Aprendendo a ser um cachorrinho (Completo)

Capítulo 16

Capítulo 16

Léo

Incrível. O prazer se construiu e inchou até que pensei que iria explodir, então tudo acabou, e a realidade começou a cair em cima de mim. Eu não tinha certeza de como poderia ir de tão feliz que estava quase me afogando no prazer para tanto medo que não queria me mexer. Ele me odiaria?

Eu o empurrei longe demais?

Alívio correu através de mim quando ele me aproximou. Ele não perguntou o que eu precisava ou arranjou desculpas e tentou sair. Ele apenas me puxou para o seu peito e beijou o topo da minha cabeça. Se ele era tão terno, não poderia estar com raiva. Poderia? Mãos me acariciavam, sobre o meu corpo e ele me segurou firme, como se não houvesse mais nada no mundo que ele preferia estar fazendo. Verdade ou não, eu não queria deixar a fantasia terminar. Tudo sobre a noite tinha sido perfeito. Seus comentários provocantes no jantar, os olhares hesitantes, o toque de seus lábios contra os meus, o jeito que ele finalmente assumiu e tornou-se Mestre novamente...

Teria que acabar?

Foi um daqueles momentos em que nós nos afastamos, tanto tentando ignorar o que aconteceu até que fosse algo que nunca seria mencionado, até nos separar? Seu aperto começou a relaxar, e de repente foi demais, ou talvez não fosse o suficiente. — Não me solte. — Nem percebi que as palavras frenéticas haviam saído da minha boca até que seus braços se apertaram em torno de mim novamente.

— Eu não vou. — Otávio me abraçou com força, e eu respirei seu cheiro. Ele me ofereceu um sorriso torto. — Eu ia reclamar da minha bunda ficar dolorida neste chão, mas acho que você está com a bunda mais dolorida do que a minha.

— Mas você vai ficar comigo? Eu sei que não é algo que falamos, mas...

Otávio cortou minhas palavras com um dedo contra meus lábios. — Eu não vou a lugar nenhum, Léo. — Ele quase soava como o Mestre, mas ele quase soava como meu colega também. De qualquer maneira, não era bem a voz que eu estava acostumado. Estava em algum lugar no meio, quente e rico e reconfortante. Me aconcheguei perto, não tentando esconder o quanto precisava do toque dele. Tudo parecia confuso, como se eu tivesse acabado de sair de um daqueles brinquedos de crianças que giravam em círculos até que você não tivesse certeza de qual era o caminho. Apenas o Mestre estava me ancorando e eu não estava pronto para deixá-lo ir.

Eu não estava pronto para ter Otávio de volta e deixar o Mestre desaparecer. Eu não estava pronto para perder a âncora que estava segurando tudo. Otávio era geralmente parte da tempestade, mas quando ele era Mestre, sentia como a única coisa que me mantinha unido. Ele pressionou outro beijo no topo da minha cabeça e deu uma risada baixa. Fechei meus olhos e suspirei, pressionando um beijo ao lado de seu pescoço. Quando uma mão vagou para baixo para pegar minha cauda, achei que ele ia brincar com ela de novo, então fiquei surpreso quando ele a tirou. Isso me deixou sentindo... estranhamente vazio.

— Meu filhote está sendo ganancioso? — Otávio brincou, sua voz leve.

Corei um pouco, mas empurrei meu rosto para mais perto dele, então eu podia confessar enquanto ele colocava o plug de lado. — É estranho sem ele. Eu gosto do meu rabo. Eu gosto de ser um cachorrinho com você... Mestre?

— Bom, — respondeu Otávio, alisando os dedos pelo meu cabelo. — Porque eu gosto de você ser meu cachorrinho.

Calor correu através de mim, a ideia de não ser apenas um cachorrinho, mas o filhote do Otávio fazia parecer ainda melhor. — Eu gosto de ser seu filhote, mestre.

Talvez tenha sido muito sentimental, mas eu tive que ter certeza que ele entendeu que não era uma coisa única para mim ou algo que não era importante. Eu não tinha certeza do que éramos ou do que estava acontecendo, mas era mais do que isso... Era especial. A maneira como ele prendeu a respiração me disse que ele entendia, e eu estava instantaneamente no limite novamente. Aquela expectativa impetuosa de rejeição ainda estava bem viva. Mas ele apenas pressionou o nariz contra o meu cabelo e respirou, seus braços brevemente apertando quase dolorosamente na intensidade do abraço.