|33| ⊱ Estabilidade

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"A vida é imprevisível assim como nossas escolhas"

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"A vida é imprevisível assim como nossas escolhas"

Sinto um toque delicado no meu ombro, como um leve sacolejo, uma tentativa modesta de me despertar. Meus olhos estão pesados e minha cabeça dói. Com um pouco de esforço, abro-os lentamente. Pisco algumas vezes para me acostumar. Mas o quarto está escuro, o que facilita minha adaptação.

Ao meu lado, vejo Alex me encarado com um rosto pacífico e sereno. Rolo para mais perto e acomodo minha cabeça no seu peito nu sentido a quentura do seu corpo. Ele, por sua vez, passa a mão por minhas costas em movimentos vagarosos. Eu te amo. Suspiro ao lembrar das palavras recitadas em um momento tão difícil. No entanto, não deixei de ficar impactada com a confissão.

— Como você está se sentindo? — Sinto seu peito vibrar ao emitir a voz ainda rouca pelo sono.

— Minha cabeça dói. — Murmuro ainda sonolenta.

— Vou pegar o remédio para você. Já volto. — Quando ele faz menção de sair do lugar, passo os meus braços por suas costas forçando-o a ficar no mesmo lugar.

— Depois você pega. Vamos ficar assim mais um pouco.

— Ok. Depois eu pego, mas eu preciso te falar algo.

— O quê? — Pergunto.

Seu peito se move quando ele suspira profundamente.

— Edgar me ligou, na verdade, ligou para o seu celular. — Fica quieto por um momento e, então, volta a falar. — O processo já foi feito... Chico foi cremado e a urna já está no meu escritório.

Um pontada atravessa o meu peito e meu ar fica preso na garganta. É real... não foi só um pesadelo. Me afasto do Alex e fito seus olhos. Balanço a cabeça e tento não chorar. Sento na cama e fecho os olhos, me preparando mentalmente para o que estar por vir. Ouço o colchão protestar ao mesmo tempo que braços fortes me erguem e me acomodam.

Alex me põe sentada em seu colo e me mantém em seus braços por longos minutos. É bom, é bem-vindo. É o que eu precisava no momento. Arranho minhas unhas em suas costas e deito a cabeça no sem ombro.

Esse final de semana foi uma merda. Para nós dois.

— Que horas são? — Pergunto depois de algum tempo.

Alex se remexe e pega meu celular na mesa de cabeceira. A luz do visor ilumina o quarto por um curto período, mas ele logo pressiona o botão lateral e a iluminação é interrompida.

— São 4:44. Quer esperar o dia amanhecer? O que você quer fazer? — Sua mão se enfia na minha nuca até o meu coro cabeludo e faz cafuné naquela região.

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