Como posso iniciar essa história... Não faço ideia. Mas vou tentar começar pelo começo mais relevante possível. Bom, a maioria das pessoas que carregam algum tipo de transtorno, teve uma infância traumática, uma gravidez turbulenta. Esse não era o meu caso, então para todos os efeitos estava tudo bem comigo! Eu tinha pais casados, uma família teoricamente estruturada. Ainda assim era um lar de muitas brigas. Porém eu amava meus pais, não queria que eles se separassem e me abandonassem. Ao mesmo tempo, eu percebia que eles não estavam felizes e não queria ser o único peso na vida deles que travava a felicidade de ambos. Então decidi ser firme, eu precisava ser uma criança forte. Além disso eu ia continuar tendo pai e mãe, só não iam mais morar na mesma casa. Eu precisava entender e ser madura. Vi que minha mãe estava chateada após uma briga, sentei ao lado dela e disse:
-Mamãe, por quê você não solta do papai? você não merece viver isso mãe.
Ela apenas parou um minuto, me olhando com os olhos cheios de lágrimas, tocou meu rosto e saiu. Me partia o coração ver ela daquele jeito.Naquele momento em que ouvi minha própria filha, uma menininha de 4 anos me dizendo aquilo, eu entendi que estava no lugar errado e precisava tirar ela daquela situação. Foi quando decidi me separar do pai dela.
Eu era uma aluna exemplar. Tinha as melhores notas da turma, fazia parte da turma prodígio, os primeiros a aprenderem a ler. Ficávamos em uma salinha separada, onde nosso desenvolvimento era maior e não podia ser diminuído por conta do restante da turma que não nos acompanhavam. No total éramos 8.
Meu pai sempre passava para me buscar nos finais de semana, e, às vezes ficava até mais. Eu amava estar com ele, andar de moto, aventurar, ouvir suas histórias engraçadas, assistir desenhos que minha mãe nunca deixou. Por outro lado, quando eu estava com a minha mãe tinha minhas amigas da minha religião e da minha família que eu amava muito. Estava tudo maravilhoso, até que...
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Distorção Borderline
Non-FictionConflitante, você consegue fazer uma distinção entre o real e o imaginário? Essa leitura vai te fazer duvidar de suas próprias capacidades cognitivas e assim entender com perfeição como funciona a mente de uma pessoa com o distúrbio, desde o início...