{18} A Lua é testemunha.

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"Apenas pelo seu amor, te dou o mundo...,

Culpado ou inocente?
O amor que estou lhe dando é infinito."
~ Zendaya.

🐇

Cinco dias depois.

Culpado ou inocente?

É essa a questão que venho martelando constantemente em minha cabeça. Eu sou culpado por amar Jimin, ou inocente por acreditar que o amor é algo maior do que o bem ou o mal?

Como para tudo, a resposta é: eu não sei.

Procuramos uma resposta baseando-se naquilo que nós acreditamos, e o que eu acredito, é que o amor nunca foi e nunca será um erro. Quando na medida certa, é claro.

Se eu sou culpado? Sim, eu sou. Mas não é por amar Jimin, e sim por fechar os meus olhos diante das regras que fui criado para seguir.

Se eu sou inocente? Sim, eu sou. Um anjo que desceu até o inferno para destruí-lo e acabou conhecendo o amor de alguém que jurou nunca mais senti-lo.

Se até o diabo tem um lado bom, por que haveria apenas dois caminhos? As pessoas se esquecem que Lucifer já foi um anjo -o mais belo de todos-, por sinal.

Existia luz nele, bondade. E ainda existe.

Por mínimo que seja, aquele pedaço minúsculo de amor ainda está em seu peito congelado, ou destruído pela chama roxa. De qualquer forma, aquele espaço foi dado e reservado para mim, e é claro que a inveja calharia em todos os outros, como sempre.

Como Jimin diz: "os dois anjos mais belos do mundo são livres e homossexuais, quem não sentiria inveja?"

Eu acho que a Deusa. Ela não sentiria inveja, jamais. Me questiono o que ela acha de meu único irmão existente amaldiçoar-me e tirar aquilo que me fez mais feliz: a chance de amar.

Sim, o meu próprio e único irmão desejou, e orquestrou indiretamente a minha morte. Meu único e próprio irmão me amaldiçoou.

A marca ainda não se espalhou. Pelo contrário, permanece estática no mesmo lugar onde Yoongi outrora apontou. Eu não sei se é algum truque cruel dele, ou se ela foi retirada.

Sonho para que tenha sido retirada, embora a fraqueza duplicou-se no passar dos dias, e euu suspeite que seja por causa dela.

Jimin desconfiava, me olhava estranho tentando definir o que acontecia comigo e vez ou outra tentava conversar, mas eu não contei nada. Não pretendo contar, não quero estragar nossos poucos momentos que ainda restam.

Ele saberá, mas da pior forma.

Tudo que consigo imaginar é o que ele vai sentir quando souber que eu fui um covarde que não teve a decência nem coragem para dizer a ele.

Mas não agora. Não quero deixar esses pensamentos me invadirem como tem sido nos últimos cinco dias. Agora, aqui, sentado em uma toalha na beira da praia a noite, ouvindo apenas o barulho relaxante das ondas ao lado de Jimin, é tudo o que desejo.

Há comidas e algumas bebidas também, como um piquenique. A praia está escura, totalmente, sendo pouco iluminada pela lua cheia do céu limpo e tomado por estrelas.

Jimin olhava-a fixamente, piscando algumas vezes. Não sei o que acontencia dentro daquela mente fascinante, mas eu pagaria caro para um dia saber.

- Ei... - O chamei. - Você acha que merecemos tudo isso?

A pergunta é meio incerta, de origem duvidosa. Foi mais para puxar algum assunto, porque apesar das ondas serem deliciosas de se ouvir, a voz de Jimin sempre será o meu som preferido.

A Diabona • Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora