Capítulo XXXVII

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_  Não deve satisfações a mim sobre sua vida pessoal, mas durante seu tempo desacordada você murmurava um nome e algumas coisas.. - Aquilo foi um tapa na minha cara, o quanto ele ouviu?? 

_ Que nome eu murmurei? - falo tentando soar o mais natural possível, mas não podia deixar de transparecer a minha preocupação.

_ Maico, foi o nome que você murmurou. Quem seria? - Me interroga, claro que ele quer saber o que estava delirando, e claro não poderia simplesmente falar-lhe tudo.

_ Apenas um amigo de longa data - Indago.

_ Entendi.. Bom não esta sendo uma boa hora agora, mas gostaria de conversar com você mais tarde, sobre nós e oque representa tudo isso - fala sério enquanto encara as mãos.

_ Existe um "nós"? - pergunto com um meio sorriso a fim de tirar a tenção entre nós que paira no ar. - Bom, podemos conversar agora, já estou melhor então o que tiver a me dizer por favor vá em frente.

A muito não o via tão sério, o ar esta denso e seu rosto inexpressivo. É claro que a algo a ser dito, estou começando a me preocupar pelo que virá a seguir, mas não posso deixar de notar a beleza na qual se encontra no meio da noite, sentado sobre a poltrona ao lado da cama, sério. As luzes fracas lhe dão um brilho na pele deixando-o ainda mais lindo.

_ Laura, vou começar pedindo desculpas por ter deixado nossa relação passar dos limites. É evidente que somos companheiros mas não posso ser injusto com você e nem ser egoísta ao ponto de negar a verdade..  Eu sou companheiro de outra mulher, amo outra pessoa sem ao menos conhece-la, não posso nega-la para ficar com você pois de certa forma se fizer isto nosso mundo como o conhecemos vai virar um campo de guerra. - Enquanto ele fala, tudo em mim começa a se partir em vários pedaços, meu peito esta doendo e não consigo parar de pensar. Minha mente vaga e vai a ideia de que estou sendo abandonada por uma pessoa na qual depositei momentos bons e isso me doi.. 

_ Oque você esta querendo dizer? esta terminando o que nem começou é isso?

_ É neste ponto que estou querendo chegar, não deveríamos ter começado nada e não deveria ter me envolvido com você, apesar de ser minha companheira ao que tudo indica, não pode competir com uma princesa, você não serve para estar ao meu lado. Me desculpe. - Assim que fala se levanta abruptamente e sai pela porta batendo-a em sua saída.

Meu plano era vir aqui para levar Kamil para o castelo, faze-lo enxergar onde estavam suas obrigações, de casar-se com minha irmã. Mas percebi que possuía seus próprios ideias, percebi que o podia levar assim e acabei me apaixonando. Não pude voltar, primeiro por minha missão, depois pela felicidade, sinto o agito em meu sangue. Mas agora não possuo nada disso, o que tenho é a compreensão de que tudo que aconteceu foi para meu aprendizado, sou quem sou e não posso mudar isso.


                                                                                     ⚜️⚜️


Esta a beira de um precipício em uma região que passei a conhecer. Devo deixa-la para trás, as colinas ao redor eram verdes, descendo de modo íngreme em precipícios que iam em direção ao horizonte e sumiam ao longe. Aves rodavam e grasnavam, uma trilha se fazia ao meio das colinas formando uma cobra pela borda do topo da colina. Logo a frente podia-se ver a cidade se iniciar no final da trilha acinzentada, colinas e quilômetros de arvores separavam a alcateia da pequena cidade.  Era uma paisagem linda, e um adeus...

  Era uma paisagem linda, e um adeus

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KAMIL ON

Deixei Laura no quarto após a conversa.. Estava me afastando da casa em direção aos jardins semiocultos pelas cercas vivas altas. Ao longe, a luz do sol refletia estufa de vidro e madeira com uma cúpula no teto. Amanhecia um belo dia de outono com uma brisa frio  e o cheiro de folhas no ar. Pensando no que acabará de fazer, fui tirado de meus devaneios por um ruído, olho para a casa atrás de mim. A fachada branca em contraste com os tons amadeirados se erguia lisa, interrompida apenas pelos arcos das varandas. 

Um berro estridente de Annabhet vinha de dentro da casa. Começo a correr em direção a casa, minhas pernas ficaram moles de imediato sem saber o motivo do desespero, encontro a mesma ao pe da escadaria com o rosto distorcido em um lamento. E então com a voz tremula, em um movimento seca as lagrimas que despencam de seu rosto ja envelhecido.

_ Lau.. Laura.. foi embora senhor - Diz tremula e ainda secando suas lagrimas que caiam sem parar, meu corpo para e não consigo me mover, por mais que tente não consigo acreditar. - Encontrei algumas coisas em seu quarto além desse bilhete endereçado ao senhor.. - Completa se recompondo.

Em um movimento quase parado, pego o bilhete de sua mão tremula. Sem sabe oque fazer e sem aguentar o peso do meu corpo, sento ao pé da escada e começo a leitura, enquanto lia minhas lagrimas caiam e trilhavam caminhos em meu rosto..   



CONTINUA...

Bjs.. :) 




Anoitecer - Nasce a destinada - Livro IOnde histórias criam vida. Descubra agora