BÔNUS III: Aquele com a Conversa no Corredor

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Se eu pudesse te levar daqui, fingir que sou rainha
O que você diria? Você pensaria que eu sou irreal?
Porque todo mundo tem uma opinião sobre como eu deveria me sentir...

(Be Be Your Love - Rachael Yamagata)

(Be Be Your Love - Rachael Yamagata)

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NANCY BRIGGS


Encarei o uniforme sobre a cama e suspirei. Ainda não tinha muita confiança em relação ao que iria fazer, mas agora era tarde demais para voltar atrás. Eu não iria decepcionar todo mundo. E eu estava cansada de decepcionar.

Acho que a primeira vez que decepcionei alguém, foi quando eu literalmente estava na barriga da minha mãe.

Três anos depois que a minha irmã, Emma, nasceu, e minha mãe ficou grávida novamente, meu pai ficou bastante arrasado quando soube que não seria menino. É o que dizem.

Emma sempre foi a garota de ouro, popular, líder de torcida na escola, estudiosa, linda e gentil com todos. Era o orgulho dos pais, a melhor amiga que alguém poderia ter, e olha que ela tinha muitos, a garota dos sonhos de qualquer cara. Meu Deus, ela estava cursando medicina em Harvard.

E eu, bem, eu era o total oposto dela. Nunca tive muitos amigos, e os poucos que tive, foram se afastando com o tempo, até que não sobrou nenhum. Ninguém nunca parecia notar a minha presença, e eu até que entendia, já que era tímida demais para sequer tentar chamar a atenção de alguém.

Mas por alguma razão, por mais estranho que pareça, eu chamei a atenção dele.

Edward Boyer.

Por mais que estivesse acostumada à ler romances, à idealizá-los na minha mente, eu jamais imaginaria que fosse acontecer comigo... de verdade. Quero dizer, eu era só uma garota nova na cidade, na escola, desajeitada e tímida, nem nos meus maiores sonhos eu conquistaria o cara mais popular da escola.

Mas aconteceu.

Desde que Emma foi a única vítima fatal de um acidente de carro, no qual ela voltava de uma festa com alguns amigos, tudo passou à ser mais difícil, eu havia perdido a única pessoa que, de fato, se preocupava comigo de verdade, mas quando Edward apareceu na minha vida, sei lá, tudo pareceu voltar à fazer sentido.

— O quê está fazendo? –A voz da minha mãe na porta me tirou do transe. Por um momento, fiquei em dúvida se havia a deixado encostada, ou se a minha mãe abriu, uma coisa que não era costume dela fazer.

— Arrumando o meu uniforme.  –A olhei e sorri, tentando não criar muita expectativa.  — Não quer ir à escola comigo, mamãe?

Ela se aproximou da cama em passos lentos. Pude notar sua expressão suavizar por alguns segundos, enquanto encarava o uniforme. Por um momento, eu pensei que finalmente estávamos tendo algum progresso, mas, argh, que tonta eu fui. Aquilo não iria mudar nem tão cedo, não quando o que ela disse segundos depois foi capaz de partir meu coração em mil pedaços:

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