Capítulo 12

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Mal notei quando Aleksander saiu do quarto, meu corpo dói muito, o gosto de sangue em meus lábios é horrível

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Mal notei quando Aleksander saiu do quarto, meu corpo dói muito, o gosto de sangue em meus lábios é horrível. Sinto que um carro passou por cima de mim várias vezes, meu abdômen está terrivelmente dolorido, não consigo me mover um mísero centímetro sequer que uma dor tenebrosa toma conta do meu corpo.

A surra de Aleksander me lembrou minha mãe, na época que ela me espancava sem piedade. As lembranças misturadas com a dor física me torturam por dentro. Não tenho paz, fecho meus olhos e as imagens de minha mãe me espancando vem com tudo, tenho muito medo dessas lembranças nunca irem embora. Faço um movimento brusco sem querer e meu corpo parece que irá se quebrar no meio.

Não sei quanto tempo se passou, continuei na mesma posição no chão frio que Aleksander me deixou sem mover para nada. O carpete está cheio de sangue, minha boca tem um gosto amargo que vai piorando com o tempo. Minha cabeça lateja de dor, como se meus fios tivessem sido arrancados um por um.

Ouço o trinco da porta se mexer. Deus que não seja ele, não irei aguentar. Para minha sorte não era ele e sim duas mulheres. Uma estava com roupas formais e uma pasta preta, ela era linda e muito elegante. Já a outra era, uma empregada, reconheci pelas suas roupas, ela deve estar na faixa dos seus 40 anos, seu rosto meigo me lembrou a senhora Florence.

— O senhor Lancaster não gosta de enrolação. Sugiro que faça o que tiver que fazer imediatamente. — A empregada falou.

— Claro, deixe-me preparar o medicamento.

— Que medicamento? O que vocês vão fazer comigo? — Perguntei. As mulheres levaram um susto com minha voz. Penso que elas acreditavam que eu estava dormindo ou desmaiada.

— Ordens, mocinha. — A empregada tomou frente respondendo.

— Por favor, saiam daqui. — Fechei os olhos sentindo uma enorme dor em minhas costelas.

— Não podemos, são ordens. — A outra mulher respondeu. Ela tinha uma seringa na mão, pronta para injetar em alguém, e esse alguém sou eu.

— O que é isso?

— Remédio querida, apenas remédio. — Ela sorriu falsamente. A mulher que presumo ser médica parecia ser aquelas enfermeiras que fala que a vacina não irá doer, mas dói muito.

— Não quero, saiam daqui. — Abaixei minha cabeça deixando algumas lágrimas caírem.

— Infelizmente não posso. — Às duas vieram para cima de mim se abaixando ao meu lado. A empregada segurou meu braço com força, imobilizando o mesmo. As mãos dessa mulher e meu corpo me causam nojo. Nojo de mim mesma, nojo por tudo que passei, nojo por deixar Aleksander me tocar, nojo por não conseguir lutar, nojo por eu ser tão fraca.

— ME SOLTE. — Gritei entre lágrimas.

— Fique calma querida. — A empregada falou, ela tinha um sorriso calmo no rosto, tentando me passar tranquilidade. Ela aperta meu braço com força para me manter no lugar, dói muito. Com os movimentos que tento fazer para me soltar, meu corpo vibra de dor.

Senhor LancasterOnde histórias criam vida. Descubra agora