45. Aquele em que Elas Fazem as Pazes

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Eu acordei de manhã e me perguntei: por que está tudo igual a antes?
Eu não consigo entender, não, eu não consigo entender por que a vida segue dessa maneira
Por que meu coração continua batendo?
Por que estes meus olhos choram?
Eles não sabem que é o fim do mundo?

(The End Of The World - Skeeter Davis)

O clima daquela cafeteria parecia meio mórbido, do tipo em que todos que frequentavam possuíam uma rotina um tanto monótona e decadente

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O clima daquela cafeteria parecia meio mórbido, do tipo em que todos que frequentavam possuíam uma rotina um tanto monótona e decadente. Por exemplo, eu aposto que o cara sentado com o notebook à algumas mesas na minha frente, vem sempre aqui para trabalhar; ou que a moça concentrada em um livro, na mesa ao meu lado, vem aqui todos os dias para ler, como se aquele fosse o seu lugar de paz; ou que o cara na mesa do outro lado, enchendo seu café de açúcar, é apaixonado por ela, bem, considerando a posição em que ele está, e no fato de não tirar os olhos da garota. Ou então... não, não sendo pessimista dessa vez, eu me recuso a pensar que ele seja um stalker.

— Aqui estão.  –Meu olhar subiu para a garçonete parada ao meu lado, segurando uma bandeja. Ela tirou um copo e colocou na minha frente.  –O seu cappuccino.  –Agradeci com um sorriso, e então ela colocou uma xícara na frente de Genevieve.  — E o seu café com leite.

— Obrigada.  –A namorada do meu pai agradeceu, fazendo a garçonete sorrir e ir embora, depois de alegar que se precisássemos de mais alguma coisa, era só chamar.

Estiquei o meu olhar para a mulher de uniforme preto e avental branco que se afastava com a bandeja em mãos. O seu colega de trabalho sorriu quando ela se aproximou, então os dois começaram a conversar, algo que parecia ser bem agradável. Tenho certeza de que irão sair hoje.

A música que tocava também tinha um ar bem monótono, e principalmente melancólico: The End Of The World. Poderia ter uma trilha sonora mais perfeita que essa para este momento da minha vida? Claro que não! Talvez fosse mesmo o fim do mundo, do meu mundo. É claro que não afetava em nada os outros à minha volta. Céus, eles estavam pouco se fodendo! Era uma coisa bem dramática para uma garota de dezessete anos dizer, mas infelizmente era a verdade.

A partir de hoje, Summer Woodsen era uma garota sem rumo.

— Summer, ficar procurando erros nos outros não vai aliviar os seus.  –Arregalei os olhos com a fala de Genevieve, a olhando à tempo de presenciar um sorriso doce em seu rosto.

Enquanto esperávamos os pedidos chegarem, eu a contei sobre tudo o que fiz, desde o meu término com Edward e a chegada de Nancy, até o meu plano maquiavélico de destruir os dois e o vexame que dei na festa. Por incrível que pareça, eu me senti bem em confidenciar tudo aquilo para Genevieve, porque ela não direcionou olhares julgadores para mim em nenhum momento, nem mesmo agora, em que tinha todo o direito de me olhar horrorizada.

O Plano de Summer - LIVRO 1Onde histórias criam vida. Descubra agora