|06|⊱ Uma boa hóspede

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"Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez

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"Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez."
⁓✿ William Shakespeare


Me sinto tão enfadigada com todos os eventos ocorridos que só aceno a cabeça em concordância. Perdi tudo e agora preciso recomeçar e se isso significar ter que passar esta noite na casa dele, não me importo. Estou exausta de viver com medo constante, a partir de hoje, encararei todos os desafios com a cabeça erguida e valentia. Adeus, Eliza amedrontada.

— Não pagarei essa bondade com sexo, se é isso que está pensando. — Fito seus olhos para deixar bem evidente que minha sentença é verdadeira.

— Não tenho nenhuma intenção de tocar em você, fique tranquila. — Responde de maneira incisiva.

— Ótimo, estamos de acordo. — Digo de forma retórica.

O resto da viagem segue num silêncio pesado, cada um com seus próprios demônios. Viro meu rosto para ele e percebo sua testa franzida ao olhar para o retrovisor. Até o momento, o carro dele era o único na estrada, mas o sons de pneus me põe em alerta. Minhas suspeitas são confirmas quando o vidro traseiro se estilhaça, por causa de um tiro, a bala atravessando o para-brisa por pouco não nos atingindo.

— Porra! Se abaixa! — Alex grita quando uma sucessão de tiros nos acerta. Ele permanece abaixado, dirigindo sem ter visão da estrada.

— Pega o volante. — Não me espera responder e solta a direção do carro. Faço como ele disse e agarro o volante, tentando não nos matar. Belo eufemismo.

Alex saca o seu revólver e atira descontroladamente contra o outro carro. Ele usa o banco como apoio, uma mão segurando a arma e a outra o banco. Volta para sua posição, reabastecendo a munição. Ele é muito rápido, mas quem quer que estiver disparando, também é.

— Eliza, escuta bem. Preciso que você atire contra eles. Mas é com a intenção de matar. Tenha isso em mente. — Me entrega a arma e volta a dirigir o carro. O outro automóvel é todo preto e parece ser blindado, já que nenhum dos tiros o atingiu. Engulo em seco, nunca toquei num revólver, mas, mesmo assim, aceito o desafio. Não é como se eu tivesse escolha.

— Algum lugar que eu deva atingir em específico? — Não que fosse fazer diferença, provavelmente minha mira é uma merda.

— A cabeça. Se não conseguir, mira nas rodas. Só atira em qualquer lugar. Se abaixa. — Diz mais uma vez.

O celular dele começa a tocar ao mesmo tempo em que eu bancava a Lara Croft. Mantive meu aperto firme no cabo e tentei mirar na cabeça de um deles, mas os vidros eram escuros e minha posição não estava favorável: metade do meu rosto escondido no banco e a outra metade tentando enxergar através do que antes foi o vidro traseiro.

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