{04} Caindo em tentação.

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"Algo no jeito que você está olhando através dos meus olhos...,não sei se vou conseguir sair daqui vivo."
~ 5 Seconds of Summer.

🐰

Após a quase-morte no mar de mortos, Hoseok me levou até a cobertura de Jimin outra vez, me soltando no chão de forma descuidada, e fechou suas asas negras. Asmodeus era um dos poucos demônios que podiam esconder suas asas nas costas.

- Pronto, pacote entregue em segurança. - Gabou-se, limpando as mãos de forma que raspasse uma palma na outra.

Eu não diria em segurança, mas, sim... estou aqui na cobertura do diabo, novamente. Bem ao lado, consigo ter o vislumbre perfeito do local, onde Rehun me deixou em pedaços. Pedaços estes que já não estavam mais machucados.

- Ei, espera... Onde você vai? - Me sentei sobre o chão decorado de flores.

- Vou avisar o Jimin que você já está aqui, é óbvio. - Aproximou-se das grandes portas duplas, também decoradas à vermelho sangue e uns desenhos estranhos com forma de símbolos.

Então, antes que eu pudesse dizer algo, ele percebeu o meu medo, e sorriu.

- Não seja medroso, Jungkook. Rehun não vai machucar você. - Esclarece. Por fim, solto um suspiro aliviado. - Se ele não estiver aqui, é claro.

Meus olhos se arregalaram, e ele desapareceu pela porta, me deixando só naquele local grande e sombrio. Me levantei do chão, procurando a besta de Jimin por todos os cantos, temendo que este fosse algum tipo de tortura da qual as coisas se repetem de novo, de novo e de novo. Mas, não, ele não estava lá.

Fui até a sacada da cobertura, e apoiei minhas mãos no suporte que me protegia de uma queda-livre. Tive a visão completa de toda a extensão do inferno daquela altura, mesmo que em dimensões diferentes, podia ver o céu mudando-se de cor de forma gradativa. A grande quantidade de seres infernais e demônios voando e caminhando livremente por áreas que não eram afetadas pelo fogo ardente, e os gritos que anteriormente eram tão altos, agora já não marcavam tanta presença em meus ouvidos.

Me recuso a acreditar que eu tenha me acostumado com os gritos.

- Ser celestial estúpido, arrogante e enxerido. - Me viro para trás ao ouvir a voz do que parecia ser outra criaturinha pequena.

As pequenas são as mais terríveis.

Então, ao me virar completamente, meus mirantes procuram a voz monstrega, mas não acham nada. Não até que esse serzinho emburrado chute o meio das minhas pernas - outra vez -, e faz-me gemer de dor.

- Eu estou aqui! Seu grandalhão degenerado! - Balbuciou. Por motivo nenhum, ele resmungava xingamentos ofensivos para mim, com uma grande carranca no rosto enrugado.

- Ai! Eu não vi você, me perdoe! - Esbravejei, recebendo outro chute, desta vez na canela. - Ai, ai! Qual o seu problema?

- Você é mesmo um degenerado, seu imbecilzinho irritante! Não peça perdão. Não há perdão aqui, seu burro! - Ele berrou no meu rosto quando ajoelhei-me pela dor, seu mal hálito cheirava à peixe morto, coisa desagradável e nojenta.

Ao analisar bem a sua estrutra, vi que em sua cabeça possuía um peixe boquiaberto, seus olhinhos eram esbugalhados e seu nariz era constituído por apenas dois furinhos rasos e desproporcionais. Na sua barriga havia uma armadura, e ela era gordinha demais para o seu corpo pequeno. Atrás dele, pequenas asinhas que ao meu ver são inúteis, já que com certeza não suportariam o seu peso, nem que insistissem incansavelmente.

A Diabona • Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora