo vilarejo, em outras fazendas, mesmo Ana falando que não precisava, ele não queria ser um peso com ela e mesmo que modestamente ajudava nas contas da casa.

Kagaho - Segunda chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora