12 (parte dois)

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Is this the real life?

Is this just fantasy?

Caught in a landslide

No escape from reality

Open your eyes

Look up to the skies and see

(Isso é vida real?

Isso é só fantasia?

Preso em um desmoronamento

Sem escapatória da realidade

Abra seus olhos

Olhe para os céus e veja)

(Queen – Bohemian rhapsody)


Despertei outra vez.

Sentindo-me muito depressiva pela lembrança que tive.

Eu teria a chance de me desculpar com ela?

Ou ia sumir ou morrer brigada com minha mãe para sempre?

***

- Coma. – Malcon me chamou atenção e apontou para uns sanduíches ao meu lado.

- Que dia é hoje?

- Quinta-feira. – andou pelo quarto, notei que ele havia tomado banho e estava com roupas diferentes.

Sentei-me e comecei a mastigar a comida. Minha blusa estava com sangue pelo corte que ele fez, e eu não tive coragem de erguer para ver o estrago.

- Nós vamos embora daqui a pouco.

Engasguei e com olhos úmidos me acalmei.

- Para onde? – perguntei depois de beber água.

- Vamos para o Canadá. – ele sorriu. – Você sempre quis voltar para lá. Vamos de carro, viajar juntos .... vai ser divertido! – bateu palmas.

Se eu fosse para outro país ninguém nunca mais me encontraria.

Minha visão turvou, mas eu engoli o choro. Precisava ser forte.

- Antes de a gente sair, me deixa tomar um banho. Não quero viajar assim. – encolhi meus ombros.

Malcon cruzou os braços.

- Prometo não tentar nad.a – implorei.

Nem se eu quisesse conseguiria, estava fraca e mole.

- Tudo bem, mas a porta vai ficar aberta. – esticou um dedo. – Peguei roupas para você.

Tomei mesmo um banho com a porta aberta, mas Malcon não olhou para mim. Vesti o que ele tinha separado: um jeans escuro, camiseta azul que ficou larga e um moletom preto de zíper.

Quando saí do banheiro, ele me manteve sentada sem a algema enquanto arrumava uma mochila.

Seria minha chance de tentar algo, mas eu vi a arma no cós da calça dele e não movi um músculo. Malcon colocou a mochila em um dos ombros e me entregou um boné verde.

- Cubra o seu rosto.

Obedeci.

E saímos do quarto de hotel beira estrada.

Era dia.

O sol brilhava.

Mas dentro de mim, a escuridão ainda era maior.

Eu me sentia turva e inerte a tudo.

Dentro do carro preto dele eu notei onde estávamos. Eu ainda estava em Staten Island.

Nós rodamos por alguns bairros que eu conhecia e meu coração acelerou quando vi onde ele estava estacionando.

- Vamos precisar de mais comida daqui até o Canadá. – ele pegava notas amassadas dentro da carteira de couro velha. – Você vem comigo. – ele levantou a blusa e eu vi a arma brilhar. – Se você tentar alguma coisa, Lucy ... Lolla. – franziu o rosto

– Lucy ... eu estouro seus miolos e de todo mundo que estiver lá dentro.

- Não vou tentar nada.

- Bom. – balançou a cabeça. – Pega umas coisas para você, tipo escova de dente, um shampoo, sei lá.

- Tá bom. – juntei as mãos.

Ele saiu pela sua porta e deu a volta me pegando e entrelaçando nossos braços.

Eu estava entrando com meu stalker/sequestrador no mercado da família de Kyle e torcia internamente para que não fosse a última vez.


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Sempre foi Você (Girls From Staten Island - livro 6)Onde histórias criam vida. Descubra agora