Eu estava tão tensa, achei até que não ia conseguir pronunciar as palavras, mas Katherine estava me olhando tão fundo com aquele olhar maternal, que resolvi soltar tudo de uma vez, e até que deu um certo alívio.
-Eu estou apaixonada! - Fechei os olhos com força enquanto quase esmagava a mão de Katherine, que suspirou e pareceu tirar uma tonelada dos ombros.
-Cel... - Kat chamou, abri levemente o olho direito, enquanto estava toda encolhida. - Olha para mim. - Abri os dois olhos e por um momento pensei em sair correndo de tanta vergonha, eu nunca me apaixonei, ninguém nunca pensou que eu fosse me apaixonar, até eu duvidava disso. - Não precisa ter vergonha. - A Katherine parece ler meus pensamentos. - Você não precisa ter vergonha, eu sei que essa coisa de amor não é muito sua praia, mas quando você o descobre, é mágico, você sabe que é a pessoa certa, sabe que quer passar o resto da sua vida ao lado dele, isso é motivo de se orgulhar! - Eu absolutamente não conheço uma pessoa melhor para dar conselhos.
-Dói tanto. - Por uns segundos penso em chorar, sofrer por amor é humilhação, eu não tinha que passar por isso. - Parece que tem um monte de gente pisando e apertando meu coração. - Lágrimas descem dos meus olhos, eu deveria ter escolhido um lugar mais discreto para chorar. - Eu não achei que fosse me apegar tanto, você mais do que ninguém sabe que eu não me apego a ninguém. - Katherine ouve tudo com muita atenção, então eu decido contar a história de como foi que tudo aconteceu. - Bom... eu estava ficando com o Patrick, o loiro gatinho do 3º ano, aí quando eu fui pra casa del... - Katherine me olha como se eu tivesse cometido um crime, então ela me interrompe e pergunta:
-Vocês não fizeram aquilo não né? - Como sempre, inocente de tudo.
-Hellouuu?! - Estalo os dedos na frente de seu rosto, achando um pouco de graça na situação. - Estamos no século 21, eu faço sexo mesmo. - Agora eu realmente acho que Katherine vai ter um treco, porque realmente ela parece estar passando mal.
-Você me explica isso depois! - Ela coloca a mão do peito, como se estivesse recuperando o ar.
-Continuando... eu fui pra casa dele e nós fomos pro quarto, rolou uns beijinhos, umas passadas de mão, só que alguém bateu na porta, afe, eu sinceramente queria matar a pessoa que estava nos incomodando, então coloquei minha blusa bem rápido e dei uma ajeitada no cabelo, enquanto o Patrick foi abrir a porta só de calça. Quando ele abriu, eu tentei ver quem estava ali, então eu vi um garoto bem parecido com o Patri, só que um pouco mais velho. Eu fiquei encantada como nunca tinha ficado antes, minha vontade era de parar o tempo e ficar olhando para ele até o mundo acabar, mas então depois de uma conversa que eu nem prestei atenção, o Patri fecha a porta e começa a tirar a calça enquanto vinha na minha direção, e eu lá estava com pique de fazer sexo depois do que vi... e senti. Aí eu fingi uma dor de cabeça e sai do quarto pra ir embora, o Patri estava todo emburrado e ficou por lá mesmo. Eu desci as escadas para ir embora, então o garoto que eu tenho quase certeza ser irmão do Patri, trombou comigo e derrubou meu celular, eu nem tive voz pra brigar com ele, e você sabe que meu celular é meu xodó! Então ele todo educado pegou do chão e me pediu desculpas, eu estava toda no mundo da lua, então ele começou a rir e eu falei que já estava indo. De repente, enquanto passo por ele, sinto uma mão em meus ombros, me congelei inteira, eu olhei pra ele e o mesmo me respondeu que o trânsito estava terrível, que se eu quisesse, podia me dar uma carona, aí eu pensei: "qual a diferente do meu motorista vir me buscar, e você de me levar?" mas nem comentei, você acha... então eu entrei no carro dele, e nós fomos devagar... devagar até demais pro meu gosto. Ele começou a puxar assunto. "Você é namorada do meu irmão?" "Não, estamos só... ficando" respondi, então ele logo ficou mudo, decidi puxar assunto também. "Quantos anos você tem?" perguntei como quem não quer nada. "23... e você?" ele perguntou de volta. "17" fiquei meio sem graça, por achar que ele nunca se interessaria por uma garota com essa idade. A conversa fluiu muito bem, ficamos conversando mais ou menos 2 horas em frente a minha casa, eu só entrei porque minha mãe me ligou perguntando onde eu estava, senão teria ficado mais horas e horas lá dentro com ele... - Até que enfim terminei, eu não me cansaria de contar isso mais umas 3 vezes para ela...
-Só? - Ela perguntou confusa. - Não beijou nem nada? Que milagre.
-Não bobinha! - Dou um tapinha em seu ombro. - Ele pegou meu número e eu vou sair hoje com ele, mas não espero que role nada, eu gostei mesmo dele.
-Como é o nome dele? O que ele faz? O Patrick sabe que você o trocou pelo próprio irmão?
-Aí quantas perguntas, baby. - Reviro os olhos. - O nome dele é Alejandro, chiquérrimo! Ele está no 4º ano da faculdade de direito e eu não devo satisfações pro Patrick não, meu bem! Só falei que queria terminar tudo, e ele levou numa boa, só ficou perguntando o motivo, affff.
-E você acha que esse Alejandro gostou mesmo de você?
-Kat, eu não sei, só sei que gostei muito dele, muito mesmo. Ele me tratou tão bem, não tentou nada comigo e ao mesmo tempo mostrou tanto interesse pela minha vida, quer dizer.... se isso não é estar nem um pouco afim, ele tinha que seguir a carreira de psicólogo, porque realmente teve paciência pra me ouvir, e você sabe que não é fácil, mas além de tudo isso, quando eu olho pra ele, sinto uma explosão dentro de mim, parece que a qualquer segundo eu vou sair voando, e o olhar dele é tão sincero... parece que eu posso ver a alma dele sempre que me deparo com aqueles olhos...
-Cel, eu apoio ao máximo essa... coisa... entre vocês dois, só não quero que você se machuque, e eu estou aqui para tudo. Pra te consolar quando você chorar, pra sorrir com você quando estiver feliz... você sabe que pode contar sempre comigo! - Eu sei Kat, não tenho a mínima dúvida disso...
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CAPA: Alejandro
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Suddenly
Novela JuvenilKatherine Rosmore é uma adolescente de 17 anos que pensa não precisar de mais nada em sua vida. Como todos, ela também tem problemas, mas acaba aumentando quando de repente revê seu amigo de infância Steven Harper...