O florescer de Harumi II

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Com onze anos, Harumi estava mais interessada no treino de patinação do que nas sessões de fotos e filmagens. Ela participou de um campeonato estudantil e, quando venceu, não parou mais de competir. Sasuke decidiu contratar uma instrutora particular para a filha.

Makita foi uma medalhista olímpica na patinação no gelo, que se aposentou após um acidente grave que a impediu de continuar sua carreira. Ela retornou para a cidade onde nasceu, e decidiu dar aulas para crianças e adolescentes que não podiam pagar por uma professora particular, pois aquele era um esporte que exigia bastante investimento ao qual muitos não podiam arcar com as despesas.

O investimento anterior de Naruto já rendia bons frutos e a empresa inaugurou um segundo ringue de patinação. Dessa vez na cidade em que moravam, assim não precisavam fazer um caminho longo de carro sempre que Harumi fosse treinar.

A presença de Harumi nos treinos também chamou a atenção da imprensa que não desistia de um dia vê-la retornando para as telas do cinema, TV ou campanhas publicitárias. Mesmo assim, Harumi continuou apenas focada no treino de patinação e, é claro, no ballet que ajudava a desenvolver melhor a parte da coreografia na modalidade livre individual.

As primeiras competições eram brincadeiras para Harumi, até que ela começou a sentir pressão em suas apresentações. O torneio juvenil de patinação artística naquele ano era disputado por vários jovens talentosos da região e Harumi sentiu-se ansiosa pelo clima competitivo que foi gerado nos bastidores. Um clima ao qual ela não conhecia antes. A brincadeira agora parecia ter se tornado algo muito sério.

— Você não precisa fazer isso. — Foi o que Sasuke disse, olhando diretamente para os olhos da filha, que estava sentada na cadeira, abraçando as pernas, sem querer colocar os patins. — Faça apenas o que você tem vontade de fazer. Se não quiser patinar hoje, tudo bem. Não precisa patinar.

— Mas... minha treinadora trabalhou tanto, o papai está na arquibancada.

— Querida, seu pai vai entender. E a sua treinadora também. O mais importante aqui é se você está feliz, se você se sente bem. É claro que, precisamos cumprir nosso trabalho, as nossas tarefas, correr atrás dos objetivos. Mas você ainda é uma criança, nós viemos aqui para você aproveitar, pegar experiência, se divertir.

Harumi olhou ao redor, no banheiro feminino, ela chegou a ver algumas garotas chorando e outras vomitavam de nervosismo. Aquilo não parecia tão divertido. Sasuke então a abraçou e disse que, quando ela estivesse pronta para a competição, ela sentiria isso em seu coração.

Harumi crispou os lábios e fungou. Ela se forçava para não chorar e Sasuke a abraçou. Ela não participou daquele campeonato, mas do campeonato seguinte, aos doze anos, Harumi conquistou o primeiro lugar do torneio juvenil de patinação artística.

Mas o clima competitivo não diminuiu, muito pelo contrário, crescia ainda mais.

***

Sempre que estava na cidade, Tamaki acompanhava os treinos de Harumi. Ela estava no último ano da faculdade de Cinema e vinha trabalhando em seu projeto de conclusão de curso que era sobre jovens em clubes escolares. Em formato de documentário, Tamaki explorava as reuniões dos alunos na escola e como eles dividiam o trabalho. E, é claro, não deixou de fora o clube de patinação da irmã mais nova.

Ela passou uma semana na escola de Harumi, gravando os bastidores dos encontros dos clubes.

— Qual é o seu grande sonho? — Tamaki perguntou para a irmã, a câmera na sua mão focava o rosto brilhoso de Harumi, que havia acabado de concluir uma série pesada na pista de patinação. Ela estava ofegante, mas com um sorriso no rosto.

Procura-se marido que goste de criançaOnde histórias criam vida. Descubra agora