Capítulo XVI - Rompimentos

2 0 0
                                    

(Já não estava sendo fácil pra mim ter que suportar toda aquela dor se cabeça o dia todo, pra piorar minha mãe descobre? logo agora? era só o que me faltava. E agora? Ela vai brigar e acabar comigo, tirar meu celular e vai ser um inferno. Quem foi a lazarenta que contou? Ou lazarento né. Juro que um dia ainda acabo com a vida dessa pessoa, de verdade.)

-Que Phillip, mãe?
-Você é uma mentirosa! Eu já sei de tudo. Dissimulada e falsa. Me dá o seu celular agora.
-Não.
-Me dá agora! Não estou pedindo, estou mandando.
-Tá, deixa eu só...
-Não deixo nada! Me dá agora, Sofie!
-Olha só isso aqui! A Mary tirou um print desse facebook seu que eu nem sabia que você tinha e me mandou, Sofie. Esse garoto nem bonito é. Vai ficar 1 semana sem celular.

Meu dia não podia ficar pior. Eu tinha visto uma traição do meu namorado, uma pessoa que eu gostava muito, tinha levado um pé na bunda do cara que me botou o chifre e pra piorar minha mãe rígida tinha descoberto tudo. O que eu fiz pra merecer isso? Por quê?

De verdade, tudo que eu queria neste momento era uma mãe amiga, como minha tia é, que me ouvisse e falasse: Por que você gosta dele filha? o que te atraiu nele? Como você está se sentindo hoje? Estou percebendo que você não está muito bem. Olha, eu sinto muito por isso ter acontecido com você, mas ambos são crianças e ele não tem maturidade, por isso fez isso. Depois eu nem me importaria se ela zoasse com algo do tipo:
-Um menino feinho desse, ainda é repetente.

Mas não da forma como ela falou, humilhando, jogando na cara e falando palavras duras, tudo que eu não precisava ouvir. E mais: me castigando após tudo. Já não era castigo suficiente tudo que eu estava passando? Mas tudo bem, ela não sabia tudo que estava acontecendo. Como ela saberia?

Isso só foi nos afastando a cada dia mais, eu queria menos ainda contar as coisas pra ela por medo de acontecer de novo. De ela me castigar de novo e eu sofrer duas vezes sem necessidade. Aqui ainda vivíamos um namoro inocente e se eu tivesse apoio, o apoio dela, com certeza eu nunca teria evoluído mais nisso.

As coisas foram evoluindo. Lembram da Rummer? Quando ela me via ficando com o Phillip, ela sempre me perguntava se eu era virgem. Eu dizia que não, mas não sabia por quê eu falava aquilo. Eu simplesmente mentia dizendo que não era. Porém aquilo foi me complicando cada vez mais pois, diferente da antiga escola, nessa não era comum as meninas perderem a virgindade cedo. Então elas queriam saber os detalhes, eram curiosas assim como eu era. E eu acho que queria muito ser aceita por elas, ter assuntos e que as pessoas me procurassem para estar com elas, nem que fosse para saber algo sobre assuntos sexuais. Então eu precisava perder logo a minha virgindade pra saber contar esses detalhes pra elas!

Fiz amizade com uma menina chamada Cindy. Ela era muito parecida comigo em muitos sentidos e, por coincidência descobri que ela também tinha sido namorada do Phillip na mesma época que eu. Nossos assuntos sempre eram voltados ao Phillip, nós ríamos durante horas com isso. Eu gostava muito de estar com ela também mas, não a ponto de ser a minha pessoa favorita. A minha pessoa favorita era a Rummer. Eu também gostava muito da Brenda mas, a Rummer era diferente. Eu passava mais tempo com a Rummer, ela me ouvia mais, me achava engraçada. Nossa amizade foi se tornando cada vez mais forte, até chegarmos no 9° ano.

Distorção BorderlineOnde histórias criam vida. Descubra agora