Capítulo 35 - Descobrir

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BRYAN


- Então você acha que podemos começar? – olho rapidamente para o prédio e aceno confiante

- Sim, a papelada está pronta. Pode ir em frente

- Ótimo – ele afirma e esfrega a mão uma na outra – Estou louco para quebrar umas paredes

- Boa sorte então – respondo rindo e pesco meu celular – Qualquer coisa me manda mensagem, preciso dar uma conferida em algumas coisas

- Pode deixar chefinho

Aceno me despedindo e coloco o celular dentro do bolso depois de mandar outra mensagem para Arabela, que inconvenientemente não está me respondendo desde de manhã

Entro dentro do carro e vou em direção ao escritório. Vinte minutos depois estou em frente a sala dela quando percebo que ela não está lá, olho para o relógio, confuso e vejo que ainda não é o horário de saída

- Boa tarde sr. Seymour – uma das funcionárias passa por mim carregando algumas pastas na mão enquanto segura uma xicara de café na outra e eu me viro para ela

- Boa tarde – respondo e não falo seu nome, porque droga, eu esqueci – Desculpe, mas você viu a srta. Turner?

- Vi sim senhor – ela afirma parando no meio do corredor – Ela disse que precisaria sair mais cedo

- Ela disse o porquê? – pergunto preocupado e ela balança a cabeça negando

- Não, mas eu pensei tê-la visto um pouco pálida senhor

Engulo em seco e pesco o celular e de novo não vejo nenhuma resposta, praguejo mentalmente e aceno para a mulher

- Obrigada

- Não há de que – ela diz e sai

E pela segunda vez em poucos minutos eu estou saindo no carro, só que dessa vez em direção a sua casa ignorando que talvez o irmão dela estivesse lá também

Mas dane-se




- Arabela – eu falo e bato de novo na porta de madeira. Levanto a mão para bater mais forte, mas a porta se abre repentinamente me fazendo dar um passo à frente

Arabela está na porta me olhando de olhos arregalados vestida como se estivesse prestes a sair.

- Jesus Cristo – eu falo e a puxo para um abraço apertado, ela resmunga algo em meu peito, mas eu a ignoro – Você quase me mata de susto mulher

- Seymour – ela diz e eu a solto quando sinto que estou a sufocando, ela para ofegante e coloca o cabelo para trás – O que aconteceu?

- Me diz você – eu aponto acusando-a – Você literalmente sumiu e não me responde

- Ah – ela diz e faz uma careta – Desculpe por isso, eu só estava pensando em algumas coisas antes de ir falar com você

- Sobre o que? – pergunto um pouco assustado e ela morde o lábio inferior saindo da frente e me deixando passar. Ikaros me lança um olhar assassino e eu como um adulto que sou lhe mostro a língua

- Seymour! – droga

- Ele merece – eu pontuo e Arabela suspira

- E você acha que mostrar a língua é uma afronta o suficiente? – ela pergunta sarcástica e eu reviro os olhos enquanto me sento em uma das cadeiras ao redor do balcão da cozinha para onde ela me leva

- E então o que aconteceu com você hoje? – pergunto e ela desliza um copo de suco gelado em minha direção, ainda observando-a tomo um gole sorrindo por dentro ao sentir o gosto de laranja.

Meu preferido

- Digamos que eu tinha algumas coisas para pensar – ela diz pausadamente e eu estreito os olhos – Você principalmente – ela termina sorrindo com o canto da boca e eu puxo uma respiração apertando o copo em minhas mãos

- Espero que sejam coisas boas

- Sim, com certeza – ela afirma e franze a testa – Eu só tomei um susto, mesmo que de alguma forma eu tenha suposto isso.

Faço uma pausa e inclino a cabeça tentando traduzi-la, suas bochechas estão rosadas, o cabelo está preso em um coque desarrumado, e sua camisa está com os dois primeiros botões abertos. Ela está linda, mas mais do que isso, são seus olhos injetados, parecia que ela tinha chorado, mas ao mesmo tempo parecia feliz.

Eu estava confuso

- Você percebeu finalmente que me ama? – pergunto em um rompante e Arabela se afasta um centímetro enquanto seus olhos se arregalam

- O que?

- O que? – eu pergunto e ela começa a rir se apoiando na bancada, franzo a testa e cruzo os braços – Estou tentando não levar como um insulto

- Você é ridículo sabia? – ela pergunta ainda ofegante pelo riso, e vejo seus olhos dançarem divertidos – E não é sobre isso Bryan Seymour, e... – Ela para e estreita os olhos emburrada – E como assim "perceber finalmente"?

Dou de ombros e tomo mais um gole refrescando minha cabeça, tiro o paletó e fico somente com a camisa cinza por baixo. Arabela dá a volta e se senta na bancada ao meu lado um sorriso nascendo em sua boca

- Você é bem confiante de si, não é? – ela pergunta e eu me inclino puxando-a para mim, beijo seus lábios suavemente e ela suspira

- Só de coisas que eu sei que são verdades

- Como o fato de que você é Killian Nayrb? – ela pergunta e eu paro

Simplesmente estanco, ainda inclinado, ainda tocando seus lábios

Porra

Cores da TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora