capítulo 14🦊

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Lucien respirou fundo, ele podia fazer aquilo.

Podia contar a ela algo pessoal, ele sabia sobre muitas coisas dela agora, era o justo.

- Bom vou te contar algo então. anos atrás, quando eu era mais jovem, eu gostava de uma garota - Lucien começou a contar, para si, aquele era um passo importante, por uma parte de sua história para fora - ela era minha, e nós nos amávamos, isso foi antes, mas foi verdadeiro...

Seu olhar se perdeu um pouco pelo caminho e ele suspirou baixinho.

- agora, estou atado a um conto de fadas, eu estou amaldiçoado por um amor que não me pertence.

Elara olhou para ele em compressão, ela conseguia sentir as emoções dele, e o compreendia.

- Ela é sua parceira, certo? - ela indagou.

Lucien acenou positivamente.

- Você...a ama? - ela perguntou com gentileza tentando não ser invasiva.

Ele suspiro e piscou meio atordoado, ele precisava dizer aquela verdade em voz alta, para que se tornasse real.

- Não - ele murmurou - eu sinto o laço, sinto o instinto de proteção e vontade de cuidar dela, mas não sinto paixão. Não sinto amor....

- Você disse isso a ela ?

Ele negou de novo meio frustrado.

- eu queria ser amigo dela, eu jamais a forçaria a ficar comigo. Isso seria ruim para nós dois - Lucien respondeu, e Elara entendia que ele estava confiando a ela uma lasquinha de seu coração partido - almas gêmeas nem sempre são casais. o desejo não é algo que o laço impõem, eu queria apenas ajudar, mas ela também estava quebrada e não deixou que eu me aproximasse dela.

Aquilo estava preso ali a muito tempo.

Um silêncio recaiu por alguns minutos, e Elara apenas processava as informações em sua mente e coração.

Ela queria guarda-lo num potinho e não deixar que ninguém mais o machucasse.

Que ninguém mais o negasse amor e atenção.

- Talvez eu nem saiba oque é o amor arrebatador - Lucien dando de ombros, não parecia melancólico, era só como se ele tivesse aquilo como uma verdade absoluta - eu conheci o amor doce e tranquilo, mas paixão me parece uma realidade pouco provável.

Elara o olhou e sorriu de lado trombando seu ombro no dele.

- bem, acho que nem eu pra ser sincera - ela disse sorrindo em cumplicidade para ele.

Ele sorriu de volta, sem mostrar os dentes, era como se eles estivessem em concordância no assunto.

Eles permaneceram assim pelo resto da caminhada até a escola, algo na presença um do outro fazia com que se sentissem bem assim.

Cris deu um beijo estalado na mãe e correu para dentro do prédio para se arrumar.

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No fim a apresentação tinha sido tranquila apesar de Elara ter saído do auditório com um sorriso orgulhoso de orelha a orelha.

Cris caminha por trás deles na intenção de abraça-la por trás, foi quando ele viu que as outras crianças abraçavam os dois pais.

Ele vendo Elara e Lucien conversando um de frente pro outro teve um ideia que em sua concepção não era ruim.

Cris pegou impulso correndo e pulou agarrando os dois, eles ficaram um de frente pro outro, com os corpos levemente colados enquanto o menino os abraçava.

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