Novos sentimentos

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Suikyo estava consertando o telhado de um velho fazendeiro, era um bom homem e criou uma amizade entre eles, um dia Ana foi visitar o bondoso senhor e encontrou Sukyo por lá. O velho era viúvo e era muito querido no vilarejo. Ana sempre ia deixar seus remédios e ver como o velho amigo estava.

S: "Ana, se não estiver com muita presa, me espera que já vou terminar, tomar um banho e podemos ir juntos pra casa." –falava do alto do telhado

A: " tudo bem. É bom que dou um jeitinho na cozinha de alguém aqui que anda muito bagunceiro! "

Sukyo estava guardando as ferramentas e conversava com o velho no quintal, enquanto Ana organizava a cozinha.

V: " meu filho, posso te da um conselho?"

S: "como se o senhor não fosse dá se eu recusasse, ne? Mas me diga, meu amigo, que conselho posso precisar?" – falou sorrindo.

V: " Sabe, eu sei que os tempos mudaram, mas algumas coisas nunca mudam, o dia que eu olhei pra uma mulher igual você olha pra aquela bela jovem, eu casei com ela. Não ficava babando pelos cantos."

Sukyo ficou constrangido, era experiente e sabia o que sentia por Ana, mas sabia que ela amava outro, por isso, escondia o que sentia por respeito ao sentimento dela.

S: " Não posso amar sozinho, ela já ama outro."

V: "Meu filho, vocês são amigos, vejo como conversam, sorriem juntos, como você cuida dela e o carinho que ela tem por você, é um ótimo terreno pra brotar o amor, não acha? Será que não vale a pena limpar o terreno e plantar algo, quem sabe se a ela não corresponde a semente plantada? Sei do moço que ela cuida, pobre rapaz, mas os médicos já falaram que não há cura. Ela é muito nova e muito bela pra passar a vida amando quem nunca a amara de volta. Não acha que ela merece algo melhor? Que você merece algo melhor? Mas é só a opinião de um velho"

Suikyo tomou seu banho e ficou pensando, seria justo com Ana, com ele, tal destino? Ele não acreditava que Kagaho melhoraria e mesmo se melhorasse não seria homem pra ela, ninguém suportaria aquele temperamento explosivo. Não entendia como alguém gentil, doce igual Ana se apaixonaria pelo insuportável Kagaho.

Sabia que de alguma forma mexia com Ana, mesmo que fosse algo físico, algumas vezes cortava lenha sem camisa porque via como ela tentava desviar os olhos de seus músculos.

Alem da admiração pela inteligência, atração pela beleza dela e gratidão por através dela ter encontrado sentido pra sua vida, sabia que era algo a mais. Ali naquele lugarzinho simplório, ele tinha encontrado tudo, amigos, um trabalho, uma vida, um amor.

Decidiu que ia tentar, sabia que ela não abriria mao de Kagaho, mas talvez ela encontrasse um lugar no seu coração pra ele também. Kagaho nada poderia fazer, infelizmente estava condenado a vegetar e Ana era nova, tinha toda uma vida pela frente e ele seria feliz se ela dividisse com ele.

O vilarejo se preparava para a tradicional festa da colheita, Suikyo estava animado ajudando os moradores que o consideravam um deles. Ana estava na escola terminando alguns enfeites para festa com as crianças. Sukyo foi busca – la e viu como ela amava crianças. Arrumaram as coisas e foram pra casa.

S: "Ana, você pensa em se casar?"

Ana surpresa "Nossa! Essa me pegou de surpresa! rs Não paro pra pensar muito nisso, mas provavelmente isso não é pra mim, eu quero ser livre, escolher o meu destino. Sabe que os homens querem mulheres para ficar dentro de casa e dar filhos. Não que seja errado, mas eu quero ser dona de mim. Eu amo a minha liberdade."

S: " Não acho que esteja errada, mas há homens que conseguem ver suas companheiras como iguais e respeitar seus sonhos"

A: " Não sei, não quero correr o risco de me casar com um homem e com o tempo ele querer me controlar. Sabe, o mundo seria um lugar melhor se os homens fosse iguais a papai e você! Mas me diga que interesse é esse em casamento, por acaso, esta pensando em casar?"

S: " Talvez"

Ana sorriu, ele e Joana seriam felizes.

Continuaram conversando sobre outros assuntos, eles se entendiam, mesmo quando discordavam um do outro, era sempre um dialogo saudável e respeitável.

Kagaho - Segunda chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora