Capítulo 19

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Capítulo 19

Otávio

De volta em casa e pensando em todo o passeio parecia algo de uma daquelas comédias românticas que eu nunca admitiria ter visto. Eu deveria ter pensado em vender os direitos dessa história: nosso casal encantador — bem, encantador no caso do Leonardo — finalmente confessa seu amor um pelo outro no lugar menos provável! Até mesmo o comentário do suco de abacaxi poderia transformá-lo em uma comedia romântica, o que o tornou um grande campo em potencial por toda parte.

Mas a coisa boa sobre não dar a mínima para tantas coisas, ou pelo menos fingir que eu não dou a mínima e fazer um bom trabalho sobre isso, foi que eu não estava realmente incomodado com isso.

Eu deveria estar. Deveria ter surtado e fugido, mas tudo que eu conseguia pensar era em beijá-lo novamente.

Bem, isso e terminar a melhor omelete que eu já fiz na minha vida, mesmo que tivesse que concordar com a escolha do pão e da salsicha do herói arrojado.

Eu sorri, e ele me olhou com cautela.

— Uh oh, — ele comentou. — No que você está pensando?

— Sua salsicha, — respondi prontamente.

Léo engasgou com a última mordida de sua omelete, tossindo. Ele finalmente recuperou o fôlego e tomou um gole de água. — Não... não faça isso.

— Não faça o que? — Eu perguntei, escondendo meu sorriso quando comecei a limpar a mesa.

Ele balançou a cabeça e levantou-se para ajudar. — Não banque o inocente comigo. Você não finge isso tão bem quanto pensa. — Quando ele colocou o prato no balcão perto da pia, olhou para mim, inclinando-se um pouco mais perto.

Insinuando um beijo?

— Claro que sim, — assegurei a ele. — Porque eu realmente sou muito bom nisso... — Eu fiz uma careta para ele, colocando os pratos que eu estava segurando e encontrando seus lindos olhos. — Tudo bem, isso é muito clichê mesmo para mim. — Olhei para ele por um momento, sentindo a tensão sangrar para fora de mim.

Mas porra, se eu soubesse o que dizer. Eu o beijei em vez disso, capturando seus lábios com os meus e começando devagar, gentil, antes de subir para algo exigente, possessivo. Eu não queria que ele fosse a lugar nenhum. Eu queria cumprir uma das muitas coisas com as quais concordamos naquela manhã.

Quando me afastei Leonardo se enrolou contra mim e deixou a cabeça descansar no meu ombro. Sua respiração provocou minha pele e envolvi meus braços ao redor dele, segurando-o com força.

Quando ele falou, suas palavras saíram baixas e hesitantes. — A que horas você tem que trabalhar? Eu estava pensando... Bem, eu queria... Eu pensei que talvez pudéssemos, ou você poderia... — Ele parou e respirou fundo, mas eu o deixei falar em vez de interromper, aproveitando a maneira como ele divagava. — Você quer ser oMestre mais tarde hoje à noite ou amanhã? — Ele riu, e eu gostei disso também. — Isso soou tão estúpido em voz alta quanto na minha cabeça?

— Tenho algumas provas pra corrigir pro departamento, mas não tenho um horário rigoroso para seguir. — Eu deslizei minha mão pelas suas costas para agarrar sua bunda, ainda me maravilhando com o jeito que só ele... Deixava-me fazer isso. Mais do que isso, ele não estava apenas me deixando fazer, ele queria que eu fizesse isso. — Eu acho que isso precisa ser a escolha do meu filhote, — murmurei contra seu cabelo.

Porque eu ainda estava com medo que ele voltasse atrás a qualquer minuto, e nunca quis me perguntar se ele realmente queria ou se eu o pressionei a isso.

Aprendendo a ser um cachorrinho (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora