Colegas de quarto

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Ana, Suikyo e Kagaho tomavam café de manha.

S: Cadê Joana?

A: A irmãzinha dela esta doente e ela precisará ficar alguns dias ausentes.

S: Entendi. Eu tenho uns compromissos a tarde, posso ficar com Sui agora de manha para você ir à escola e a tarde você fica com ela.

A: Hoje eu tinha varias coisas para fazer na escola, mas vou adiar. Ficarei com Sui.

K: Não precisa. Pode ir, Ana.

A: Obrigada, Kagaho. Vou tentar chegar mais cedo.

K: Não precisa. Ela ficará bem.

Suikyo olhou desconfiado para Ana - Tem certeza? Ela não gosta de ESTRANHOS.

K: Eu não sou estranho!

A: Não se preocupe. Eles ficarão bem.

Sui já dava seus primeiros passos. Lembranças passavam na mente de Kagaho.

Quando viu Sui se virando, esticando os braços e sorrindo para Suikyo que chegava.

- Vem para o papai, minha flor! – falava Suikyo quando a pegava no colo.

- O quê? Você não é pai dela! – Kagaho falou alterado.

S: É claro que sou! Ela tem meu sobrenome!

K: Você é patético! Ela tem o sobrenome da Ana! Ana te deu por pena.

S: De qualquer jeito é o nosso sobrenome, nossa família!

K: Você não é da família!

- E você é? Você é insuportável, Benu! Agora vai olhar o fogo porque estou sentindo um cheiro de queimado. Ah... esse avental fica ótimo em você e tira a papinha do cabelo! – Suikyo falou enquanto levava Sui para brincar no quintal.

Durante o jantar, Ana contava animadas as mudanças na escola.

- Kagaho, tudo bem ficar amanha com a Sui? Sei que ela dá muito trabalho! Eu realmente não sei como conseguiu cuidar dela, da casa e preparar esse jantar delicioso. Obrigada! – Ana falava admirando a beleza dele.

S: Realmente o jantar esta ótimo! Achamos uma tarefa que você consegue cumprir: ser dono de casa.

Ana o olhou com reprovação tentando esconder o sorriso.

S: Mas é verdade. Você devia ter visto como ele estava elegante no avental que estava todo sujo de papinha.

- Ana, quem você colocou como pai na certidão da Sui? – Benu o interrompeu.

Ana estranhou a pergunta – na verdade ainda não saíram os documentos dela, mas eu já tinha pensando nisso. Eu vou tentar colocar apenas o meu nome. Sei que não é comum, mas alguém tem que ser a primeira.

Ana sabia que seria difícil, era uma época que as mulheres ainda não tinham muita liberdade.

S: Acho encantador o jeito que você faz as coisas, mas caso queira saber. Eu ficaria honrado em ter meu nome na certidão dela.

A: Obrigada, meu amigo. Mas acho que seria estranho perante a lei somos irmãos.

K: Viu, Aiacos! Nessa família você é apenas o tio, o tio sem noção.

Ana percebia que eles estavam se provocando.

Sui começou a chorar e Kagaho se levantou – deixa que eu vou.

A: Não precisa. Você deve esta cansado.

K: Tudo bem. Eu gosto de fazer isso.

S: É... encontramos uma babá.

A: É impressão minha ou você e o Kagaho estão brigando para ter a atenção da Sui?

- Eu não preciso disso. Ao contrario de você, ela tem bom gosto! – falou sorrindo.

Quando Suikyo entrou no quarto viu que Kagaho estava ao lado da janela, olhando para fora.

- Demorou! – falou Benu sem se virar.

S: Estava me esperando? Eu estava no escritório. E Sui já dormiu?

K: Sim. Ela estava cansada. Eu preciso de um favor.

S: O quê?

K: Eu não tenho documentos. Pode ver isso para mim?

Suikyo ficou calado por alguns segundos – Claro!

- Obrigado! – Kagaho se virou para ele e bufou.

S: O que foi?

Kagaho deitou-se não suportava o habito de dormir pelado do seu colega de quarto.

Kagaho - Segunda chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora