Capítulo 1

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Capítulo 1

Léo

Sentado no chão nu e segurando uma coleira de cachorro de couro provavelmente não era a maneira mais produtiva de passar uma tarde, mas a professora tinha sido muito clara. Ela disse que queria que fizéssemos uma pesquisa profunda. Para mim, a pesquisa implicava em experiência prática, não apenas lendo blogs e postagens estranhas em sites de sexo.

O projeto foi evidentemente punição divina por tentar fazer um curso fácil no meu mestrado.

Ir pelo caminho mais fácil nunca funcionou para mim. Eu deveria ter me lembrado disso.

A única maneira de passar por isso era seguir as regras e ser determinado. Fazer qualquer outra coisa acabaria estragando tudo a longo prazo.

— Por exemplo, você acaba nu olhando para brinquedos sexuais. E falando sozinho — eu murmurei.

Eu acabaria como Otávio se não pudesse me controlar. Meu companheiro de moradia aqui no CRUSP (Conjunto Residencial da USP). Ele já dá aulas de literatura como professor assistente e está concluindo o doutorado. Mas em oposição, sua vida amorosa não é muito estável.

Talvez não tenha sido a coleira que mais tive vontade de jogar fora. Pode ter sido o plug anal com sua cauda longa e escura, que, de acordo com o site, foi feito em formato cônico para o conforto a longo prazo.

Porra.

Eu nem sequer xingava, mas isso parecia exigir um xingamento. Eu nunca tinha comprado brinquedos sexuais de sites que prometessem "entrega discreta" ou "embalagem marrom comum" também. No que eu tinha me metido?

"É uma matéria divertida", todos disseram. "É fácil. Tudo o que ela faz é falar sobre sexo e coisas estranhas", eles disseram. "Todo mundo recebe pelo menos um 8, desde que você apareça e fale na aula".

— Besteira — Isso estava começando a parecer um trote. Eu fui enganado. Essa foi a única coisa que consegui pensar. Tinha que ser algum tipo de "vamos ferrar o cara nerd". — É a única coisa que faz sentido.

Virando o plug em minhas mãos, tentei chegar a uma decisão, devo ou não devo? Quando a professora descreveu o projeto, eu não tinha imaginado a mudança interna que seria necessária. Minha especialização era em psicopedagogia. Os artigos geralmente eram sobre crianças com dificuldade de aprendizado, ocasionalmente, bullying. O que ela queria estava tão fora da minha zona de conforto, que eu parecia ter descoberto um país totalmente novo.

— Este é o diário de um estudante universitário pervertido, não um trabalho acadêmico. — Mas isso era basicamente o que ela queria.

— "Esse vai ser um trabalho pessoal", — ela disse. — "Se não houver pelo menos um pouco de você nisso, não vale a pena entregar. Um artigo básico sobre um assunto chato lhe dará um 8, mas se você quiser um 10, quero originalidade e subjetivo. Que diga algo sobre você. Se não for pelo menos um pouco íntimo, então você não se esforçou o bastante".

Eu sempre tiro 10.

Mas desta vez, eu estava começando a pensar que deveria me contentar com um 9.

Com um 9, eu estaria vestido e provavelmente não precisaria comprar brinquedos sexuais.

Brinquedos parecia uma palavra tão estranha. Legos não deixavam as pessoas excitadas. Aquilo era brinquedo. Estes eram... algo completamente diferente. Eu só não sabia em que sentido.

Eu ainda não tinha certeza de como eu tinha me colocado nessa posição — não a parte nua. Roupas saíram; essa parte eu entendi. Todo o resto que era confuso.

Aprendendo a ser um cachorrinho (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora