O campeonato mundial júnior de patinação artística no gelo era em alguns dias e Harumi estava bastante agitada pois poderia competir naquele ano, já que a idade mínima era de 15 anos. Ela vinha treinando diariamente, incluindo nos finais de semana. Sua apresentação solo era complexa, e ela precisava de concentração para fazer os movimentos corretos.
Naquela tarde, quando executou o último salto, desestabilizou-se e caiu no gelo. Harumi levantou e respirou fundo, tentando manter a mente tranquila. Aquele era o salto mais complicado, também o mais importante.
Ela se concentrou mais uma vez, mas a treinadora encerrou as atividades.
— Só mais uma vez. — Harumi disse, patinando até a borda da pista. — Eu vou conseguir.
— Precisa descansar. — A treinadora falou séria, completando que não adiantava nada ela se forçar, pois poderia acabar se machucando.
Harumi concordou, apesar de querer continuar. Ela olhou para a pista de patinação e se imaginou no centro. Em sua mente, ela executou perfeitamente o movimento do salto e terminou a coreografia na posição correta. Embora fosse tudo parte de sua imaginação, foi como conseguir concluir uma tarefa incompleta.
Ela saiu da pista e sentou-se no banco para remover os patins. A bolsa estava ao lado, onde ninguém mais estava sentado. A equipe havia se retirado para o vestiário.
Assim que organizou a bolsa, decidiu passar no vestiário para arrumar os cabelos, ela não gostava de tomar banho no vestiário da arena. Nunca pensou que fosse tímida, mas não se sentia à vontade com o grupo da equipe. Elas eram, em sua maioria, garotas da mesma idade de Harumi e também competiam desde pequenas. E, embora estivessem representando o colégio, não eram amigas. Harumi apresentava-se solo, não dependia de mais ninguém, senão de seu próprio esforço e por isso continuou seguindo na equipe sem problemas.
Seu treinamento era solitário, é verdade, mas isso a ajudava se concentrar. A pior parte era quando a treinadora mandava todo mundo se sentar na arquibancada e olhá-la patinar. Era constrangedor porque a treinadora usava-a como um modelo para ser seguido. E isso acabava alimentando ainda mais a competitividade, disputa e, talvez, inveja.
Harumi parou na porta do vestiário, enquanto mandava uma mensagem para o pai, dizendo que já estava de saída. Ele havia parado na cafeteria para comprar muffin que todos em casa adoravam. Assim que Harumi guardou o celular no bolso da jaqueta, ela abriu a porta do vestiário e ouviu uma das garotas falar. Porém, o assunto da conversa era ela e sua família.
Harumi já estava dando meia volta para não ter que ouvir pessoas falando sobre sua vida pessoal, muito menos de seus pais. Contudo, ela acabou ficando curiosa com o que Nakayama estava falando.
Nakayama era uma patinadora muito boa, na opinião de Harumi. Ela era mais velha e já estava no terceiro ano do ensino médio. Apesar de ser a melhor competidora da equipe em conjunto, e em duplas, Nakayama nunca se apresentava no solo. Isso porque as regras do comitê de patinação possuíam restrições para as classes de ômegas, e era reduzido o número de vagas, que ficou com Harumi.
— Você sabe por que, não sabe? O pai dela paga uma nota para uma professora particular dar aulas nos finais de semana. E, além disso, de quem você acha que é essa arena?
— Do outro pai dela?
— Sim, o ator.
— Ai, eu adoro ele, apesar de velho, é tão gostoso.
— Que nojo, ele tem tipo uns 50 anos.
— Ele fez 47 anos.
— Eu já fiquei hospedada no hotel da família dela, e uma vez vi os pais dela nadando no lago.
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Procura-se marido que goste de criança
FanfikceUchiha Sasuke, 25 anos, ômega, solteiro. Está em busca de um ator, alfa, aproximadamente da sua faixa etária, para se passar por seu marido na entrevista de admissão do colégio de sua filha de cinco anos. ___ Os personagens e a imagem da capa não me...