Capítulo 9

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  Contei tudo que aconteceu para Lilly que ouviu com cuidado. Ela não conseguia acreditar que Jake esteve em Duskwood.
  Ela me deu a sugestão de dizer aos outros que tomei a decisão que, nas palavras dela, "Deveria ter tomado quando pisou em Duskwood. Voltar pra casa". E foi o que disse a eles, que ficaram bem tristes.
  Richy e Jessy passaram a tarde comigo arrumando as malas enquanto conversávamos sobre como as aeromoças são treinadas com protocolos de segurança nos aviões.

(:

  Mais tarde:

  Ouço alguém bater na porta. (Hum, Jake disse que esse tal Rudy viria às dez mas não me lembro de que ele iria bater na porta).
  Minha curiosidade vence e vou até a sala dando de cara com uma Lilly assustada e um policial na porta. Ele olha pra mim e se apresenta.

  – S/n? Boa noite, sou Alan Bloomgate.

  Me assusto ao ouvir o nome dele. (Mas o quê? A polícia pode aparecer assim?!)

  – Eu sinto muito pelo incômodo, mas precisei vir. Você disse que viria a delegacia, mas já faz muitos dias e você não compareceu.

  Faço uma careta e me aproximo. Lilly relutante abre espaço para que ele entre. Que ótimo ele chegar justo agora, que coincidência merda essa.
 
  – Eu vou ser presa?

  – Não é assim que funciona. Eu só quero conversar com você, seu depoimento pode ser de grande ajuda.

  Não devo ser estúpida ele está fazendo o trabalho dele e não há razões para que eu seja mal educada, mas sua presença me irrita só em pensar na possibilidade dele estar se aliando contra o MEU Jake.

  – Entendo, mas creio que agora não seja o melhor momento. – Olho para o meu celular e já está na hora.

  Alan suspira um pouco impaciente.

  – Eu disse que não iria te prender mas não significa que eu não saiba o que você está fazendo e o que quer fazer hoje.

  – E o que eu estou fazendo?

  – Invasão de privacidade, omissão de informações, outros crimes cibernéticos que você e aquele hacker podem ter feito, e agora quer ir embora sem dar explicações.

  – Como sabe que vou embora de Duskwood?

  – Não importa.

  Suspiro.

  – Muito bem colocando "podem ter", você não sabe. E ficaria bem equilibrado se eu comparasse o que eu faço com o que você NÃO FAZ. Será que você está mesmo procurando? Porque pelo que eu sei, até da busca na floresta vocês desistiram.

  (Quê que eu tô fazendo meu pai)

  – Tome cuidado com o que você diz mocinha.

  – S/n... – Lilly coloca a mão no meu ombro.

  – Estamos do mesmo lado, Alan,  lutando pelo mesmo objetivo. Por que você não usa isso como benefício? Nós somos mais úteis assim.

  – Isso é assunto da polícia. Não aja como tola eu estou tentando ser profissional com você.

  – O mesmo profissional que vem na casa de alguém sem mandato nenhum simplesmente para ameaças.

  Dessa vez ele se cala. Acho que eu dei a ele o que ele merece. Meu celular começa a tocar e todos olham no momento que eu o pego e vejo que é Jake que está me ligando.
  (Não não!) Alan está aqui! Eu não posso atender. Quando olho para o delegado ele está com a testa franzida e um olhar totalmente desconfiado.

  – É ele, não é? Atenda.

  Desligo o meu celular e encaro o Alan me levantando.

  – Se você já disse tudo o que queria dizer, por favor vá embora.

  Meu celular toca de novo.

  – Atenda o celular. Agora.

  – Eu não quero.

  – É uma ordem. Você está protegendo um foragido se não quiser ser presa agora mesmo atenda este telefone e deixe no viva-voz.

  Meu sangue começa a ferver e eu olho para Lilly.

  – E-ele é a polícia, S/n...

  Meus olhos ficam passando entre eles e o meu telefone e quando vejo que não tenho mais alternativa eu faço o que ele está mandando com peso no coração.

  S/n: Alô?

Jake: Está tudo bem com você?

S/n: Está sim, Jake. É só que...

   Do outro lado eu escuto a voz modificada do Jake me interrompendo, o que acho estranho já que eu já conheço sua voz.

  Jake: Você está me ouvindo, Alan?

  O delegado me olha surpreso pelo Jake saber que ele está aqui. Coloco o celular na mesa.

   Alan: Então você é o famoso hacker...

  Jake: Que bom que me conhece, assim evitamos apresentações desnecessárias.

  Alan fecha a cara enquanto Jake continua a falar.

  Jake: Espero que o que irei dizer fique bem claro, Bloomgate. No momento, meu objetivo é unicamente encontrar Hannah Donford. Apesar de eu saber de tudo não me importo com o que você faz a partir do momento que não atrapalhe meus planos.

   Alan: Imagino que isso seja uma ameaça.

Jake: Entenda como você quiser, o que quero é que você não fique no caminho.

Alan: E por que eu deveria escutar alguém como você? Eu estou do lado mais forte.

  Então é verdade que Alan se aliou ao governo...

Jake: O mesmo lado "mais forte" que tem medo de mim e do que posso fazer. Eu não sei o que te disseram, mas eles não precisariam da sua ajuda se não estivessem desesperados.

  Quando olho para o Alan ele está com uma cara péssima, e Lilly parece surpresa. Alan engole em seco, não me admira, Jake é realmente intimidador.

Alan: O que você quer, Jake?

Jake: Do lado de fora tem um carro esperando por ela, S/n virá comigo. Eu quero que você faça nada, não quero que diga a ninguém e não quero que a siga. E saiba, se isso acontecer, eu saberei.

Alan: Você não pode sempre fazer o que quer, uma hora você e essa garota irão cair.

Jake: Se isso acontecer, não será por você. Ouse tocar nela e eu acabo com a sua reputação apertando uma única tecla. 

  Alan: Seu...

*Ligação encerrada*

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