Capítulo 39 - Estar com você

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BRYAN


Deitado em minha cama com os dedos zapeando em vários nada no celular, abro a caixinha de mensagem e clico em cima do ícone

Eu: O que está fazendo?


Leva alguns minutos até que ela me responda de volta


Gatinha: Alimentando Ikaros

Eu: Com sangue humano?

Gatinha: Muito engraçado Seymour

Eu: Não vamos falar sobre seu bichano estranho. O que vai fazer daqui a cinco minutos?

Gatinha: Irei ao supermercado, Dante tem um compromisso para hoje de tarde

Eu: uhmm

Gatinha: Está entediado não está?


Sorrio quando leio a mensagem e me sento na cama já animado com meus planos


Eu: Muito, posso ir com você?

Gatinha: Credo Seymour, seu nível de tedio está acima do que eu esperei

Eu: Ou só estou buscando uma forma de te ver em um dia de sábado

Gatinha: ......

Gatinha: Estou saindo em quinze minutos

Eu: Chego aí em cinco

Gatinha: Boboca

Eu: <3




Nove minutos depois e um cabelo bagunçado pelo vento porque eu esqueci de fechar a janela do carro, eu estaciono em frente à casa de Arabela. Trancando a porta do carro eu desço e faço uma careta quando vejo o carro de Dante ainda estacionado na garagem.

Bom, que se dane

Bato duas vezes e escuto o gato vindo dos infernos miar alto o suficiente para que eu o escute do lado de fora. Escuto passos pesados vindo em minha direção e dou um passo atrás bem no momento em que Dante aparece arrumado com os cabelos arrumados e camisa social clara destacando suas tatuagens.

- Seymour? – ele pergunta e eu sorrio estendendo a mão

- Boa tarde Turner – aponto para as costas dele me obrigando a ser casual – Vim buscar Arabela

Arqueando uma sobrancelha ele sai da frente e eu passo desviando de Ikaros que juro por deus está me encarando com raiva.

- Ela está lá em cima arrumando algumas coisas – Dante fala atrás de mim e eu aceno distraído – Quer alguma coisa? Uma água, ou suco?

- Não, obrigada – falo e acompanho ele até a cozinha – Estava falando para Arabela que essa casa é muito bonita

- É sim – Dante responde pegando um copo com água para si – Herança de família

- Então está a muito tempo na família?

- Sim, desde o casamento dos nossos bisavós debaixo daquela arvore onde você estacionou o carro – ele fala e eu franzo a testa pensando no que ele disse

- Seus bisavós se casaram debaixo daquela mesma árvore?

- Eles estavam fugindo dos pais, então foi um casamento clandestino – Dante diz e levanta um ombro – Pelo menos era o que a mamãe nos contava, mas acho que ela pode ter exagerado na parte das folhas de primavera caindo lentamente

- O que? – eu pergunto rindo e ele sorri descontraído

- Ela disse exatamente isso, que quando eles disseram sim as folhas caíram cobrindo-os de bênçãos

- Cara isso é legal – falo e ele inclina a cabeça duvidando. Entornando o resto da água ele se afasta do balcão e olha para o relógio em seu pulso

- Eu tenho que ir agora, você pode esperar aqui se quiser – ele diz e eu aceno confirmando. Dante acena se despedindo e pega uma mochila em cima do aparador antes de ir até Ikaros e o acariciar rapidamente – Estou indo agora Belle – ele grita por cima do ombro – Qualquer coisa me liga

- Tudo bem – Arabela grita em resposta – Boa viagem

- Amo você

- Amo você – ela responde e eu sorrio quando percebo que o irmão dela só abriu a porta quando escutou sua resposta.

Escuto o som do carro sendo ligado e espero até que ele tenha ido para começar a pular os degraus de dois em dois em direção ao quarto de Arabela. Ando pelo corredor e paro momentaneamente quando vejo uma porta trancada do outro lado parecendo meio desgastada

Balanço a cabeça e vou em direção ao quarto em frente, espio pela pequena brecha e sorrio quando a vejo em pé inclinada sobre a cama digitando em algo rapidamente. E é pelo franzir da testa que percebo que seja lá o que ela esteja fazendo parece ser sério

- Ocupada? – pergunto e ela salta meio centímetro se ajeitando

- A quanto tempo estava aí? – ela pergunta desconfiada e eu entro no quarto dando de ombros enquanto observo seu quarto

- Meia hora

- O que? – ela grita e eu dou risada mas paro quando a observo de perto, arregalando meus olhos eu arfo

– Puta merda

- O que foi? – Arabela pergunta e coloca a mão no rosto tateando algo, dou mais um passo e digo em um sopro

- Vou ter que ir ao banheiro

Arabela inclina a cabeça estreitando os olhos um pouco e vejo sua expressão desconfiada acentuar ainda mais

- Porque?

- Não finja sua cobrinha traiçoeira e vulgar – falo e aponto para ela que ri assustada

- Você enlouqueceu de vez

- Você que enlouqueceu colocando esses malditos óculos

- O que tem os meus óculos? – ela pergunta confusa e eu me aproximo

- Ficou parecendo uma bibliotecária sexy

- Uhmm – ela diz e se aproxima também – E devo supor que conheceu muitas dessas

- Claro que sim – eu respondo – Só que elas eram casadas e infelizmente os netos e netas não deixavam elas viveram um romance proibido

Arabela ri surpresa e eu pego seu riso beijando-a repetidas vezes até que nós dois estejamos ofegantes

- Fala sério gatinha – eu começo e beijo o canto da sua boca – Você fez isso só para me provocar

- Juro que não foi minha intenção

- Mas nem vem ao caso – falo e estremeço quando ela roça seus lábios nos meus em um selinho – Qualquer coisa que você faça me deixa de pe...

- Seymour! – Arabela fala rindo chocada e eu dou de ombros

- Estou falando a verdade gatinha

Arabela me olha com malicia e eu a puxo para um beijo bem no momento em que sinto sua mão descendo em direção ao zíper da minha calça, resmungo contra a boca dela contendo um estremecimento

- Se fizer isso não prometo que chegaremos ao supermercado

- Não me importo de atrasarmos – ela diz e lambe o meu queixo descendo o zíper enquanto sua mão aperta e desliza no comprimento, xingo e ela sorri – Mas se você está querendo ir....

- Esqueça – falo e a puxo pela cintura chutando a porta do quarto com a perna. Arabela ri de encontro a minha boca, mas para quando eu subo minhas mãos puxando-a pela nuca e aprofundando o beijo.

Cores da TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora