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BOA LEITURA 💘🦋

Maratona:23/??

Any Gabrielly

Demorou muito até que todos conseguissem dormir. Já eu, continuei acordada, olhando para o teto do lugar enquanto esfregava minhas mãos uma na outra nervosamente. Como eu poderia pensar em descansar sem ter notícias do Noah? Eu temia que talvez ele não estivesse nada bem.

O rádio policial que Dan trazia em sua cintura começou a fazer barulho, mas ele não ouviu. Na verdade, eu era a única a ouvir. Tirei o rádio delicadamente de sua cintura e me afastei até um canto do bunker.

— Agente Daniel Smith, recebemos informações da equipe de buscas. Conseguiram rastrear os irmãos Urrea. Eles estão vivos e estão como reféns em um carro modelo palio na cor preta e de placa HGT-5489. Estão indo em direção à fronteira do Canadá ao leste, podendo atravessar ao nascer do sol.

Aquilo era bom. Os dois estavam vivos, só esperava que estivessem bem. A ideia que eu tive a seguir foi bem doida, qualquer um diria que era suicídio, mas eu estava bem tentada a sair dali às escondidas, roubar a van de Dan e ir até o aeroporto pegar um avião para a cidade que ficava na fronteira leste. Se eu tivesse que passar mais um dia sem ver o Christopher, eu enlouqueceria.

Sem fazer muito barulho, eu peguei os meus sapatos, as chaves da van e a minha carteira, depois saí de lá e retornei até a estrada. Não podia negar que estava morrendo de medo de levar um tiro a qualquer momento, eu nem mesmo sabia o que poderia fazer depois que eu saísse do avião no meu destino, mas era como se algo estivesse brigando dentro de mim para que eu fizesse isso.

Chegando ao aeroporto, eu fui até uma lojinha e comprei um moletom preto, óculos escuros e um boné. Isso me manteria camuflada por enquanto. Caminhei pelos cantos, olhando ao meu redor a todo instante para ter certeza de que não estava sendo seguida. Usei o meu cartão de crédito para comprar a passagem e depois de muito debater, eles aceitaram apenas a minha carteira de motorista para que eu pudesse viajar, já que era um vôo nacional.

Não foi um vôo tão longo, mas para uma mente ansiosa, demorou horas intermináveis. Assim que pousamos, eu aluguei um carro e dirigi direto para a fronteira. Não, eu não tinha um plano, estava sendo guiada apenas pelo meu coração, que a cada hora que se passava, batia ainda mais forte.

O sol já estava espremendo-se para nascer no horizonte, eu não tinha dormido nada e minha cabeça doía. Era bom que eu estivesse usando aqueles óculos escuros, ou não conseguiria ficar de olhos abertos.

Quando cheguei até a autoestrada, bem próximo ao meu destino, eu vi um carro que estava bem mais a frente sair do asfalto e entrar nos terrenos de uma fazenda. Era o palio descrito pelo policial no rádio. Além do palio, outros dois carros também foram logo em seguida. Não pensei duas vezes antes de ir atrás.

Parei muito antes de todos eles, para não ser vista. Desci do carro e comecei a me esgueirar a pé, ficando abaixada e me aproximando devagar. Entrei no celeiro e fiquei observando atrás da porta.

Vários homens desceram dos carros e junto com eles, Vini e Noah, que estavam amarrados com as mãos para trás e devido aos machucados em seus rostos, eu deduzi que haviam levado uma boa surra. Meu coração se apertou e meus olhos se encheram de lágrimas quando eu o vi. Eu imaginei diversos cenários de reencontro e esse com certeza nunca foi um deles.

Os homens que estavam armados os obrigou a ajoelharem e um mais idoso, que parecia ser o líder, aproximou-se dos irmãos. Aquele possivelmente era o monsenhor Alfred do qual Dan falou. Ele fumava um cigarro e olhava com desdém para os homens em sua frente.

Caindo em tentação 𖡻 noany {Concluída}Onde histórias criam vida. Descubra agora