Distorção Borderline

Capitulo IV - Incertezas

Não, eu não estou aguentando! Parece que se passaram muitos anos, eu só quero ver meu pai. Eu faria qualquer coisa pra ter ele aqui agora. Pela primeira vez eu sinto que vou explodir, que dessa vez não vou aguentar ser forte! Vou ter que falar com a mamãe.
-Filha! você está tão quietinha... O que está acontecendo?
- (Eu não ia contar pra ela... mas não vou conseguir segurar, meus olhos já estão cheios de lágrimas.) Mãe eu quero ver o papai. Ou pelo menos liga pra ele mãe, eu não aguento mais. Deixa eu ver ele pelo menos uma última vez?
-Filha... (Eu não posso fazer isso, mas não aguento ver a Sofie assim. Vou ligar para a advogada para ver se posso fazer o pai dela ligar pra ela, porque desse jeito não dá.)

Por que minha mãe está dando as costas? Será que eu fiz algo errado? Ai não, eu sabia que não deveria ter contado nada. Que droga, agora todos vão ficar tristes e com raiva de mim. Ah ela está voltando! Meu deus, ela vai brigar comig...
-Filha, vamos lá pra vovó? leva seu vestidinho branco que você gosta.
-(Ufa! pelo menos vou poder brincar com a minha prima Jasmine) Tá bom mamãe.

Acordo cedo no outro dia, animada! Na nossa casa não costumava ter água pela manhã, então normalmente a dona Domingas puxava a água de madrugada para lavar a louça e dependendo até tomava banho se sobrasse mais um pouco. Então nesse dia, minha mãe tinha deixado preparado um copinho de bar pelo menos para me deixar um pouquinho cheirosa. Ela arrumou meu cabelo, me vestiu com o vestido branco que eu tanto amava e foi andando comigo em direção á casa da minha avó. Quando chegamos na frente da casa da minha avó, eu perguntei:

-Mãe, por quê estamos passando da casa da vovó?
-É que tem alguém especial que veio te ver. Vai caminhando até aquele carro preto ali, a mamãe te espera aqui, te olhando.
- (Quem será que está naquele carro? a mamãe sempre diz pra não entrar no carro de estranhos. Mas esse carro me parece muito o do papai, inclusive, que saudades dele...)
-SOFIIIIIII!!!