Capítulo 8
Léo
Eu não tinha certeza de como chegamos a esse ponto, mas eu não queria que acabasse. Foi... pacífico. Não havia mais nada com o que me preocupar, nenhuma conta esperando para ser paga, nenhum dever de casa para terminar ou pratos para lavar, nenhum futuro para planejar. Tudo em que eu tinha que focar era ouvir a voz do Mestre e seguir as instruções dele. Foi tão fácil e tão perfeito.
Quando o Mestre finalmente se abaixou e tirou a guia, isso me fez congelar. Eu choraminguei baixo, tentando fazê-lo entender. Mestre apenas olhou para mim, inclinando a cabeça para um lado.
Eu não estava pronto para deixar tudo o que eu encontrei. Mestre alisou a guia na mão. — Você ainda quer brincar?
Eu queria qualquer coisa que mantivesse o Mestre lá e me deixasse absorver os elogios e toques suaves que ele deu tão generosamente. Eu recuei hesitante, com medo de que ele fosse embora se eu fosse longe demais, então me arrastei e peguei a bola que eu tinha colocado antes na minha boca.
Cautelosamente, porque o Mestre tinha apenas dito que nós praticaríamos com a guia, eu me arrastei e deitei. Eu coloquei meus braços e pernas debaixo de mim sem jeito, segurando a bola na minha boca. — Bom menino. — A voz do Mestre era reconfortante quando ele repetiu as palavras, bebi delas tão avidamente como tinha bebido todas as outras vezes que ele as tinha dito. Elas não perderam seu brilho, seu apelo. Era mais fácil mergulhar mais fundo na paz do momento e acalmar a voz na minha cabeça que sempre alertava para tudo.
Ele se agachou na minha frente, ficando cara a cara comigo. Havia algo surpreendentemente íntimo no momento. Se fôssemos algo diferente de mestre e cachorrinho, seria impossível dizer naquele momento. Ele pegou a bola e eu a mordi um pouco mais forte, puxando um pouco.
Parecia natural quando uma gargalhada escapou dele, relaxada e rica, e ele puxou um pouco mais, não com força, mas o suficiente para ser insistente. — Esse é o jogo que você quer brincar? — Ele perguntou, um sorriso persistente em seus lábios.
Eu me afastei um pouco e balancei a cabeça, provocando-o e puxando o brinquedo novamente. Mestre riu e se sentou no chão, as pernas cruzadas, apenas balançando a cabeça. — Eu não posso jogar a bola se você não deixar, filhote. — Ele ia jogar a bola?
Eu soltei e me agachei para trás, a felicidade me inundando, e observei enquanto ele acenava a bola para frente e para trás. Quando ele finalmente jogou pelo quarto, me esforcei para persegui-la. Mestre estava brincando comigo. Nada mais importava e nada mais se intrometia no momento. Havia apenas alegria pura enquanto eu a via saltar e ouvia o mestre rir.
Quando eu finalmente consegui, rapidamente me arrastei de volta para ele e deixei cair em seu colo. Mestre estendeu a mão e acariciou minha cabeça, correndo os dedos pelo meu cabelo e descendo em volta da minha coleira. Ele traçou a borda do couro. Eu podia vê-lo olhando para ele, mas não tinha certeza do que ele estava pensando.
Eu não queria pensar em nada. Queria que ele risse, e eu queria simplesmente ser seu filhote e não tinha nada mais importante. Deitado na frente dele estiquei a cabeça e cutuquei a bola com o queixo antes de olhar para cima. Mestre parecia preocupado, e sua mão parou. Eu fiz algo errado?
Sentei-me e dei-lhe outro pequeno latido que estava começando a vir tão naturalmente. Isso pareceu puxá-lo de volta, porque ele sorriu de novo e pegou o brinquedo.
Eu não tinha certeza de quanto tempo nós jogamos, mas eventualmente, eu me cansei de perseguir a bola, parecia mais trabalho do que eu estava disposto a fazer. Mestre começou a pegar a bola novamente, mas eu apenas empurrei minha cabeça em seu colo e me enrolei ao lado dele, fechando os olhos.
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Aprendendo a ser um cachorrinho (Completo)
Ficción GeneralSinopse O mestrado deveria ser o começo de sua caminhada para uma carreira acadêmica, não descobrir sobre suas próprias fantasias mais sufocadas. Quando um projeto de pesquisa empurra um Leonardo super confuso para uma experiência inesperada, ele n...