28. Aquele em que Garotos Serão Garotos

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Nós escondemos nossos corpos, fazendo qualquer coisa para que eles calem a boca
Sorrimos para aliviar a tensão e não deixar as coisas saírem do controle
Mas não há nada de engraçado agora...

(Boys Will Be Boys - Dua Lipa)

Os corredores estavam em completo silêncio, à não ser, é claro, pelos passos das cinco garotas que caminhavam determinadas até a diretoria

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Os corredores estavam em completo silêncio, à não ser, é claro, pelos passos das cinco garotas que caminhavam determinadas até a diretoria.

Nenhuma de nós cogitava sequer ficar preocupada por sermos pegas matando aula, o que era bom, já que evitava algum drama desnecessário. A parte ruim é que, por alguma razão desconhecida, todo aquele lance de nos vingarmos de Marcus de uma maneira inesquecível foi deixado pra escanteio. Ao invés disso, Nancy deu para trás e preferiu falar com a diretora primeiro.

Estanquei os passos, assim que paramos em frente à diretoria. E então, todas olhamos para Nancy, como se nos certificássemos se ela estava pronta.

— Quer que a gente entre com você?  –Claire perguntou.

— Sinceramente?!  –Nancy a olhou.  — Sim.

— Tá legal.  –Ouvi Claire murmurar e em seguida respirar fundo e bater na porta.

Os segundos que se passaram até que a diretora nos mandasse entrar, foi inteiramente de olhares que trocamos entre nós. A gente podia não se gostar, e muitos menos nos falarmos direito, mas estávamos reunidas por uma coisa maior, e se parássemos para pensar um pouco naquilo, parecia estranho.

— Oh, eu não sabia que eram tantas.  –Foi a primeira coisa que a diretora disse quando entramos, em meio à uma risada fraca.  —Qual o problema, garotas?

— Fala, Nancy.  –Susan pediu, olhando a garota que parecia acanhada. Cruzei os braços e me encostei na porta, encarando as garotas mais à frente.

— A Nancy quer falar sobre um assédio que sofreu por um aluno dessa escola.  –Claire falou de uma vez, vendo que Nancy ainda não tinha tido coragem de abrir a boca.

A diretora, uma mulher branca de cabelos castanhos presos em um coque, não aparentando ter mais que quarenta e cinco anos, soltou a caneta lentamente na mesa enquanto nos olhava com uma expressão surpresa no rosto.

— Isso é... Bom,  –Limpou a garganta.  — De que aluno estamos falando?

Nancy e Claire se entreolharam.

— Marcus.  –A voz de Nancy quase não saiu. Observei ela colocar uma mecha de cabelo atrás da orelha, e então puxar a cadeira e se sentar, parecendo criar mais coragem com aquele ato.  — Marcus Haghman.

Não sei se foi impressão minha, mas a diretora pareceu olhar para cada uma de nós ali, Susan, Samantha, Claire, eu e principalmente, Nancy. Talvez ela ainda estivesse digerindo aquela informação.

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