Capítulo 7

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  Os olhares em mim quando eu entro no bar me dão uma certa segurança que não imaginei que teria, não deixei Lilly vir dessa vez, vai atrapalhar.
  Respiro fundo e coloco o sorriso mais provocante que consigo no rosto, me aproximo do balcão onde tem um garçom bastante jovem atendendo.
  Quando ele me olha de cima a baixo fica nervoso e eu sorrio de lado.

  – B-boa noite, o que deseja? – Ele se dirige a mim.

  – Hmm...
 
  Assim que eu vou falar com ele um homem aparece atrás do balcão, ele tem o cabelo preto liso e os olhos azuis como o céu pela manhã mas quentes ao mesmo tempo. É claro que é ele, Phil Hawkins.
  Ele olha pra mim e levanta a sobrancelha no mesmo momento, um sorriso irresistível se alarga em seus lábios gradualmente enquanto ele se aproxima.

  – Uau – Ele assobia visivelmente surpreso  – Se eu soubesse que o meu bar seria presentiado esta noite com uma presença tão encantadora eu teria me preparado – Phil sorri dispensando o garçom – S/n?

  – Eu mesma! Espero que ainda tenha uma mesa reservada para mim?

  – Sempre.

   Ele dá a volta no balcão e me dá seu braço para que eu o acompanhe, me sento em uma mesa e ele a minha frente.

  – Não me leve a mal eu não gostaria de ser um incômodo, você está trabalhando.

  – Princesa – Ele sorri com deboche – Eu sou o dono, posso ficar aqui se eu quiser.

  Eu dou risada (que conquistador barato!).

  – Isso é bom, porque eu vim só para falar com você.

  – Eu imaginei – Ele levanta a sombrancelha  como se vendo através de todo o meu jogo – O que você quer saber, celebridade?

  (Uau, Phil Hawkins é mais esperto do que eu imaginava) É bom que ele saiba que eu não vim para flertar, esse joguinho não combina comigo de qualquer jeito.

  – Você é esperto demais, pensei que fossemos brincar mais tempo – Faço uma cara de emburrada e ele balança a cabeça divertido.

  – Você é incrível. Agora estou chateado por me ver não ser o motivo de você ter vindo.

  – Não fique, te vendo de perto eu admito: Phil Hawkins tem seu charme!

  Ele sorri.

  – Tenho o mesmo a dizer a você, você é perigosamente atraente, S/n. Bem mais do que eu imaginei.

  Ele me olha com  uma atenção que não me intimida, ele pode olhar se quiser.

  – Fico lisonjeada. Sendo assim, podemos começar?

  – Quando quiser.

  – Michael Hanson.

  Ele franze o cenho, isso é quase (quase mesmo) a expressão que eu esperava.

  – Algumas coisas mudaram desde a última vez que conversamos por mensagem, e se estou te dizendo é porquê não acredito que você seja o culpado. Mas quero seu silêncio com tudo que falarmos aqui.

  – Entendo, pode contar comigo se depender de mim ninguém vai saber... Michael Hanson era o antigo dono do Aurora, você deve saber, ele saiu de Duskwood depois da morte da filha.

  – Sim, eu sei. Acontece que tem informações sobre ele que ficaram abertas a perguntas, e que podem nos levar ao sequestrador.

  – Não entendo do porquê você fez essa ligação dele e Hannah mas não vou fazer perguntas.

  – Agradeço pela discrição. Eu quero saber quando foi a última vez que o viu, sua opinião pessoal sobre ele e onde ele está agora.

  – A última vez que o vi faz muitos anos, desde a morte de Jennifer... Ele não voltou a Duskwood, mas ouvi que se separou da esposa. Não tenho nada a declarar sobre ele, não era um chefe ruim nem bom, não falávamos mais do que sobre trabalho.

  – Você sabe onde ele está agora?

  – Não tenho certeza... Muitas pessoas vem ao meu bar então acabo escutando muito sobre tudo, sobre onde ele está agora, me parece que foi internado num lar para idosos.

  – Idosos? Ele é tão velho assim?

  – Acho que uns 60 ou 70 anos. Achei estranho, ele não parecia precisar ser cuidado, era bem independente e estava em ótima forma.

  – Ah é...? Hum... Você sabe como era a relação dele com os amigos da Hannah na época?

  – Acho que não tinham relação nenhuma – Ele inclina a cabeça para o lado – Hannah era uma criança, e os amigos também. Por que o dono do bar teria alguma proximidade?

  – Você tem razão...

  – Mas tem uma coisa, Jennifer não morava aqui mas quando vinha ajudava na igreja, as crianças iam junto com os pais na igreja. Talvez isso tenha algo a ver?

  – Possivelmente, Phil. Obrigada pelo seu tempo, você foi muito útil – Falo me levantando e ele também – Se tratasse sua irmã como me tratou agora, com certeza evitariam muitas brigas.

  Ele me olha sério.

  – Isso não é da sua conta, S/n.

  Eu dou risada.

  – Olha só quem fala, você é jovem mas tem uma cara de velha mexeriqueira.

  – Que eu saiba foi você que veio ser "mexeriqueira" no meu bar, veio falar do Michael Hanson não da minha irmã, esse assunto não tem nada a ver com você.

  – Jessy é minha amiga, e se é você que a está chateando é com você que eu vou tirar satisfação.

  – Você nem conhece a história então fica na sua.

  – Eu conheço o suficiente Hawkins, você trata a Jessy que nem lixo como se ela fosse culpada dos problemas dos seus pais. Ela também sofreu tanto quanto você, fazê-la pagar sendo inocente é baixo demais até pra você.

  Ele fica ainda mais irritado mas alguém tinha que lhe dizer algumas verdades.

  – Eu trato a Jessy como eu quiser você gostando ou não, não lhe interessa. E se não quiser que eu peça para sair vá agora por vontade própria.

  – Eu vou fazer isso – Olho pra ele com cara de nojo – É realmente uma pena que tudo que falem sobre você seja verdade, você é gente boa Phil, só não age como tal.

(:

  Saio zangada do bar, quando de repente alguém pega meu braço por trás e me puxa pra um beco atrás do Aurora.

  – Ah! – Eu solto um grito agudo com o susto, e a pessoa coloca uma mão na minha boca me encostando contra a parede.

  Minha respiração fica ofegante com o desespero, e eu começo a me debater, mas ele é muito mais forte que eu e nem parece estar usando toda a força. Será que é o homem sem rosto?! Meu Deus eu preciso sair daqui!

  – Shii, se acalme – A voz é poderosa, autoritária – Você vai acabar se machucando, S/n. Sou eu, Jake.

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