Conversas

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Ana estava cansada, passou o dia todo em pé com as atividades da escola. Descia da carroça ansiosa para ver sua filha e tomar um banho.

Quando entrou não encontrou Joana na cozinha e foi até o quarto do bebê e ficou sem reação com a cena diante dos seus olhos: Kagaho.

Benu estava com a bebê em seu colo, ela dormia tranquilamente. Ele não se virou, mas sabia que ela estava os observando, ele conhecia seus passos, seu cheiro, sua respiração.

Falava calmamente para Ana enquanto olhava para o bebê – não sabia que era uma menina. Ela é linda! – a colocou no berço com muita habilidade.

Ana ficou surpresa pela bebê não chorar com ele, já que ela chorava com pessoas desconhecidas.

Enquanto colocava o bebê no berço – eu estava a esperando. Joana esta lá fora e a bebê chorou. Vi que estava suja e a troquei.

Ele se virou sorriu ao vê-la e caminhou até a ela que permanecia parada o olhando, a abraçou. Ficaram alguns minutos apenas abraçados.

K: Acho que nunca a vi tão calada.

Ana após o longo abraço, inspirava o cheiro dele e aos poucos voltava para a realidade - Preciso tomar um banho e falar com a Joana.

Benu sorriu e Ana não soube definir a sensação diferente que sentiu perto dele.

K: Tudo bem. Eu a espero.

Após tomar banho e olhar a bebê se surpreendeu ao ver que Kagaho tinha arrumado a mesa para o jantar.

K: Tomei a liberdade de arrumar a mesa para jantarmos, sei que mal teve tempo de se alimentar hoje.

A: Como sabe disso?

K: Eu a vi na escola.

A: Por que não foi lá?

K: Não queria atrapalhar o seu trabalho.

Os dois jantavam em silencio. Ana o observava, ele estava diferente, sua voz mais calma, seus olhos, sua postura menos arrogante. Quando acabaram o jantar Kagaho a ajudou a arrumar a mesa.

K: Sua filha é muito bonita. Qual é o nome dela?

A: O que você quer me falar?

Benu a observou, ela estava um pouco tensa.

K: Eu queria fazer um pedido na verdade.

A: Um pedido?

K: Gostaria que fosse a minha casa.

Ana se mostrou receosa.

K: Pode levar a sua filha.

- Estou um pouco ocupada esses dias, Kagaho. – Ana não mentiu, realmente estava muito atarefada – É só isso que queria me dizer?

Benu pegou na mão dela e uma pequena eletricidade passou pelos corpos deles.

K: Eu sei que esta magoada comigo.

Ana puxou a mão – acho melhor você ir.

K: Sim, já esta muito tarde.

Kagaho sabia que ele havia magoado, se lembrou do olhar dela pedindo para que ele não a deixasse.

........

Após alguns dias a casa de Ana estava agitada, Joana e Hugo faziam os últimos preparativos para a pequena festa, havia outras pessoas, no total umas dez pessoas que aguardavam o retorno de Suikyo.

Ana perguntava para Joana – será que ele irá gostar? Sei que chegará cansado, mas nossos amigos queriam demonstrar para ele como sentimos sua falta.

Kagaho - Segunda chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora