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Kagaho abriu os olhos, estava amanhecendo olhou para o lado e viu que Suikyo ainda dormia. Jogou com força um travesseiro nele.

- Será que você não pode vestir uma roupa? – falou irritado.

Suikyo sonolento se levantava - Bom dia pra você também!

K: Qual é o seu problema?

Suikyo se espreguiçava bem devagar – eu gosto de dormir pelado. Se você tem algum problema é só ir embora.

Kagaho se levantou da cama – eu não vou embora – o barulho de crianças, cachorro latindo, pessoas falando chamou sua atenção – Que barulho dos infernos é esse?

Suikyo sorriu – Adoro seu bom humor matinal!

K: Por que você ainda esta aqui? Você não ia voltar para os seus passeios de barco?

S: Eu ia, mas agora prefiro ficar aqui. Por que algum problema?

E os dois começaram a discutir.

Ana e Joana pararam de conversar quando escutaram os dois.

J: Começaram.

As duas sorriam quando os dois saíram do quarto, Suikyo sorria e Kagaho estava com a cara fechada.

- Bom dia, minhas garotas! – Suikyo falou enquanto as beijava, Benu revirava os olhos.

- Bom dia! – Benu falou seco.

A: Dormiu bem, Kagaho?

K: Podia ter sido melhor se Suikyo não roncasse a noite toda.

S: Eu não ronco!

Joana servia café.

- Obrigado, Joana. Vejo que seus irmãos cresceram bastante – olhou para as crianças que brincavam no quintal com Marrom.

Os três tomavam café quando o cachorro todo sujo e molhado entrou em casa. Ana e Joana pediam para Marrom ficar quieto enquanto Suikyo sorria com a cena delas correndo atrás dele.

Kagaho olhou para o cachorro e ordenou – senta!

Ana, Joana e as crianças que entravam ficaram paradas olhando Benu, ele ainda assustava.

O menino ficou surpreso - Ele obedeceu!

S: Claro! O cachorro tem medo de ser mordido pelo Kagaho.

Todos sorriram, menos Benu.

A: Vou trocar de roupa. Marrom me sujou. Como pode se sujar todo?

Suikyo olhou para as crianças sorrindo – isso é a arte de vocês! E o banho também.

K: Quer que eu a acompanhe?

A: Não, obrigada. Eu vou de carona com um amigo.

- Que amigo? – falou áspero demais.

A: Um amigo da escola.

- Não gosto que ande com desconhecidos. Eu vou levá-la. – afirmou.

Joana e Suikyo olhavam a cena.

A: Não há espaço na carroça – falou sincera - Pode ir mais tarde com a nossa carroça.

K: Fale para ele ir sozinho. EU levo você.

- Kagaho, eu já falei que não precisa. – falou firme e saiu.

Kagaho ficou olhando enquanto ela subia na carroça com o rapaz que a aguardava. O rapaz sentiu o peso do olhar de Benu sob ele.

S: Nossa! Continua assim... é um ótimo jeito de reconquistá-la.

Kagaho cerrava os pulsos enquanto via a carroça se afastando.

Joana se aproximou dele – Não fique assim. Ele é só um amigo que Ana esta preparando para ajudá-la na escola.

K: Ajuda-la?

J: Sim, as crianças dos vilarejos vizinhos estão vindo para cá e Ana esta ampliando a escola. Suikyo a ajudava, mas agora ele esta sem tempo.

Kaganho olhou para Joana, estava mais calmo – obrigado, Joana – e se retirou.

............

A noite os três jantavam.

S: Ana, eu realmente acho interessante a gente investir nessa rota. Acho que abrirá novas portas...

A: Novas descobertas. Pode fazer! Eu confio em você.

Kagaho bufou – Ana, eu soube que está sobrecarregada na escola, que precisa de ajuda.

- Sim, sem Suikyo eu estou com mais tarefas, mas não se preocupe. Esta tudo bem. – sorriu gentilmente para ele.

S: Desculpa, minha querida. Eu queria ajudar, mas agora preciso estudar, conhecer essas novas rotas, contratos.

A: Tudo bem! Eu nem sei como consegue fazer isso.

S: Quando eu era juiz...

K: Do submundo, bla bla bla. Já sabemos a historia. Você vai falar que trabalhava muito e nos encher com alguma historia desnecessária.

A: Kagaho!

S: Deixa, Ana! Sabe que ele é assim. Ele sempre teve muito tempo livre desde da época que estávamos no submundo. Na verdade eu estava no submundo, ele nunca estava.

Kagaho se controlou para não responder – Então, Ana. Como Aiacos falou estou com tempo livre e vou ajudá-la.

A: Tem certeza?

S: Você vai trabalhar na escola? Com crianças?

K: Então, Ana. Agora você pode dispensar aquele seu amigo. Você não precisa mais dele.

- Como? Kagaho... – Ana ia terminar quando escutou Sui chorando e saiu para o quarto do bebe.

Suikyo olhava incrédulo para Kagaho.

- O que foi agora, Aiacos? Por que me olha com essa cara? – Kagaho falou irritado.

S: Você se escuta?

Kagaho se levantava da mesa irritado indo em direção ao rio que passava atrás da casa.

Olhou para a janela e viu Ana cantando para Sui que estava em seu colo, sentiu um calor em seu peito e sorriu, guardaria aquela imagem para sempre.

Kagaho - Segunda chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora