Amigos

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Hugo estava de folga, Sukyo limpando o quintal, cuidando de alguns bichos que começou a cultivar e Ana estava no quarto dando a sopa de Kagaho quando Joana entrou.

J: "Posso falar com voce?"

A: " Oras, sempre!" – Ana percebeu o constrangimento de Joana para iniciar a conversa.

A: " Eu já sei sobre quem é e não olhe assim para Kagaho, mesmo que ele falasse, ele não contaria pra ninguém, ele não é muito de se importa com essas coisas." – sorriu

J: " Esta tão na cara assim?"

A: " Um pouquinho! Mas não se preocupe você é muito discreta, mas eu como mulher percebi e é bem compreensível!"

J: " Eu gosto muito dele, mas acho que não é recíproco."

Kagaho entendeu que Joana gostava de Aaicos e queria sair dali, escutar aquele papo estava revirando o estomago.

A: " Não diga isso. Tudo bem que eu também não percebi algo dele, mas ele não é o tipo de homem que demonstra essas coisas, eu acho!"

J: " Ah... ele é tão bonito!"

A: " Com todo respeito, devo concordar!" – as duas gargalharam e Kagaho sentiu seu corpo esquentar, sabia que Ana não era dele, nem de ninguém, era livre e poderia escolher quem ela quisesse, mas sentiu um desconforto em ouvi – la falar de Aaicos assim.

J: " Por favor, me de algumas dicas de como me aproximar e ele perceber o que sinto."

A: "Ah, amiga, eu queria te ajudar, mas não sou a melhor pessoa pra esse tipo de conselho"

J: " Como assim, Ana? Você é tão estudada, viajou para tantos cantos, não me diga que nunca teve um namorado?" – falou surpresa.

Viu que Ana corou.

J: " Desculpa, eu não quis ser desrespeitosa."

A: " Você não foi, não se preocupe e saiba que você não é a primeira a achar isso. Mas vamos focar no que interessa, procurarei ajuda- la, agora não sei como, mas vou encontrar um jeito. Mas uma coisa é certa, você precisa conversar mais com ele."

J: " Eu não sei conversar como vocês, vocês são tão inteligentes."

A: " Ei, não se diminua. Realmente ele é um homem muito culto, conheci poucos homens com tanto conhecimento assim, mas ele é um homem têm outras qualidades e uma delas é o bom gosto por comida e não faça essa cara que vejo como ele fica feliz quando sabe que é você que fará a janta e não eu."

"Aiacos é patetico" – pensou Kagaho, mas teve que concordar sobre a comida, Ana cozinhava muito mal, Joana tinha o dom, sua comida apesar de simples era perfeita. Assim como Aiacos, Kagaho tinha tido uma educação diferenciada, ampla, afinal não era qualquer um que podia ficar na presença de um deus. Precisava saber se portar, ter postura, saber falar.

Kagaho não queria sentir aquilo, mas algo dentro dele gritava que não era por Joana que o estúpido do Aiacos estava interessado, apesar de nada falar, ele percebia que a respiração, o tom da voz de Aiacos mudava na presença de Ana.

Ana acabou a sopa de Kagaho e saiu do quarto com Joana.

A: "Eu não falei lá dentro porque não queria que Kagaho escutasse, mas eu nunca tive um namorado, a verdade é que o único homem que beijei foi ele!"

Joana às vezes pensava que Kagaho não ouvia, na verdade era apenas um corpo sem alma pra ela. Ficava com pena de Ana que tinha esperança na recuperação dele.

J: " Oh, vcs já se beijaram! Você o ama, ne?"

A: " Acho que sim"

J: "Ana, não fique chateada, mas se ele não melhorar, você passara a vida sozinha?"

A: " Não precisa ficar com medo de me chatear, acredito que mesmo quando ele melhorar eu passe o resto da vida sozinha. Kagaho nunca me pareceu alguém que queria casar e ter família e esse também não é o meu sonho."

J: " Não entendo, me parece triste não ter um marido e ficar sozinha."

A: " Não pense que ter um marido é sinônimo de não se sentir sozinha, ou que eu não tendo alguém estou sozinha"

Logo estavam jantando ao redor da mesa, Hugo, Ana, Aiacos, Joana e Kagaho que estava sentando próximo, mas Ana já havia dado a janta dele, falavam sobre o festival.

H: " Esse ano não irei ao festival, desde que Maria me trocou por João não quero ver a cara deles, não irei."

S: " Não seja bobo, precisa ir pra mostrar como esta bem."

J: " E você Ana, vai?"

A: " Não"

S: " Por que? Esta tão empenhada com a organização!"

H: " Senhorita Ana nunca sai!"

Ana sorriu: " Não diga isso!"

H: "Mas desde que mora aqui ajuda nas organizações, mas nunca vai. Isso porque a maior parte do dinheiro é seu!"

A: " Eu não posso ir, pra falar a verdade eu nem sei me portar numa festa assim."

Todos sabiam o verdadeiro motivo dela não ir: Kagaho.

S: " Acho que nesse você deveria! Hugo pode cuidar de Kagaho já que não vai."

J: " Você precisa ir é tão lindo, tão animado! Não deve ser igual as festas que você esta acostumada la na sua terra, mas todos iam ficar felizes se você fosse."

A: " Eu não costumava ir em festas aonde morava, papai não gostava e eu nunca fui a uma festa."

J: " Você nunca foi a uma festa, nem de salão?" – perguntou assustada.

A: "Não, foquei meu tempo em outras coisas. E também nunca tive amigos, vocês são os únicos amigos que já tive na vida, depois de papai. Quando cresci passei a vida viajando, eu nunca parei tanto tempo em um lugar".

J: " Ah, mas agora você vai e não aceito não!"

S: " Isso ai! E eu a convido como minha acompanhante, você e claro a Joana também. Nada me faria mais feliz do que ser o homem acompanhado pelas mais belas damas da festa!"

H: " Ue! Se for pra levar as duas eu também quero ir, já pensou na cara da Maria?"

Sorriram e logo Hugo e Joana foram embora.

Kagaho adoraria dá um soco na cara cínica de Aiacos.

Kagaho - Segunda chanceOnde histórias criam vida. Descubra agora