19. Aquele com as Equações Não Resolvidas

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Eu mantenho um arquivo dos destroços  da minha vida
Preciso entender a arma na minha mente
Eles falam merda, mas eu amo toda vez e eu percebo
Não sou um sonho doce, mas sou uma noite e tanto...

(Nightmare - Halsey)

Passava a minha caneta rosa de pompom sobre o meu rosto, era macio, me relaxava e me fazia pensar

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Passava a minha caneta rosa de pompom sobre o meu rosto, era macio, me relaxava e me fazia pensar. Pensar no que iria fazer.

Não lembro quando todos esses problemas apareceram de uma vez só na minha vida. Quero dizer, eu já estava me preocupando com o relacionamento de Edward e Nancy, com o relacionamento do meu pai com aquela interesseira da Genevieve, e agora tinha a minha saída da equipe, minha incerteza sobre o futuro, e para completar, um problema de matemática na lousa, bem na minha frente. Irônico, não?

Olhei para o caderninho na minha mesa, onde havia anotado as principais aulas extracurriculares da escola, e revirei os olhos, já começando à riscar algumas.

Nem sei porque escrevi culinária, já que nunca havia me aventurado na cozinha. Música? Sem chance! A banda da escola é péssima, e ninguém conhece as pessoas que fazem parte dela. Marcenaria? Credo!

Revirei os olhos e risquei mais algumas, até que finalmente cheguei na última. Teatro. Seria legal tentar seguir os passos da minha mãe, e eu com certeza tinha talento. Céus, eu poderia virar uma atriz de Hollywood, e conhecer o Dylan O'Brien. Ai. Meu. Deus.

— Senhorita Woodsen?  –Desfiz o sorriso e olhei na direção daquela voz, encontrando meu professor de matemática, um velho rabugento que já devia ter se aposentado, me olhando, assim como outros alunos.

— Sim?  –Respondi, com uma voz um tanto confusa.

— Perguntei se sabe resolver o próximo exercício.  –Repetiu, ajeitando seus óculos fora de moda. Olhei na direção da lousa, vendo duas equações esperando para serem resolvidas, e Jason Dinckley, com seu ar superior e sorriso provocativo de sempre, provavelmente esperando para que eu o socasse.

Com o pouco que pude olhar, aquela equação gigante era difícil, eu não fazia ideia de como resolvê-la, mas Jason estava ali, e seu olhar já dizia tudo, ele estava me desafiando, e eu não fugia de um desafio.

— É claro.  –Sorri decidida e me levantei, pegando o pincel da mão do professor e indo em direção à lousa, ficando de frente para uma das equações, enquanto Jason estava ao meu lado, já respondendo a sua.

Sabe, as vezes eu queria saber o que se passava na cabeça de quem inventou a matemática. Tá, a gente aprender o básico, o que realmente usamos no dia a dia, tudo bem, mas havia problemas, como o que eu estava respondendo agora, que eu fico tipo: Pra quê? O que isso vai acrescentar na minha vida, nos meus relacionamentos, e no meu futuro trabalho? Aí eu chego à conclusão de que: Nada! Isso não vai acrescentar nada na minha vida, e eu acho tudo uma grande perda de tempo. Aliás, por que eu faço essa aula mesmo?

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