|07|⊱ Paradoxo

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"Quem tem mais culpa, o tentado? ou o tentador?"

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"Quem tem mais culpa, o tentado? ou o tentador?"

⁓✿ William Shakespeare


Porra, inferno! 

Essa menina me faz estar em constante contradição. Primeiro quis parar de vê-la e, então, encontro-a desmaiada após ser agredida, quando finalmente fiquei convicto de que aquela seria a última vez, ela encontra meu número e me grita por socorro. Agora ela está deitada em minha cama, com minhas roupas, dentro do meu Armazém. Isso só pode ser carma por ter ficado obcecado pela menina do bistrô. Uma coisa não posso negar, durante a perseguição não vi sequer um lampejo de dúvida em seu rosto, pelo contrário, a determinação estampava suas delicadas feições.

Tomo um banho para limpar o sangue seco do meu corpo, tento fazer o mínimo barulho possível para não despertar Eliza. Saio do banheiro e ela continua dormindo serenamente. Talvez ela seja mais forte do que eu havia imaginado.

Ela se mexe e eu paro de observá-la e vou me deitar na sala. Seria demais, até para mim, dormir na mesma cama que ela. Não farei sexo com você. Me espantei quando a frase saiu de seus lábios rosados. Nunca forçaria nenhuma mulher a algo que ela não deseja. Posso ser um filho da puta fodido, mas conheço os meus limites. Vou ao meu closet e pego alguns lençóis e travesseiros, meu braço protesta contra o movimento repentino, ficarei limitado por alguns dias e isso não me agrada. Preciso pensar sobre o que aconteceu hoje e quem está me perseguindo.

Edgar não tem nenhuma informação a respeito do incidente de hoje, Miguel rastreou a placa do carro, mas até o momento, não conseguiu nada palpável. Desço para o meu escritório em busca de um pouco de uísque, chegando lá pego a garrafa e levo para minha casa. Não pretendo me embriagar, só tomar algumas doses para espairecer. Com certeza, meus homens estranharam eu ter trago uma mulher aqui, não sou celibatário, porém procuro não envolver ninguém de fora na minha vida privada. E mais uma vez, Eliza me faz quebrar meu protocolo autoimposto.

Deixo a garrafa de lado e tento dormir por algumas horas. Algo me diz que aquele detetive dará suas caras novamente. Grudou em mim como se fosse um carrapato. Se ele ficar sabendo sobre o que aconteceu esta madrugada, então tem um dedo podre e alguém passando informações de antemão a ele. De qualquer forma, é melhor deixar esse assunto para amanhã. Ajeito-me no sofá em busca de uma posição confortável, afofo o travesseiro e tento dormir.

 Ajeito-me no sofá em busca de uma posição confortável, afofo o travesseiro e tento dormir

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