Jake entra no quarto e escuto ele respirar fundo.
– Nós podemos conversar?
Ele notou que eu estava acordada. Me viro e o vejo encostado na porta, faço que sim com a cabeça e me sento dando espaço para ele se sentar.
Jake se aproxima e senta na beirada da cama olhando pra mim.
Minha irmã me disse uma vez que gostar de verdade de alguém vai muito além de sua aparência externa. Ela disse que as vezes você pode estar deixando uma pessoa incrível escapar...
Eu guardei isso dentro de mim então independente de como seria o verdadeiro Jake, eu já estava completamente enfeitiçada por ele, pelo que ele é.
E olhar pra ele agora... Ele é tão lindo. Seu cabelo ébano a luz da lua deixa um contraste azulado em seus fios, seus olhos são castanhos avermelhados quase sangue, ele tem olheiras e os traços de seu rosto me agradam bastante.
Eu não imaginei, mas em parte ele é um Donford, e a família Donford é linda.
Mas é triste, o olhar dele não é feliz...– Você está triste, Jake...
– Eu estou bem se você estiver também.
(Não diz isso...) Eu suspiro.
– Obrigada Jake, sobre o Alan. Aquilo foi incrível nunca ninguém me defendeu daquele jeito. Mas como você soube?
– Rudy me contou que a polícia estava na sua casa, imaginei que Alan estivesse te pressionando.
De repente fico eufórica.– Alan está realmente aliado ao governo! Como Lilly suspeitou!
– Lilly é uma ótima observadora, graças a ela eu pude me preparar sobre isso. Um deslize e não estaríamos aqui.
– Pensar nisso me dá arrepios! Se você sumisse de novo juro que invadia e descia a porrada em geral! Só por terem a OUSADIA de quando EU FINALMENTE te encontrasse, eles te pegarem – Faço uma careta brava.
Jake dá risada balançando a cabeça, e Deus o sorriso dele é incrível. Ele se inclina na minha direção e me surpreende com um peteleco na minha testa.
– Que imprudência, mocinha!
– Ai! Eeei! – Eu rio – Da onde eu venho é assim que se resolve, sabia?
– Estou sabendo agora – Ele sorri ternamente.– Quando você disse que eu não iria ficar em Duskwood não pensei que fosse você a me sequestrar – Eu dou risada da cara que ele faz.
– A intenção, a intenção não era...
– Eu sei, Jake! Relaxa, eu sei que as circunstâncias e blá blá blá – Sorrio de lado – Mas pensando bem... Até que ser sequestrada por você não foi um mal negócio.
Ele fica vermelho que nem um tomate (Bingo! Eu consegui ver!) Ele com vergonha é ainda mais fofo pessoalmente.
Ele faz um som com a garganta.– Nós podemos conversar amanhã, agora eu quero que descanse.
– Taa – Respondo frustrada – Você também vai descansar, não vai?
– Eu vou.
Ele não vai...
– Boa noite, S/n – Ele se levanta – Até logo.
– Jake.
– Sim? – Ele se vira.
A intensidade de seus olhos é absurda, meu estômago parece ter sido infestado por borboletas. Eu queria dar um fim na tempestade que ele carregava, mas antes eu precisava acalmar a minha.
– Promete que não vai mais embora? Agora que estamos aqui, promete não... Você pode prometer não ir?
É como uma necessidade, as palavras saem sem que eu perceba como se meu coração estivesse implorando por uma certeza de que ele não seria machucado.
– Eu não vou, S/n. Eu prometo – Ele se aproxima e segura minha mão – Mas eu também quero que me prometa algo.
Balanço a cabeça esperando que ele fale.
– Que se as coisas ficarem difíceis demais e e se sair do controle, você vai pensar em você primeiro. Que não vai se sacrificar, mesmo que sejam seus amigos.
– Jake.
– Por favor.
A forma que ele fala acaba comigo, eu estou com medo mas não quero decepciona-lo nem a Hannah. Uma lágrima escorre pela minha bochecha.
– Eu prometo, Jake.
– Obrigado, S/n.
Soltando minhas mãos cuidadosamente Jake vai embora e eu tento dormir, mas o olhar atormentado dele me assombrava...
(:
Na manhã seguinte desço as escadas olhando cada canto e assim que chego na sala identifico o lugar. É um chalé na floresta.
Não pensei que Jake teria um esconderijo tão legal. Na verdade, não ser um ninho conjugado me deixa intrigada. Assim que vou explorar a cozinha vejo Jake no balcão, ele levanta os olhos para mim e por um segundo eu esqueço como se respira.– Bom dia!
– Olá, S/n. Quer comer alguma coisa?
Eu me aproximo e me sento no balcão faminta. Jake me serve uma xícara de café e eu me sirvo com pão com geleia.
– Lindo, chalé. Não imaginei que...
– Trabalhar pro governo paga muito bem?
(Ele é adivinho ou o quê?)
– Então você sempre fica em lugares assim e se alimenta direito como agora?
– Eu prefiro ser discreto e geralmente não tenho tempo para preparar nada.
– Então por que você...?
E então eu entendo. É por minha causa... Não posso acreditar que Jake está se esforçando tanto por mim.
– Você não está acostumada com o meu ritmo, se você vai ficar aqui eu não quero que se sinta tão mal.
Olho por um tempo o admirando, nem se parece o hacker perigoso que deu um apavoro no delegado de Duskwood noite passada. Jake faz um som com a garganta pegando seu notebook.
– Temos muito o que falar.
– Tem razão, vamos começar pelo início.
– Pode falar enquanto eu termino um assunto.
Observo o que ele faz. Ele digita rápido e com destreza, seus dedos parecem os de um grande músico tocando seu piano.
(Eu quase escuto Bethoveen aplaudir!)– Tente não se importar com os detalhes, se serve de consolo eu consigo prestar atenção em duas coisas ao mesmo tempo.
(Esse cara com certeza lê pensamentos!) Respiro fundo.
– Apesar de todos os encontros terem sido um desastre, foi até promissor. Com Alfie tivemos um ponto de partida sobre onde começar a procurar. Meu mapa indica a casa dos desafios.
– Talvez seja a hora de abrir a caixinha de pandora. Ninguém nunca entrou lá, não é?
– Parece que alguém morou lá por um tempo. Alfie disse "ele disse para eu não contar, ela está morta". Ele disse "ele"...
– Hum... Parece que crianças não são imunes a ameaças.
– Eu odeio esse cara cada vez mais.

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Caos
Hayran KurguUma garota desaparecida, suspeitas, dúvidas, amor... S/n se encontra dividida entre esses acontecimentos e sentimentos enquanto o caos se instala em sua vida. Ela saberá como lidar com tudo isso, e encontrar Hannah Donford? ✨Obra feita por mim no té...