BRYAN
Eu podia não ser considerado um cara que é observador, mas hoje eu percebi algo. E iria proteger essa informação como um ladrão protege uma joia preciosa.
Usaria ela, é claro, mas somente quando tivesse a oportunidade perfeita
A informação? Digamos que eu percebi como Arabela estremecia quando eu citava os livros que ela mais gostava. Prendo um sorriso olhando para o lado de fora da janela do avião pensando em como suas bochechas ficavam vermelhas quando me ouvia citar.
- Precisam de algo? – me viro sorrindo e nego com a cabeça de novo. A mulher passa por nós com um sorriso e vejo Arabela ao meu lado revirando os olhos
- Sério, beira o ridículo o quanto ela está sendo objetiva em se manter na sua linha de atenção
- Ela só está sendo uma boa comissária – comento me virando de lado e Arabela sorri com ironia
- Já viajei de avião várias vezes e nunca fui tão bem atendida assim
- Vai ver é porque sua expressão de assassina atrapalhe um pouco a comunicação de outros seres humanos com você – Arabela estreita os olhos em minha direção e eu pigarreio – Estou brincando é claro
- Achei mesmo – ela diz e sua mão folheia as páginas da sua agenda contendo tantos rabiscos que eu me perderia se olhasse sozinho – Vincent mandou um e-mail
- Verdade? E o que ele descobriu? – pergunto curioso e ela se vira para mim com um dos seus sorrisos raros
- Na verdade, ele não somente descobriu como tirou fotos
- O que? – assustado pego o celular dela e deslizo o dedo pelas fotos inclinando a cabeça quando vejo o ângulo das fotos – Ele estava dentro do armário da cozinha?
- Não, ele disse que deixou uma câmera dentro do lixo que fica perto do armário, e voltou para buscar no mesmo dia em que ele sabia que ela iria retirar – Arabela explica e eu devolvo o celular franzindo a testa
- Isso pode ser um ponto negativo, por mais que tenhamos provas ele não poderia deixar uma câmera sem a...
- Autorização – ela completa e eu aceno concordando – Mas ele recebeu permissão da sobrinha. Vincent chegou na casa dela minutos antes de o namorado chegar, então conseguiu falar com ela a sós enquanto colocava a câmera
- Bom, então aí temos o caso – falo aliviado – Vou falar com meu amigo na polícia, mande a sra. Navas vir até o escritório daqui a dois dias. Logo em seguida peça para Vincent comparecer na casa da sobrinha amanhã pela tarde
- É quando você enviará? – ela pergunta anotando tudo e piscando rapidamente e logo em seguida coçando os olhos fungando
- Alergia? – eu pergunto curioso e ela balança a cabeça
- Sim – ela diz e se virando para mim ela sorri sarcástica – Alergia de você
- Aí, essa doeu – falo sorrindo, feliz por seus comentários nada irritados e sim leves e descontraídos – E respondendo a sua pergunta sim. Mande Vincent porque a sobrinha dele pode ficar um pouco instável depois disso
- Tudo bem – ela diz e termina de anotar. Inspirando ela guarda a agenda cheia de adesivos coloridos marcando a urgência e se deita na poltrona ficando confortável. Faço o mesmo e fecho os olhos apreciando o silencio e o perfume dela ao meu lado
Meia hora depois Arabela está dormindo tranquilamente ao meu lado, sei disso porque sua respiração fica cadenciada e seu corpo está completamente relaxado. Bocejo também ficando sonolento e apoio minha cabeça no vidro da janela.
✴✴✴✴✴✴✴
Acordo com o piloto do avião anunciando o pouso em New Orleans e levanto a cabeça minimamente antes de parar vendo a cabeça de Arabela apoiada confortavelmente em meu ombro, sua mão descansa em cima do meu coração e eu puxo uma respiração quando vejo que minha mão está circulando sua cintura a puxando para mais perto.
Ela se move minimamente e eu fecho os olhos rapidamente fingindo dormir, controlo minha respiração e quando a sinto se afastar eu me movo e abro os olhos lentamente vendo-a piscar confusa com os cabelos meio amassados do lado esquerdo.
Bocejo ruidosamente e me sento me esticando, ela me observa estreitando os olhos e eu sorrio inocente.
- Acho que acabamos de dormir a viagem inteira – comento e ela assente parecendo ainda perdida – Será que a comissária vai aparecer de novo? – pergunto esticando o pescoço e escuto ela resmungar ao meu lado
- Idiota
- Eu escutei isso – falo divertido
- Era para escutar mesmo – ela diz arqueando uma sobrancelha. Dou risada e logo em seguida nos preparamos para sair do avião.
Arrastando a mala olho o relógio e suspiro vendo que passa das oito da noite. Porcaria, perdi o jantar.
- Meu carro está no estacionamento ainda – falo e olho para Arabela que observa o aeroporto – Te dou uma carona
- Ah não precisa – ela diz suavemente e olha para a tela do celular, parando brevemente ela digita algo e eu paro curioso
- Já tem carona?
- Na verdade, sim – abro a boca para perguntar, mas ela olha por cima do meu ombro sorrindo suavemente. Me viro para trás e arregalo os olhos quando vejo o homem da minha altura, coberto de tatuagens e cicatrizes vim em nossa direção.
- Ahn... – eu começo e olho para Arabela que vai para o lado do homem tatuado
- Bem na hora – ela diz e ele sorri passando o braço por seus ombros com familiaridade
- Deus me livre te deixar esperando Belle – franzo a testa com o apelido e Arabela se vira para mim
- Seymour esse é Dante – ela diz rapidamente. O homem ao seu lado acena e eu estreito os olhos para ele reconhecendo finalmente
- Você é aquele lutador, não é? O que chamam de lobo
Dante acena confirmando e aperta o ombro de Arabela, ela sorri para mim e acena
- Até amanhã sr. Seymour
- Até – falo com a voz fraca e acompanho com os olhos quando eles saem do aeroporto. Dante beija sua cabeça e fala alguma coisa à fazendo rir.
Me viro indo na direção do estacionamento e depois que entro dentro do carro pesco o celular indo na área de pesquisa. Digito o nome de Dante e alguns segundos depois estou vendo sua imagem em diversos sites.
Suspiro aliviado quando vejo o sobrenome dele e sorrio quando percebo que o irmão de Arabela é um lutador famoso pelo mundo inteiro.
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Cores da Tentação
RomanceBryan Seymour tem um segredo Ele os esconde a sete chaves, talvez por medo, talvez por receio, mas a verdade é um pouco mais simples.... Ele gosta de saber que tem algo somente dele que ninguém mais sabe. Mas isso pode se tornar algo muito maior se...