Capítulo 15

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  Sempre que fico chateada sinto fome também, me jogo na poltrona olhando para cima contando as peças de madeira que compõe o teto.

  – Eu preciso falar com o Rudy pessoalmente, vou ligar pra ele para almoçarmos fora – Jake fala pegando seu celular.

  Pulo da poltrona olhando pra ele.

  – Você vai sair?! Ué, você pode sair do esconderijo?

  – Nós vamos sair, S/n. E a cidade em que estamos é menos conhecida e não existe tanto perigo – Ele levanta levemente a sombrancelha levando o celular a orelha – Não estamos presos.

  Enquanto ele fala com o Rudy eu vou me trocar. Escolho um short jeans, uma blusa graphic tees e prendo parte do meu cabelo. Passo uma maquiagem leve para dar um rubor as minhas bochechas.
  Jake acaba de fechar seu notebook e levanta seus olhos para olhar pra mim quando percebe que estou descendo as escadas.
  Seus olhos ganham um brilho e seus lábios um sorriso, desvio o olhar ficando vermelha com a intensidade que ele me olha.

  – Você está incrível, S/n.

  – Obrigada – Sorrio – Rudy vai demorar?

  – Ele vai me ligar quando estiver a caminho do restaurante, vamos nos encontrar lá.

  – Então sabe o que a gente pode fazer enquanto ele não liga? – Jake me olha curioso e sorrio de canto – GUERRA DE TRAVESSEIROO! – Pego uma almofada e jogo no Jake e com a outra eu começo a ataca-lo sem lhe dar chance.

  – S/n! – Ele começa a rir – Isso é golpe baixo! – Ele tenta me parar mas eu tenho muito mais energia.

  – Na verdade é bem justo!

  Começo a dar gargalhada e Jake sem mais esforço consegue tirar a almofada de mim e jogar longe.

  – Aê? Vamos ser justos então.

  Quando vejo que ele se aproxima tento correr mas ele me puxa e começa a fazer cócegas em mim e eu rio mais ainda.

  – Para! Isso não – Dou risada e caio no sofá – Isso não vale!

  – Não parece tão bom ser pega desprevenida não é, mocinha? – Ele sobe no sofá e continua me provocando.

  Nós dois começamos a dar risada e minha barriga começa a doer de tanto rir.

  – Tá bom tá bom eu me rendo! Você venceu, Jake!

  Jake cessa as cócegas e encosta a testa no meu ombro ainda rindo comigo. Quando ele levanta a cabeça eu olho pra ele sorrindo e vejo os traços de seu rosto mais de perto.
  Nos acalmamos e suspiro observando detalhadamente seus olhos castanho avermelhados. Jake está muito perto de mim.
  Sua expressão fica mais relaxada e percebo que o olhar do Jake começa a vagar dos meus olhos para minha boca.

  – O vencedor ganha o prêmio, certo? – Ele passa delicadamente um dedo pelo meu lábio inferior o observando fixamente.

  Seus lábios se aproximam dos meus devagar e eu fecho os olhos esperando pelo momento...

*Zzz*

  (Ah tá de brincadeira comigo!) Jake revira os olhos irritado e suspira saindo de cima de mim.

  – Rudy está me ligando.

  Eu solto um grunhido de frustração e Jake estende a mão pra que eu me levante. (Rudy, eu vou te matar!)
  Vejo a moto do Jake ao sair do chalé. Não entendo muito de motos mas Richy iria surtar se visse isso.
  Havia uma floresta ao lado da estrada, chegamos rápido ao centro da cidade e descemos na porta do restaurante.
  Rudy já estava esperando em uma mesa, ele assobia quando me vê com um sorriso sacana naquela cara de pau dele, Jake o olha friamente e ele engole o sorriso no mesmo momento.
  Depois de cumprimentar o Jake, Rudy me olha.

  – Está tudo bem, S/n? Parece nervosa, eu fiz alguma coisa? – Ele pergunta com sarcasmo e eu sinto vontade de pular na garganta dele.

  Eles conversaram sobre o perigo que o governo significa, mas parecia que eles falavam em códigos então resolvi trocar mensagens com a Lilly.
  Não percebi quando o clima ficou tenso entre eles.

  – Você tem certeza disso? – Jake pergunta sério para Rudy.

  – Parece que não saiu como o planejado.

  O celular do Jake toca e os dois homens se olham no mesmo momento com a sombrancelha franzida. Rudy apenas concorda com a cabeça e Jake se levanta para atender o telefone do lado de fora do restaurante.

  – Eu volto já, S/n.

  Olho para o Rudy quando ele se afasta da mesa.

  – O que está acontecendo, Rudy?

  Ele volta seus olhos verdes pra mim.

  – Parece que temos uma pequena complicação.

  – Jake corre perigo? – Começo a ficar aflita.

  – Ele vai explicar pra você.

  Jake volta a mesa e seu olhar está frio.

  – Eu vou precisar sair esta noite, vou falar com eles.

  – Com as pessoas que estão atrás de você? Eles te acharam?!

(:

  Um pouco mais tarde no chalé:

  Segurando meus ombros ele me olha nos olhos.

  – Não quero que você se preocupe comigo, está tudo sob controle nada vai acontecer comigo. E você vai estar em segurança aqui, Rudy vai ficar aqui cuidando disso.

  – Eu não me importo com a minha segurança eu me importo se você vai voltar, se vai ficar bem... – Eu seguro o choro.

  – Eu vou voltar, meu anjo. Pode ter certeza. Eu disse, eles não vão me separar de você – Ele acaricia minha bochecha para me confortar – Me espera aqui, está bem?

  – Uhum – Faço sim com a cabeça e ele beija minha testa indo embora.

  Me viro para o Rudy preocupada.

  – Será que ele vai ficar bem?

  – Jake sabe se virar, gatinha. Não esquenta com isso, ok?

  – É, eu sei...

  (Mas ele não pode sempre controlar tudo)

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