Capítulo 3 - Advogar

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ARABELA


- Como vai sra. Navas? – pergunto educadamente vendo a senhorinha se aproximar da mesa e me levanto estendendo a mão, ela a pega apertando delicadamente

- Vou bem querida – ela responde e faz uma careta – Na verdade ficaria bem melhor se resolvêssemos isso, e ela ficasse bem

- Vamos fazer o possível – respondo confiante e olho para cima no mesmo minuto que Bryan atravessa a porta com a gravata posta no lugar e o cabelo arrumado sem os fios bagunçados com sempre ficam quando ele está no escritório sozinho

- Bom dia – ele cumprimenta e a sra. Navas se ilumina quando ele aperta sua mão – Como a senhora está?

- Estou bem – ela responde e ele aponta para a cadeira, ela se senta apoiando a bolsa em seu colo. Bryan puxa a cadeira para mim em modo automático como sempre e se senta seguido por mim – Ouvi falar muito bem de você sr. Seymour

- Verdade? – ele pergunta parecendo surpreso

- Sim, somente elogios por onde eu passo

- Que estranho, eu não presto – Bryan fala divertido e ela ri ficando com as bochechas vermelhas. Reviro os olhos abrindo meu caderno de anotações e clico na tampa da caneta.

Bryan pigarreia abrindo o botão do terno e olha para a pasta que eu organizei para ele com o caso que ela me explicou por telefone

- Certo – ele diz franzindo a testa – Então a senhora acha que ela está sendo agredida pelo marido?

- Não acho, tenho certeza – ela diz apertando a bolsa em seu colo – Vi marcas roxas em seus braços no dia em que ela foi colocar o lixo em frente a casa. Ela desviou da pergunta, mas eu vi, e estou disposta a testemunhar contra isso

Bryan se inclina sobre a mesa e olha para a Sra. Navas com a expressão séria enquanto sua mão batuca silenciosamente na mesa

- A senhora está pagando por isso, tem algum parentesco com ela?

- Não, ela é somente minha vizinha – ela responde confiante – Mas eu como mulher achei que deveria ajuda-la, pelo menos eu gostaria que me alguém me ajudasse se passasse por isso

Dou um sorriso orgulho em sua direção e vejo Bryan sorrir também, só que de uma forma mais tranquila.

- Ok, então preciso de algumas informações para começarmos – ele diz se voltando para mim. Me viro para a sra. Navas e ela olha para mim esperando as perguntas

- Tudo o que nos disser não sairá dessa sala, muito menos a denúncia – começo e ela assente – E até que tenhamos provas concretas o suficiente para incrimina-lo a situação continuará sigilosa para sua própria segurança

- Tudo bem

- Para começo preciso do nome dos dois, completo – eu falo anotando os nomes que ela me diz e as informações necessárias para descrever os dois completamente e me dar uma imagem nítida – Agora eu preciso que me diga se existe algum familiar ou amigo que visite eles ou algo assim

A sra. Navas para pensando e sua expressão se torna distante enquanto ela remonta as informações. Um segundo depois seus olhos brilham e ela estala os dedos com pulseiras tilintando em seus pulsos

- Um tio – ela diz e então para – Pelo menos eu acho que é tio já que eu a ouvi chama-lo assim, ele aparece somente uma vez no ano se não muito

- Ele é tio dela? – Bryan pergunta interessado e ela concorda animada

- Sim, e a não ser por ele, ninguém mais os visita, o cretino do marido dela sai toda semana chegando somente de madrugada, mas fora isso ninguém

- Como é o nome dele? A senhora poderia nos dizer? – eu pergunto e ela balança lentamente a cabeça negando

- Não saberia, eu somente vi sua roupa – ela para se inclinando – Ele parecia um padre ou algo assim

Olho para Bryan e ele assente, sorrio em direção a sra. Navas e estendo a mão pegando a dela

- Vamos começar a procurar provas, até lá qualquer coisa que ver que poderia ser usada contra ele, por favor nos avise imediatamente

- Pode deixar – ela afirma se levantando – Obrigada aos dois

- Não há porque nos agradecer – Bryan fala se levantando também – Está sendo uma ótima amiga fazendo isso

A sra. Navas fica vermelha de novo e sai falando algo para si mesma. Termino de anotar e olho para Bryan

- Temos que achar o tio dela – eu falo e ele afirma

- Vou olhar nos registros da cidade, alguém com o sobrenome dela

- Mas... – eu paro confusa e ele me olha esperando – O sobrenome é do marido dela

- Eles não são casados – Bryan afirma

- E como você saberia disso?

- A sra. Navas falou sobre praticamente tudo da aparência dos dois – ele comenta inclinando a cabeça – Cor dos olhos, brincos, roupas. Mas somente uma coisa faltou na descrição

- O anel – eu termino seu raciocínio e ele assente andando até a porta

- Exato. Vou procurar e se achar algo eu te aviso, até lá tente saber mais sobre o namorado dela

- Tudo bem

Cores da TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora