{15} Covil dos pecadores.

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Capítulo 15 - Covil dos Pecadores.

"Eu poderia queimar esta cidade
Eu poderia colocá-lo sob o chão
Fazer as estrelas caírem do céu
Fazer as nuvens e o céu chorarem
Eu poderia queimar tudo, para baixo."
~ 2WEI, Edda Hayes.

🐇

Sentir nossos corpos unidos em um atrito físico constante foi algo estonteante para mim. Por meses ao seu lado, criei, literalmente, aquela cena dezenas e dezenas de vezes.

Após o ápice de deleite, Jimin e eu fomos para o banho, onde lá aconteceu mais algumas carícias maliciosas, gostosas e, delicadas. Limpamos o corpo um do outro com um sabonete líquido cheiroso e prolongamos o tempo ideal de um banho, mas valeu cada segundo. Depois de vestidos, retornamos a festa.

Eu não sei exatamente o que isso  significou para... bem, "nós".

Mas o sentimento que tenho é de que foi algo bom, com certeza foi bom. A intimidade que já tínhamos decolou, e tudo passou a ser... algo a mais. Cada olhar, cada sorriso, cada mínima resposta física passou a ter uma veemência maior.

Eu pensei que, após ambos nos saciarmos com o corpo um do outro, todo aquele desejo fosse embora, desaparecesse. Mas não foi bem assim que aconteceu, eu queria mais daquilo. E aparentemente, ele também.

Eu queria isso todo dia, queria repetir aquela noite inúmeras e centenas e milhares de vezes, exatamente como estou fazendo na minha mente.

Passamos algum tempo com Lisa e Jennie, e logo o casal de demônios havia chegado também. Sentamos nos sofás, e permitimos se deliciar do momento, sem receio. Por um instante, éramos como qualquer outra pessoa sentadas em grupo. Conversando, bebendo e trocando beijos com o seu par.

O pecado havia deixado de ser algo ruim. Por milênios, eu temia e desprezava qualquer que fosse, até o mais simples. Sempre acanhado e temeroso a alguma punição semelhante à de Lucifer — temendo ainda mais encontrá-lo.

Mas agora, vejo que esse medo era em vão. E percebo que, conhecer a diabona foi a melhor coisa que aconteceu durante minha vida milenar. Com ele, tudo se tornou possível, e certo.

Apesar de errado.

É como se tudo tivesse invertido, pecar era a sua única regra, mas você fazia isso sem peso na consciência e, consequentemente, a regra se tornava algo mais compreensível: ser livre.

Na escuridão, no medo, na prisão, ele pegou minha mão e me guiou para fora dela. Me mostrando que não havia nada no escuro, e que todo esse receio era apenas um devaneio vago e ilusório. Me senti aliviado.

Park Jimin não só me nocauteou com seus olhos azuis, como também roubou o meu coração, e o guardou para ele.

Eu estava à mercê do diabo. Ele tinha meu coração, meu corpo e meus sentimentos na palma da mão. Eu faria tudo e qualquer coisa por e para ele. E tudo o que ele tinha que fazer é sorrir, e dar-me o privilégio de admirar sua feição.

A noite anterior, naquele quarto, naquele momento, foi com certeza muito especial para mim. E para ele também, eu espero. Ficará na minha memória por séculos e séculos e mais duzentos séculos depois desse.

Mas como nada é feito inteiramente de rosas, a noite do dia seguinte havia chegado, e isso não poderia ser mais aterrorizante.

O nome "O Covil dos pecadores" brilhava fortemente num rosa choque em meio a um campo escuro de mata fechada. As luzes e o som alto do clube eram a única coisa, fora os seres noturnos, que emitiam algum tipo de som.

A Diabona • Jjk + PjmOnde histórias criam vida. Descubra agora