Procura-se marido que goste de criança

O florescer de Tamaki VIII

A porta do banheiro abriu de seu quarto e Tamaki sentiu o cheirinho gostoso do xampu se espalhar pelo ambiente fechado, quando Kyoshi saiu do banho, esfregando a toalha na cabeça. Ela estava sentada na poltrona, ainda vestindo a roupa de dormir, um shortinho de tecido fino e a blusa com alcinha. Estava calor, embora o verão já estivesse chegando ao seu fim.

Tamaki digitava uma mensagem no celular, sua atenção foi atraída novamente para Kyoshi, que vestia uma roupa que trouxera na mochila. Ele era mais alto que ela e possuía um corpo atlético, com os ombros largos e os músculos abdominais definido, devido aos treinos puxados da natação. Ele começou a nadar ainda quando era criança, por recomendação médica, mas agora compunha a equipe da Universidade. Ele também treinou com o pai, Izuna, que possuía uma academia de artes marciais, por isso não era tão difícil de compreender porque seu corpo era assim.

Kyoshi era estudante de direito, uma profissão bem diferente do resto do time de natação. Eles não possuíam os mesmos objetivos. Embora participasse das competições dentro do país, representando a universidade, não estava em seus planos seguir a carreira esportiva. Kyoshi também não seguiu a profissão de Tobirama, ele dizia que não sabia nem fazer desenhos com palitinhos, quanto mais ter bom gosto para um projeto completo.

Tamaki discordava, achava-o de muito bom gosto, principalmente ao se vestir com ternos sempre impecáveis. Embora seu estilo combinasse com a sua profissão, advogado, ele possuía um sorriso amável e sempre demonstrava gentileza ao falar. A aparência era muito cativante e não faltavam pessoas que se atraiam pelo seu jeito. Tamaki sempre via algumas pessoas suspirarem quando ele estava por perto e, no começo, achava engraçado. Eles conversavam sobre isso e Kyoshi se mostrou bastante reservado sobre se relacionar com colegas da universidade. Na verdade, ele não teve muitos relacionamentos ao longo da adolescência e agora, que estava com vinte e um anos, estava focado totalmente nos estudos e no trabalho.

Isso foi o que chamou a atenção de Tamaki, ela pensava o mesmo que ele.

Os encontros deles começaram a se tornar cada vez mais frequentes e agora, quatro meses depois, já sustentavam o título de namorados, ainda que não tivessem formalizado a relação para os pais. Tamaki não esperava se relacionar com alguém logo no início da faculdade. Ela estava focada em seus projetos e não queria desviar a atenção para mais nada. Entretanto, Kyoshi era uma pessoa muito calma e transmitia para ela essa calmaria toda.

Os dois costumavam compartilhar a mesa na biblioteca com a mesma tranquilidade que compartilhavam uma mesa no café ou no almoço. Passavam horas lendo livros, ou assistindo documentários, também gostavam de filmes, Tamaki adorava assistir produções mais antigas e Kyoshi estava aprendendo com ela a história do cinema mundial.

Os dias passaram, e então Tamaki o encorajou a ficar em seu apartamento. Foi uma noite, depois outra e enfim Kyoshi trouxe uma bolsa com uma roupa de dormir e outra para vestir no outro dia, assim, sempre que ele acordava, tomava o banho e vestia o terno para ir ao trabalho.\

Seus pais obviamente sabiam que os dois vinham se comportando de uma forma diferente. Naruto e Sasuke viam a filha apenas por chamada de vídeo e ela começou a passar menos finais de semana em casa. A mesma coisa aconteceu com Kyoshi e os pais dele. Tobirama e Izuna estavam aliviados, na verdade, porque sempre tentava arrumar maneiras de fazer o filho sair e se divertir. Antes ele só saía para trabalhar, estudar ou competir. Agora, ele não parava mais em casa, inclusive a noite, quando ele costumava ficar em casa.

— Vou preparar o café, o que você quer comer? — Kyoshi perguntou, terminado de colocar a camisa branca para dentro da calça e finalizar abotoando as mangas.

Tamaki dividia o apartamento com uma amiga que, naquele horário, deveria ainda estar dormindo. Por isso eles falavam baixo, embora não tivessem o costume de falar alto. Kyoshi aproximou-se da poltrona e deu um beijo nela.