Parte 33 - Celeste

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Eu estava tão tensa, achei até que não ia conseguir pronunciar as palavras, mas Katherine estava me olhando tão fundo com aquele olhar maternal, que resolvi soltar tudo de uma vez, e até que deu um certo alívio.

-Eu estou apaixonada! - Fechei os olhos com força enquanto quase esmagava a mão de Katherine, que suspirou e pareceu tirar uma tonelada dos ombros.

-Cel... - Kat chamou, abri levemente o olho direito, enquanto estava toda encolhida. - Olha para mim. - Abri os dois olhos e por um momento pensei em sair correndo de tanta vergonha, eu nunca me apaixonei, ninguém nunca pensou que eu fosse me apaixonar, até eu duvidava disso. - Não precisa ter vergonha. - A Katherine parece ler meus pensamentos. - Você não precisa ter vergonha, eu sei que essa coisa de amor não é muito sua praia, mas quando você o descobre, é mágico, você sabe que é a pessoa certa, sabe que quer passar o resto da sua vida ao lado dele, isso é motivo de se orgulhar! - Eu absolutamente não conheço uma pessoa melhor para dar conselhos.

-Dói tanto. - Por uns segundos penso em chorar, sofrer por amor é humilhação, eu não tinha que passar por isso. - Parece que tem um monte de gente pisando e apertando meu coração. - Lágrimas descem dos meus olhos, eu deveria ter escolhido um lugar mais discreto para chorar. - Eu não achei que fosse me apegar tanto, você mais do que ninguém sabe que eu não me apego a ninguém. - Katherine ouve tudo com muita atenção, então eu decido contar a história de como foi que tudo aconteceu. - Bom... eu estava ficando com o Patrick, o loiro gatinho do 3º ano, aí quando eu fui pra casa del... - Katherine me olha como se eu tivesse cometido um crime, então ela me interrompe e pergunta:

-Vocês não fizeram aquilo não né? - Como sempre, inocente de tudo.

-Hellouuu?! - Estalo os dedos na frente de seu rosto, achando um pouco de graça na situação. - Estamos no século 21, eu faço sexo mesmo. - Agora eu realmente acho que Katherine vai ter um treco, porque realmente ela parece estar passando mal.

-Você me explica isso depois! - Ela coloca a mão do peito, como se estivesse recuperando o ar.

-Continuando... eu fui pra casa dele e nós fomos pro quarto, rolou uns beijinhos, umas passadas de mão, só que alguém bateu na porta, afe, eu sinceramente queria matar a pessoa que estava nos incomodando, então coloquei minha blusa bem rápido e dei uma ajeitada no cabelo, enquanto o Patrick foi abrir a porta só de calça. Quando ele abriu, eu tentei ver quem estava ali, então eu vi um garoto bem parecido com o Patri, só que um pouco mais velho. Eu fiquei encantada como nunca tinha ficado antes, minha vontade era de parar o tempo e ficar olhando para ele até o mundo acabar, mas então depois de uma conversa que eu nem prestei atenção, o Patri fecha a porta e começa a tirar a calça enquanto vinha na minha direção, e eu lá estava com pique de fazer sexo depois do que vi... e senti. Aí eu fingi uma dor de cabeça e sai do quarto pra ir embora, o Patri estava todo emburrado e ficou por lá mesmo. Eu desci as escadas para ir embora, então o garoto que eu tenho quase certeza ser irmão do Patri, trombou comigo e derrubou meu celular, eu nem tive voz pra brigar com ele, e você sabe que meu celular é meu xodó! Então ele todo educado pegou do chão e me pediu desculpas, eu estava toda no mundo da lua, então ele começou a rir e eu falei que já estava indo. De repente, enquanto passo por ele, sinto uma mão em meus ombros, me congelei inteira, eu olhei pra ele e o mesmo me respondeu que o trânsito estava terrível, que se eu quisesse, podia me dar uma carona, aí eu pensei: "qual a diferente do meu motorista vir me buscar, e você de me levar?" mas nem comentei, você acha... então eu entrei no carro dele, e nós fomos devagar... devagar até demais pro meu gosto. Ele começou a puxar assunto. "Você é namorada do meu irmão?" "Não, estamos só... ficando" respondi, então ele logo ficou mudo, decidi puxar assunto também. "Quantos anos você tem?" perguntei como quem não quer nada. "23... e você?" ele perguntou de volta. "17" fiquei meio sem graça, por achar que ele nunca se interessaria por uma garota com essa idade. A conversa fluiu muito bem, ficamos conversando mais ou menos 2 horas em frente a minha casa, eu só entrei porque minha mãe me ligou perguntando onde eu estava, senão teria ficado mais horas e horas lá dentro com ele... - Até que enfim terminei, eu não me cansaria de contar isso mais umas 3 vezes para ela...

-Só? - Ela perguntou confusa. - Não beijou nem nada? Que milagre.

-Não bobinha! - Dou um tapinha em seu ombro. - Ele pegou meu número e eu vou sair hoje com ele, mas não espero que role nada, eu gostei mesmo dele.

-Como é o nome dele? O que ele faz? O Patrick sabe que você o trocou pelo próprio irmão?

-Aí quantas perguntas, baby. - Reviro os olhos. - O nome dele é Alejandro, chiquérrimo! Ele está no 4º ano da faculdade de direito e eu não devo satisfações pro Patrick não, meu bem! Só falei que queria terminar tudo, e ele levou numa boa, só ficou perguntando o motivo, affff.

-E você acha que esse Alejandro gostou mesmo de você?

-Kat, eu não sei, só sei que gostei muito dele, muito mesmo. Ele me tratou tão bem, não tentou nada comigo e ao mesmo tempo mostrou tanto interesse pela minha vida, quer dizer.... se isso não é estar nem um pouco afim, ele tinha que seguir a carreira de psicólogo, porque realmente teve paciência pra me ouvir, e você sabe que não é fácil, mas além de tudo isso, quando eu olho pra ele, sinto uma explosão dentro de mim, parece que a qualquer segundo eu vou sair voando, e o olhar dele é tão sincero... parece que eu posso ver a alma dele sempre que me deparo com aqueles olhos...

-Cel, eu apoio ao máximo essa... coisa... entre vocês dois, só não quero que você se machuque, e eu estou aqui para tudo. Pra te consolar quando você chorar, pra sorrir com você quando estiver feliz... você sabe que pode contar sempre comigo! - Eu sei Kat, não tenho a mínima dúvida disso...

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CAPA: Alejandro

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