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"O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte

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"O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte."

⁓✿ Friedrich Nietzsche

Sinto o seu toque resvalando por minha bochecha, aprecio cada movimento gentil de sua mão bruta. Minha mente ainda não processou todos os acontecimentos de ontem, mas me tranquiliza que ele esteja aqui comigo. Não esperava tamanho cuidado da parte dele.

Abro os olhos preguiçosamente e me viro para olhar o seu rosto, ele está com o cenho franzido. Sua mente perdida em outro lugar enquanto mexe no meu cabelo. O sol brilha atrás de suas costas, uma sutil indicação de que o dia clareou.

Ergo minha mão e afundo meus dedos no seu cabelo bagunçado pelo sono. Desde quando ficamos tão carinhosos um com o outro? Não importa, receber carinho nunca é demais principalmente quando se é carente.

Seus fios sedosos passeiam entre os meus dedos e eu faço um ótimo trabalho os deixando mais bagunçados. Pensar nisso, me arranca uma leve risada. Desço minha mão e acaricio seu peitoral e barriga, depois faço círculos imaginários no seu braço. Por fim, abraço sua cintura e escondo meu rosto no seu peito, ouvindo as batidas constantes do seu coração.

— Bom dia. — Cumprimento da minha posição confortável.

— Bom dia, como você está se sentindo hoje? — Alex inquere, preocupado. Sua mão sobe e desce por minhas costas.

— Querendo que a noite de ontem se apague. — Digo com sinceridade.

Mas não quero deixar o trauma de ontem me definir, aquele imbecil não merece morrer com esse legado e autoridade sobre mim. Hoje, sinto raiva; muita raiva, no entanto, não vou me dominar por tal sentimento.

— Eu te entendo, você tem todo o direito de desejar isso.

— Obrigada por me entender e obrigada por cuidar de mim. Se bem que você vem fazendo isso há muito tempo. — Solto sua cintura e observo o seu rosto.

— Você é minha hóspede e funcionária — brinca —, é o mínimo que posso fazer.

— Seu senso de humor é péssimo! Sabe, eu estava pensando... — Deixo a frase incompleta no ar. Alex levanta uma sobrancelha quando não falo mais nada.

— No que você estava pensando? — Pergunta e para de alisar minhas costas.

— Eu quero continuar dormindo com você. Meu sono é mais tranquilo com você do meu lado. — Jogo um pouco a cabeça para trás e fito seus olhos.

Ele paralisa por segundos, seu corpo imóvel, e eu quase me arrependo de ter sugerido isso. No entanto, sua mão se enfia por dentro da minha blusa e ele dá um leve aperto na minha cintura, me pegando completamente desprevenida.

— Eu também durmo melhor com você do meu lado. Talvez você tenha algum calmante escondido pelo corpo. — Ele fala brincando, porém, noto a verdade de sua afirmação.

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