ARABELA
Ando pelo corredor silencioso ignorando minha cabeça que começou a doer depois de tanto tempo em frente ao notebook e bato duas vezes na porta de Seymour antes de entrar.
- Ocupado? – pergunto vendo-o concentrado em algo em frente a sua mesa, levantando a cabeça ele sorri e inspira antes de responder
- Para você? Nunca
- Você não cansa né? – pergunto divertida e me sento na cadeira ao seu lado, pegando minha mão ele se inclina e roça um beijo suave no meu pulso com os olhos em mim o tempo inteiro
- De admirar você?
- Desisto – falo rindo baixinho e me inclino em um impulso o beijando de leve. Seymour estremece parecendo surpreso, mas logo em seguida me puxa para mais perto arrastando a cadeira para perto da dele, suas mãos sobem segurando meu pescoço e eu fecho os olhos aproveitando o momento.
- Senti sua falta – ele sussurra com os lábios colados no meu, abro os olhos me afastando um centímetro e o vejo me encarando
- Eu te vi o dia inteiro – comento e ele faz uma careta
- Não conta, eu não podia te tocar
- Você está bastante romântico hoje – falo divertida me inclinando sobre o seu toque em minha bochecha
- Não acharia isso se soubesse onde eu à estou tocando – ele responde e eu franzo a testa olhando para baixo, sua mão acaricia meu peito e eu o empurro rindo
- Ousado
- Sempre – Seymour me dá um selinho rápido e volta a olhar para frente. Me inclino vendo um tabuleiro e arqueio uma sobrancelha
- Xadrez? – pergunto desconfiada e ele resmunga
- Sim, estou tentando aprender essa porcaria para não fazer papel de idiota amanhã na reunião com o Andrew
- Porque não disse a ele que não jogava? – falo pegando uma das pecinhas de metal
- Eu tentei – ele responde – Mas o cara estava bem animado para ter uma reunião fora de uma sala chata e entediante. E como eu quero o caso, achei que não seria uma má ideia.... Até ver como era difícil
Fico em silêncio e coloco a pecinha no lugar antes de organizar todas as outras colocando-as na posição inicial. Seymour observa isso sem dizer nada e eu olho para ele
- Vou te ensinar um pouco – eu falo e ele me olha animado – Mas vai ter que pagar meu jantar hoje
- Feito
✴✴✴✴✴✴✴✴
Mordisco minha pizza com queijo derretido e vejo quando Seymour estreita os olhos mordendo seu próprio pedaço pensando na próxima jogada. Ele estende a mão para uma pecinha e eu o interrompo
- Você não tem habilidade nenhuma nisso – eu comento por fim e ele levanta o olhar
- Nisso não, mas em outras coisas...
- Que coisas? – eu pergunto distraída olhando para o tabuleiro. Depois de alguns segundos sem resposta olho para ele e o vejo me encarando abertamente com os olhos escuros
- Consigo tirar seu sutiã em menos de um segundo. Quer que eu mostre? – ele responde sussurrando e eu jogo um lápis nele, ele se esquiva rindo e volta a encarar o tabuleiro
Ele faz um movimento mais ou menos e eu movo minha peça para trás cercando-o. Ele resmunga algo e volta a planejar de novo, segundos se passam até que ele fale de novo.
- Você está me distraindo – ele diz e eu suspiro
- Então como amanhã eu não vou estar você vai conseguir vencer
- Haha – dou risada e ele olha para mim – Se afaste um pouco, estou sentindo que essa jogada é importante
Me levanto indo até o outro lado revirando os olhos, mas não o contradigo. Se ele movesse a pecinha errada, ele perdia.
Então mais um ponto para mim
Observo os poucos livros sobre direitos civis e leis em geral e toco cada uma das lombadas lendo os títulos deles enquanto deixo que Seymour tenha sua jogada. Paro no final da estante e franzo a testa quando vejo o armário delicado feito com lindos arabescos na porta.
Inclino a cabeça curiosa e abro a boca para perguntar o que tem quando sinto Seymour me girar me colocando de frente para ele com um sorriso enorme em seu rosto
- Ganhei – ele anuncia e eu fico na ponta dos pés olhando para o tabuleiro. Sorrindo olho para ele e reverencio
- Não tão ruim então – comento e ele me encosta na prateleira atrás de mim colocando uma mão em cada lado da minha cabeça me prendendo
- Estou achando que agora sou phd em xadrez
- Sem exageros – falo rindo suavemente e ele se inclina roçando a boca em torno de minha bochecha
- Nunca exagero – ele responde e encosta a testa na minha – Sempre é na medida certa
Eu com certeza não chamaria de medida certa
Não quando ele fazia aquilo. Me beijava como se estivesses acostumados a isso o tempo inteiro. Me acariciava como se necessitasse me sentir. Contornava meu rosto como se quisesse me marcar como sua.
Não era medida certa quando ele me fazia transbordar
Inclino minha cabeça para cima e vejo as pupilas dele dilatarem quando abaixa a cabeça e me toma em seus braços, me beijando com urgência, com necessidade, com raiva. Tomando tudo, levando embora qualquer resquício de dúvida
Arqueio meu corpo em direção ao seu e ele grunhe me apertando contra seu corpo, minhas mãos circulam seu pescoço enfiando os dedos em seu cabelo e solto um gemido quando ele agarra minha perna suspendendo-a.
Me afasto o suficiente para puxar uma respiração e escuto pela primeira vez o telefone tocar, Seymour também escuta e resmunga se afastando
- Vamos embora – ele diz e eu concordo ainda ofegante. Pegando seu casaco ele se vira para mim e eu pigarreio indo para frente, paro oscilante e olho para trás – Gatinha?
- Não posso me mexer – eu falo e coloco minha mão para trás tentando soltar
- Isso tudo por conta de um beijo? Devo ser incrível mesmo – Seymour fala arrogante e eu faço uma careta
- Não seu paspalho arrogante, minha saia está presa em algo na estante
Seymour ri se aproximando e me ajuda a tirar o ganchinho da minha saia, assim que me vejo livre dou um soco em seu braço e ele resmunga
- Porque isso? Eu ajudei – ele diz magoado e eu estreito os olhos
- Mas primeiro fez uma de suas gracinhas
Ele fica em silencio e logo em seguida se aproxima parecendo uma pantera em busca de sua presa. Estremeço engolindo em seco e ele sorri se inclinando e lambendo um ponto em minha garganta
- Gosto quando você faz essa sua pose, fica tão sexy – ele termina mordendo um ponto e um arrepio toma meu corpo inteiro, me puxo para trás com a respiração oscilante e ele repara
- Argh, você as vezes é tão...
- Tão o que? – ele pergunta curioso e eu reviro os olhos
- Tão Bryan Seymour
Seymour dá risada e pega minha mão animado me puxando para fora da sala.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cores da Tentação
RomanceBryan Seymour tem um segredo Ele os esconde a sete chaves, talvez por medo, talvez por receio, mas a verdade é um pouco mais simples.... Ele gosta de saber que tem algo somente dele que ninguém mais sabe. Mas isso pode se tornar algo muito maior se...