-Acho melhor a gente entrar... - Corto o silêncio.
-É! Claro... também acho! - Ele responde rápido, como se tivesse dado um cochilo sem perceber.
Andamos em silêncio até a casa da minha tia Rachel, Steven estava com a cabeça baixa e mão nos bolsos, eu só queria chegar logo para podermos nos separar e eu interagir um pouco com outras pessoas...
Chegamos na porta e ninguém se propôs para abri-la, então tomei iniciativa e entrei sem olhar para trás.
-Filha, querida! - Mamãe vem rapidamente na minha direção. - Eu não te achei em nenhum canto da casa! - Ela ia continuar e eu logo falo:
-Estava respirando um pouco de ar puro com Steven... - Tento encontrá-lo com os olhos, mas ele não estava aqui.
-Ah sim! - Ela bebe um pouco da bebida azul e me puxa para onde todos estão. - Hora de revelarmos o amigo secreto! - Mamãe saltita até chegar a lareira. - Quem começa? - Ela olha ao redor e ninguém se oferece. - Ótimo! Então eu começo... - Mamãe pega o presente e começa sua declaração, vejo Steven descendo as escadas sem trocar um olhar sequer comigo, ele se senta e finge estar interessado no "jogo"
O resto das horas foram feitas de declarações, brincadeiras e entrega de presentes. Quando chega minha vez já estou exausta, mal me lembro de quem tirei, então me vem a mente "tia Lucy", na verdade minha mãe comprou os presentes, eu só disse para quem era...
Vou ao centro da sala de estar e começo meu "discurso".
-Bom, eu tirei uma pessoa muito especial. - Imito a primeira frase de todo mundo, eles riem, mas Steven fica sério. - Não sou muito boa com palavras, então só posso dizer que essa pessoa sempre foi muito gentil comigo, me ajudou várias vezes... - Todos me olham como se fossem eles. - E... eu adoro essa pessoa... tia Lucy! - Ela se levanta sorridente e me abraça. - Feliz ano novo titia! - Me distancio para pegar o presente na lareira e logo entrego para ela.
Não vi direito qual foi o presente que mamãe comprou, só fiquei encarando Steven, mas vi que titia Lucy ficou muito feliz com o que recebeu...
Quase 05:00 da manhã e ninguém se permite em descansar um pouco? Estou exausta, quero minha cama, como eles conseguem estar animados a essa hora?
Cutuco várias vezes minha mãe, mas ela sempre responde "Daqui a pouco já vamos, querida" "Espere só um instante"...
Quase me jogo na sala distante da que estão, fico encarando o lustre brilhante, até alguém aparecer ao meu lado. Um certo alívio me percorreu quando vi Steven.
-Está cansada? - Ele pergunta.
-Cansada é pouco! - Reclamo.
-Quer que eu te leve para casa? - Ele oferece e eu penso em dizer não, que mal faz ir para casa com um quase desconhecido? Penso. Não tenho muita opção a não ser aceitar, meus pais não vão sair daqui tão cedo...
-Quero sim! - Minha voz saiu em tom de súplica, ele achou engraçado e ofereceu o braço para eu entrelaçar, recebo de bom-grado e fomos em direção a minha mãe.
-Sra. Rosmore! - Ele para em sua frente e ela logo corresponde com um sorriso. - Katherine diz estar cansada, posso levá-la para casa? - Ele pergunta educadamente.
-Claro, querido! - Ela responde procurando algo com os olhos. - Só um minuto! - Fico encarando o chão até minha mãe voltar com o cartão da porta de entrada da nossa casa. - Se comportem crianças! - Ela sorri e vira imediatamente para conversar com alguém.
-Entao, vamos? - Steven pergunta.
-Claro... - Fomos em direção ao carro de Steven. Ele entrou no lugar do motorista, e eu entrei no de carona.
-Você mora...? - Ele liga o carro esperando o endereço.
-Residencial Summerville. - Respondo pegando meu celular. - Sem bateria, ótimo! - Sussurro baixinho mas Steven ouve e já zomba:
-Seu namorado ridículo deve estar louco de tanto te ligar e mandar mensagens... teve sorte de ter acabado a bateria!
Apenas reviro os olhos e coloco o cinto. Steven liga o som em música pop, até que ele tem um bom gosto...
Vou apreciando as praias de Copacabana enquanto Steven dirige e aumenta o som da música cada vez mais.
-Você quer estourar meus tímpanos? - Grito enquanto abaixo o som.
-Chegamos! - Ele diz entrando na portaria. - Qual é a senha? - Ele pergunta para digitar no sensor.
-478096. - Inclino a cabeça para vê-lo digitar, então o portão se abre e ele entra a toda velocidade, idiota.
-Certo, eu não lembro muito bem daqui, pode me dizer para onde ir? - Ele pergunta tentando distinguir o lugar.
-Ok, vai reto. - Ele continua dirigindo reto. - Agora vire a direita. - Ele vira a direita. - Isso, agora ande mais duas quadras e vire a esquerda. - Ele obedece. - Agora vai devagar. - A velocidade diminui e eu peço para parar em frente a minha casa. - É essa! Chegamos... - Ele para o carro e o clima pesado.
-Então... - Ele começa.
-Então... - Sussurro olhando para minhas mãos.
-Foi um prazer, Katherine! - Ele ri, sai do carro e da a volta para abrir a porta para mim, sério?
Pego em sua mão para sair do carro e em seguida me encosto no mesmo. Steven ainda segura minha mão e fica na minha frente, me encarando...
-Posso te ver outro dia? - Ele pede acariciando minhas mãos.
-Claro... Por quê não? - Droga Katherine! Isso é resposta que se dê? - Quer dizer. - Tento concertar o que falei. - Seria ótimo... - Steven da um sorriso e eu retribuo.
-Posso marcar seu número? - Ele pergunta.
-Ah é... pode! - Pare de gaguejar Katherine!
-Então? - Ele segura seu iPhone para marcar o número e eu passo.
-Te vejo em breve... - Ele da um beijo em minha bochecha e eu a toco com um sorriso bobo no rosto. - Tchau Kat...
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CAPA: Katherine

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Suddenly
Novela JuvenilKatherine Rosmore é uma adolescente de 17 anos que pensa não precisar de mais nada em sua vida. Como todos, ela também tem problemas, mas acaba aumentando quando de repente revê seu amigo de infância Steven Harper...