{12} Um anjo gentil.

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"Eu sei que o que eu faço não é certo
Eu não posso parar o que eu amo fazer
Então eu assassino o amor na noite
Vendo eles caírem um por um
eles lutam...
Você acha que me amará também?"

"Querido, eu sou uma sociopata
Doce assassina em série,
A caminho da guerra...
Porquê eu te amo só um pouco demais"
~ Lana Del Rey.

🐇


A dor pulsátil em minha cabeça continua forte. Abri meus olhos de modo preguiçoso, remexendo-me na grande cama king size diariamente vista.

As cortinas da porta de vidro estavam fechadas, e por serem pretas nenhuma claridade conseguia ser bem-vinda. Já por outro lado, a janela, além de aberta, mantinha uma constante onda de ventos fortes, batendo contra o pé da cama, bagunçando os fios dos cobertores de veludo. O tapete preto do quarto, os meus fios recém descobertos. Arrepiando meus braços e peitoral despidos.

Não estava frio, entretanto a sensação desprazerosa de sair debaixo do cobertor quentinho causava esse efeito.

Tentei puxar minha mão para alisar o meu cabelo bagunçado e tentar arrumá-lo, porém não consegui. E, quando fui ver o que impedia-me de fazer isto, meu coração apertou, disparando brutalmente.

Ela estava sendo segurada por uma das mãos de Park Jimin.

Ele está com o corpo todo encolhido, adormecido numa poltrona estofada da cor prata, com a cabeça escorada na lateral e os fios roxos de seu cabelo espalhados por ela, tendo toda a tensão costumeira do seu rosto relaxada.

Sua respiração é calma, quase inaudível. Deitei novamente no travesseiro, e venerei a doce e serena visão do diabo dormindo.

Dizem que ele não dorme, e que está a todo momento corrompendo almas puras, mas eu discordo. E acho que tenho provas concretas em mãos.

Por mais que diabólica, sua face adormecida era angelical. Seu peito subia e descia tranquilamente, e isso transparecia a paz que ele estava sentindo durante o sono. Talvez, vê-lo dormindo seja a nona maravilha do mundo.

Não sei como explicar, mas segurar a mão do diabo me dava uma sensação de segurança, tê-lo tão perto cuidando de mim era algo inestimável.

Com toda certeza, ao menos por minha parte, esses almejos vão muito além do físico. Não é só uma questão de desejá-lo despido nessa cama, é um sentimento paradoxalmente complexo. Cósmico demais para ser explicado em pensamentos.

Sabe, eu brinquei dizendo ser o novo favorito da diabona, mas acho que não seja mais uma brincadeira.

A visão era divina, eu podia continuar admirando sua feição serena por horas, mas por alguma razão extremamente estranha, meu nariz entrou num ardor intenso, e quando percebi, havia soltado um espirro assustador.

Jimin deu um pulinho assustado, e me encarou arregalado.

- Cacete, Jeon. Que susto! - Resmungou, coçando os olinhos celestialmente azuis.

- Bom dia. - Deitei no travesseiro outra vez, e abri um sorrisinho fraco.

- Como você está? O que está sentindo? - Se levantou abruptamente, tentando procurar algo em meu corpo.

- Fome. - Respondi simplista, ainda sorrindo. Ele me encarou com descaso.

- É sério, Jungkook. Eu fiquei preocupado. - Meu coração apertou novamente, palpitando forte.

Sua feição estava meio cabisbaixa, ele realmente se preocupou. Sorri ainda maior.

- Por que eu estou só de cueca? - Olhei debaixo do cobertor.

A Diabona • Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora