Capítulo 7

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Nessa noite não tive pesadelos como sempre vem acontecendo, meu sono foi tranquilo desta vez

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Nessa noite não tive pesadelos como sempre vem acontecendo, meu sono foi tranquilo desta vez. Sonhei com um campo de flores silvestres no alto duma colina. O lugar era perfeito, a vista era de tirar o fôlego, eu me sentia tão bem naquele lugar, ele me trazia uma paz sem igual. Meus cabelos estavam curtos e o vento os deixava esvoaçados, minhas roupas eram normais, eu não vestia o hábito como faço em todos esses anos, ali eu era apenas a Melissa, não uma noviça cheia de problemas.

Era como se eu estivesse no meu verdadeiro paraíso, vivendo sem preocupações. Meu coração estava leve, sem angústias, era como se tudo tivesse desaparecido e sobrado somente eu. Queria ficar naquele lugar para o resto da minha vida, mas infelizmente era apenas um sonho. Uma ilusão de algo que nunca irei ter.

Acordei triste por saber que nunca irei viver aquilo. Tomei minha decisão, irei me tornar freira, não tenho escolhas, preciso fazer isso ou irei para o olho da rua. Se eu for expulsa desse lugar irei ter que voltar para cidade pedir ajuda, lá se minha mãe estiver viva ela irá me encontrar.

Pensei em pedir ajuda para a senhora Florence, mas não quero colocá-la em risco. Hoje ela já deve estar com a idade avançada, ele pode até está morta. Sinto sua falta, ela é a única coisa do meu passado que tenho saudades.

Me levantei com o coração apertado, uma sensação diferente, pressinto que minha vida irá mudar drasticamente depois de hoje. Acredito que deve ser por conta da minha decisão e por meu medo da madre me punir. Ontem não fui jantar, chorei até dormir, tenho consciência do que fiz. Mas eu simplesmente não poderia encarar todas depois do que houve.

Ninguém fez nada para me ajudar, o padre deveria ser o primeiro a protestar contra a madre, eu não tenho voz com as madres, mas ele tem, se o mesmo tivesse dito que eu estava na capela orando pedindo a Deus uma solução para meus problemas tenho certeza que a Madre entenderia.

Mas não, ninguém não fez nada. Fiquei com raiva de todos ali, menos a Madre Tereza, sei que se ela pudesse com certeza me ajudaria. Meu coração se encheu de rancor. Chorei por isso também, pequei mais uma vez, ultimamente estou pecando tanto.

(...)

Estou trançando meus cabelos para colocar o hábito, o dia vai ser longo. Primeiro tenho que tomar o café da manhã, ouvir o que a madre tem a me dizer e logo depois ir falar com o padre para informá-lo da minha decisão. Estou terminando meu penteado quando ouço uma batida leve na porta.

- Entre. - Comuniquei.

Nicole entrou em meu quarto com seu sorrisinho maldoso, ela tinha uma caixa de papel mediana nas mãos. Na caixa tinha uma etiqueta com algumas informações, ao lê-las soube serem as doações, uma pequena parte dela acredito.

- Bom dia Nicole.

- Bom dia Melissinha, estou vindo da sala da madre. - Ela disse alegre.

- Que bom! Nicole.

Senhor LancasterOnde histórias criam vida. Descubra agora